segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Capítulo 169


Luan estava sentado em uma mesa, no outro lado da padaria, que era dividida e com uma mulher, que eu logo reconheci quando vi seu perfil, Jéssica. Fiquei ali o encarando por algum tempo, ele ria e não tinha me visto, meus olhos ferviam de raiva. Entrei em meu carro e bati a porta com tudo, cantei pneu até em casa. Não conseguia chorar de raiva e a todo tempo me perguntava o por que daquilo e não sabia o que iria fazer. Dei a torta para Maísa quando cheguei e subi as escadas, vi que ficou sem entender nada.
- Vai a onde ?
- Dormir.
- O que houve, Juliana ? O que você tem ?
- Me deixa, Maísa. – Troquei de roupa rápido e me joguei na cama. Permitir que as lágrimas caíssem, depois de muito segurá-las. Escutei um barulho e logo depois a cama se mexendo, me virei e vi que Luan falava com alguém pelo celular. Olhei para a porta da sacada, que estava aberta e o sol já rachava, marcava meio dia em meu celular.
- Oi, amor. Desculpa te acordar. – Luan falava, cínico. – O que você tem? – Seu sorriso se desfez quando viu a minha expressão.
- Nada! – Falei depois de pensar um pouco.
Me levantei e tomei um banho, lavei a cabeça para relaxar e me troquei. Desci até a cozinha, onde todos já tomavam seu café da manhã.
- Acordaram agora ? – Me sentei ao lado de Maísa.
- Acordamos. - Continuei comendo e calada, todos se olhavam, sabia que estava acontecendo algo. Luan desceu e falou com todos, se sentou de frente para mim. Subi para o quarto procurando algo para fazer, ouvi passos e logo a porta do quarto se abrindo.
- Amor, você viu meu tênis, que eu comprei no Japão, aquela vez ?
- Não. – Respondi seca. Vi roupas espalhadas pelo quarto e comecei a catá-las, com a intenção de me ocupar com algo.
- O que você tem ? Está estranha...
- Não tenho nada.
- Pode me falar, amor. – Ele se aproximou. – Eu sou seu marido, me fala, vai.
- Quer saber mesmo ?
- Claro. – Ele sorriu.
- Vou começar então ... Primeiro que eu já estou de saco cheio dessas suas saídas misteriosas e nem me liga para avisar, pelo menos a hora que vai voltar.
- Era isso ?
- Não, tem mais ... – Sorri irônica.- O que você estava fazendo com a Jéssica ontem ?
- O que ?
- Isso mesmo, eu vi !
- Hã...E-eu.
- Não minta pra mim.
- Ela me pediu para levá-la em uma padaria e eu não neguei, é minha prima.
- Aquela hora da noite? Por que não me avisou? – Já estava me estressando.
- É. Não te avisei, exatamente porque ficaria assim. – Respirei fundo.
- Vou perguntar só uma vez. – Falava baixo, Luan ia falar algo quando o interrompi. – Você me traiu com ela ?
- O que ? – Ele se alterou, dando um passo para trás. – Não te traí, não.
- Fala a verdade ...
- Estou. Não duvida de mim, sabe que eu não gosto.
- Devia ter me contado, então.
- Você é toda irritadinha. Eu não traí você!
- Tudo bem, Luan. Eu vou tentar acreditar.
- Você não acredita? – Ele já falava alto.
- Se você estivesse no meu lugar, acreditaria?
- Não sei...Eu confio em você.
- Aham. – Ri.
- Já falei que odeio suas ironias, se não quiser não acredita. – Ele foi em direção da porta, me irritei profundamente com aquilo.
- Eu NÃO admito traição! – Gritei e Luan se virou, para me olhar.
- Para de gritar, tem gente lá em baixo.
- Eu grito, grito, porque você é um cachorro!
- Eu já disse que não te traí. – Agora quem gritava era ele.
- Me responde só mais uma coisa com sinceridade. – Ele me encarou, fechei os olhos e mesmo com medo da resposta, perguntei. - Você...Estava com intenção de ter algo com ela, não é?
- Hãn ?
- Se não me traiu, estava com a intenção.
- O-olha, o que está falando.
- Por que está nervoso ? ADMITE !

Capítulo 168


Os pais de Luan, Bruna, nossos filhos, meus pais e Maísa, estavam ali com um bolo em cima da mesa, meus olhos foram direto para ele e só então me toquei quando começaram a cantar “parabéns”.
- Nossa ! Eu esqueci completamente, do meu aniversário. – Coloquei as mãos na boca, enquanto Luan ria.
- Parabéns, meu amor. Eu organizei tudo pra você. – Olhei para ele e sorri. Me xinguei mentalmente por ter pensado coisas que não devia do Luan, enquanto ele estava preparando uma surpresa maravilhosa para mim. O abracei com força e o beijei com intensidade, cortei o beijo quando escutamos os gritos de todos. Fui falar com um por um, estava com saudade dos meus pais e minha amiga, que não via a quase um mês. A pequena festa rolou até altas horas, jantamos por lá mesmo e no final, acenderam a vela do bolo e começaram um parabéns, dessa vez, decente. Tirei uma foto e postei em minha rede social.

                               
                                             “ E a velhice está chegando, rs. 
                              Acreditem, nem estava me lembrando do meu dia! “

Fomos para casa, já de madrugada e as crianças foram dormir na casa dos pais do Luan, a pedido deles mesmo. Meus pais e Maísa, também foram para lá. Chegamos em casa e Luan já me beijou, me pegou no colo e subiu as escadas.
- Estava tudo armado, não é ? – Perguntei rindo, enquanto ele me deitava na cama.
- (risos) Claro!
- Você sempre faz isso, não é ? Coitados dos seus pais.
- Que nada, eles que se oferecem para me ajudar. Você não gosta ?
- Adoro! – Me aproximei dele e sussurrei em seu ouvido, vi sua pele se arrepiar.
Nos amamos aquela noite, com fogo e paixão, desejo, eu não sei explicar bem.
Acordamos tarde no outro dia e já fomos direto para casa dos pais dele, tomamos nosso café da manhã por lá mesmo, junto com todos. Fiquei feliz, quando meus pais e Maísa disseram que ficariam até na segunda ali.
- Bom dia ! – Jéssica chegou na cozinha e meu sorriso se desfez, por um momento pensei que o encosto teria ido embora. Se sentou do outro lado do Luan e como sempre, não parava de falar um minuto, olhei para o lado por instinto e minha mãe me encarava, me conhecia bem e sabia que eu não estava gostando nada daquilo. Fizemos um churrasco por ali e no final da tarde, fomos para minha casa.
No domingo, Luan já não estava mas ao meu lado, perguntei Maria se tinha o visto e ela disse que ele tinha saído já tinha algumas horas. Tomei meu café da manhã e logo todos apareceram na cozinha, voltei a me animar com a presença deles. A noite, fiquei assistindo filme com Maísa, meus pais já tinham ido dormir. Arthur cismou que queria um doce e depois de muito me convencer, me levantei e peguei a chave do meu carro.
- Não demoro, comportem-se ! – Maísa assentiu, enquanto eu saia. Fui para um mercadinho que tinha ali perto, no meio do caminho o meu celular tocou. - O que foi ?
- Seu filho mudou de idéia.
- O que ele quer ?
- Um pedaço de torta.
- O que ? A onde eu vou achar a essa hora? A padaria daqui já fechou.
- Não sei, o filho é seu. Se vira! – Revirei os olhos.
- Vou ali perto, se não me engano tem uma padaria que é meio deserta.
- Cuidado, pelo amor de Deus!
- (risos) Pode deixar, beijos. – Desliguei e virei o carro. Fui até a padaria, que era até um pouco longe e nunca ia muita gente. Estranhei quando vi de longe um carro igual ao do Luan, parado na porta. Saí do meu encarando o carro em minha frente, não era possível. Fitei a placa quando cheguei mais perto e não tinha dúvidas, aquele carro era mesmo do meu marido, que deveria estar em casa, uma hora daquelas. Entrei na padaria, que era gigantesca e olhei para os lados a procura dele. Comprei uma torta inteira de uma vez e voltei fitando todos os cantos novamente, olhei para trás pela última vez, quando já estava na porta de saída e não acreditei no que vi.

domingo, 29 de setembro de 2013

Capítulo 167


- O que foi, meu filho ?
- Eu não gosto, daquela chata.
- De quem ?
- Ali. – Ele apontou o dedo para onde estavam todos, Jéssica ainda ria com minha filha sentada em seu colo.- Ela ainda fica com a minha irmã. Não deixa, mamãe !
- É feio, eu não posso. Daqui a pouco já vamos para a casa, tudo bem ? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça. Não iria falar que também não fui com a cara da mulher, para o menino. Depois de um tempo, para a minha felicidade Luan decidiu que iríamos ir embora, se despediu de Jéssica e eu também a cumprimentei, falamos com seus pais e Bruna também e fomos direto para a casa.
Acordei no outro dia e Luan já não estava mais ao meu lado, fui até o banheiro fazer as necessidades e depois passei no quarto das crianças, Arthur brincava com sua irmão no quarto dela.
- Já veio parar aqui, filho ? – Disse rindo.
- Vim brincar, mamãe. Acordei cedo.
- É ? E seu pai ?
- Não vi ele.
- Está bem, vou arrumar a mesa do café e já chamo vocês.
- Cadê a tia Maria ?
- Não vem hoje. - Desci as escadas e preparei tudo, como as crianças gostavam, uma mesa com bastante coisas. Gritei Arthur da escada e ele apareceu segurando a mãozinha de sua irmã, desceu devagar lhe ajudando. Comemos e depois eu os troquei, liguei para Bruna que disse, que já estava me ligando também, marcamos para ir ao shopping. Fomos para a casa dos pais de Luan e de lá já iríamos sair
- Já ?
- (risos) Somos rápidos. – Entramos e a Jéssica estava sentada no sofá, mexendo em seu celular.
- Bruna, já estou de saída. – Ela disse se levantando, nem se quer me cumprimentou.
- Vai pra onde ?
- Vou passear, tenho que aproveitar. – Ela riu no final.
- (risos) Ah sim! Não vai se perder.
- Nunca! Uma pessoa vai me acompanhar. – Ela piscou enquanto saia.
- Entendi. (risos) Aproveita! – Me sentei no sofá sem ligar muito para aquela cena que havia presenciado, eu também não ia ficar me humilhando para ela ao menos falar comigo, por mais que fosse meio parente do Luan.
Fomos para o shopping e ficamos a tarde toda por lá e até comemos. Luan não me ligou em nenhum momento e quando chegamos em casa, já escurecendo, também não tinha nem sinal dele.

                                                             {...}

 E assim se passou a semana, eu saia as vezes com Bruna e com as crianças, depois que chegavam da escola e nem sinal do Luan, sumia o dia todo, nem se quer me ligava. O ouvia chegar em casa de madrugada, mas já estava tão cansada que continuava a dormir e quando acordava, Luan já se apressava para sair novamente. Tentei não pensar besteira e decidi pensar, que ele estava muito atarefado por aqueles dias. Era uma sexta feira e meu dia estava péssimo, fazia sol mas estava frio. Fiquei deitada na cama com meus filhos o dia todo, Luan não estava em casa para variar. Decidi ir na casa dos seus pais e chamei as crianças que se animaram. Fiquei conversando e vendo filme com Bruna, enquanto eles comiam sempre alguma coisa, só então olhei no relógio e vi que já estava quase escurecendo.
- Oi, oi. – Jéssica entrou na casa.
- Tudo bem, prima?
- Melhor impossível. – Ela piscou para Bruna enquanto subia as escadas.
- (risos) Essa daí, fica o dia todo fora. Acho que tem gato na parada. – Não a respondi e me levantei, dizendo que iria ir embora. - Deixa as crianças aqui ? – Bruna pedia.
- Para que, Bruna ?
- Deixa, vai? Estou com saudades dos meus sobrinhos, poxa! – Ela falou e eu ri, da sua cara de drama, assenti com a cabeça. Fui para casa em passos lentos, ouvi a televisão ligada e as luzes acesas.
 - Oi, amor. Estava procurando você. – Luan se levantou do sofá.
- Pra que ?
- Como, pra que? Cheguei em casa e não vi minha mulher. – Ele dizia rindo.
- Ah ...
- Se arruma, vamos sair.
- Hãn...Mas as crianças estão com sua irmã.
- Não tem problema, se arruma bem linda.
- Me fala o motivo, Luan. – Eu insistia em vão.
- Não vou falar, vai lá amor! – Luan falava impaciente. Então decidi não discuti, subi as escadas bufando e emburrada. Tomei um banho rápido, arrumei meus cabelos com o secador vesti :
                                           
- Vamos ? – Perguntei a Luan, enquanto descia as escadas.
- Nossa...Que linda ! – Ele me olhava, já estava arrumado.
- Se arrumou rápido. – Ignorei seu comentário, sem nem perceber.
- Já estava de banho tomado. – Ele estendeu sua mão e eu a peguei.
Fomos em seu carro, fui em silêncio olhando para a janela do carro, todo o caminho. Mesmo não querendo e prometendo para mim mesmo que não iria ficar chateada com Luan, por seus sumiços, eu estava um pouco sentida e magoada, por ele ter nos esquecido aquela semana. Saí dos pensamentos quando o carro parou, olhei pela janela e vi que estávamos na frente de um restaurante.
- Vamos jantar?
- (risos) Que curiosidade! Você vai ver. – Saímos do carro e Luan pegou em minha mão, enquanto andávamos até a porta de entrada daquele restaurante chique. Estranhei quando chegamos lá dentro e vi tudo escuro, olhei para Luan sem intender, que tinha um sorrisinho no canto dos lábios. Desviei meu olhar dele quando vi todas as luzes se acenderem ao mesmo tempo, não acreditei quando olhei para frente.

sábado, 28 de setembro de 2013

Capítulo 166


                                                                  {...}

O tempo foi se passando, o meu amor e de Luan amadurecia cada dia mais, ou pelo menos eu pensava isso. Nossos filhos cresciam bonitos, Arthur mais que nunca, muito esperto e Helena, mais na dela, meiga e carinhosa. Quando completamos quatro anos de casados, Luan fez uma festa para os mais íntimos, jurando que no próximo ano faria uma maior, para os cinco anos.
Estávamos em casa assistindo televisão, Luan havia acabado de chegar de mais uma semana lotada de shows e as crianças quiseram ficar em casa com o pai, então deixei que faltassem aula naquele dia. Sua mãe ligou para o telefone da casa, nos convidando para almoçar lá.
Naqueles dois anos que haviam se passado, os pais de Luan pensaram bem e finalmente, resolveram se mudar para São Paulo, Bruna quase morreu de felicidade, já que amava aquele lugar, suas amigas iam para lá todos os finais de semana e acabávamos indo passear, Marizete fazia questão de ficar com as crianças, as vezes eu ficava sem graça e incomodada com aquilo, não era justo.
Luan diminuiu os ciúmes e me surpreendia, quando me incentivava a deixar as crianças com seus pais e sair para me divertir com Bruna, já que ainda continuava entediada em casa. As vezes mandava a secretária que trabalhava em meu escritório, marcar algumas consultas para mim. Mas desde o dia que um pai folgado, foi levar sua filha para consultar e deu em cima de mim, Luan achou melhor eu dar um tempo ali, ou então sugeriu que eu fosse com um segurança para caso acontecesse algo comigo, preferi ficar em casa mesmo, do que ter que sair com uma pessoa grudada em mim, só continuava a fazer academia que era ali mesmo no condomínio.

Arrumei as crianças enquanto Luan se arrumava e me troquei também, fomos a pé mesmo para a casa de seus pais, que só ficava umas cinco casas depois da nossa. Chegamos lá e o cheiro da comida já exalava pela casa, nos sentamos no sofá com Bruna.
- Suas amigas não vieram?
- Hoje não, tem uma festa para irem lá. – Ela fez bico.
- Entendo.
- Ah! Vamos passear amanhã? Abriu uma sorveteria ótima perto do shopping.
- Tudo bem, Bru. Você vem Luan ?
- Não amor, tenho uma reunião no escritório. – Ele fez careta.
- Tudo bem, depois marcamos com você. – Ele sorriu e escutamos vozes vindo em direção da sala que estávamos.
- Que bom que já chegaram. – Marizete se aproximou.
- Demoramos muito ? – Perguntei rindo.
- Até que não. – Ela cumprimentou o filho sorrindo e logo depois, eu e os netos.
Vi uma moça se aproximar atrás dela com o Amarildo, ele a abraçava de lado. Ela sorriu torto assim que viu Luan e se aproximou.
- Tudo bem, Luan ?
- Jéssica ? Nossa! Tudo ótimo. – Ele se levantou e a abraçou.
- (risos) Quanto tempo, você mudou.
- Para melhor ?
- Muito melhor. – Ela o olhava.
- (risos) Que bom, então.
- Jéssica, essa é minha nora. Juliana ! – Marizete se aproximou de mim. – Essa é Jéssica, Ju. Minha sobrinha de consideração, é filha torta do meu irmão. – Sorri para a moça em minha frente.
- Prazer... – Estendi a mão para ela, que a olhou por um tempo.
Fiquei completamente sem graça e com medo de que ela não pegasse, mas ela estendeu a sua também e riu um tanto quanto forçado.
- Não conhecia você. – Ela me dizia.
- É...Eu também não te conhecia.
- Luan se casou já faz quatro anos, Jéssica. – Marizete dizia para ela.
- Ah! Eu não sabia mesmo. Estava fora do país.
- Quero ver suas fotos depois. – Bruna falou animada, para ela.
- (risos) Claro, prima.
- Então, vamos comer ?
Fomos para a sala de jantar e nos sentamos, eu de um lado de Luan e a Jéssica do outro. Não estava gostando daquilo, mas não demonstrei, não tinha ido com a cara dela. Vai ver era da minha cabeça mesmo, ela é amiga e parente de consideração da família, só não a achei muito simpática, só com quem queria.
Comemos e só ela falava, todos prestavam a atenção em suas histórias e riam as vezes, estava achando aquilo tudo muito chato.
Voltamos para sala assim que terminamos de comer e nos sentamos no sofá, Marizete voltou para a cozinha com Amarildo, para preparar a sobremesa para nós.
- E esses, quem são ? – Ela apontou para meus filhos que brincavam no chão.
Como ela ainda não tinha os vistos o almoço inteiro? A encarei.
- (risos) São meus filhos. – Luan respondeu.
- Ah...Sério? São lindos, parabéns!
- Obrigado.
- Não sabia que estava casado e muito menos com dois filho. – Ela riu sem graça.
- Pois é.
- Quantos anos você tem, meu amor ? – Ela perguntou Arthur, que a olhava.
Ele olhou para mim, não sei porque e depois para ela novamente.
- Cinco. – Respondeu seco.
- Hum...Grande você, pensei que tinha mais. E você princesa ?
- Assim. – Helena mostrou os dedinhos indicando dois anos e sorriu, mais simpática que o irmão.
- Que linda! – Jéssica pareceu gostar mais da minha filha.
O resto do dia passou daquele jeito, ela sempre puxava assunto só com Luan e Bruna, me deixando ali com cara de trouxa, mais é claro que eu não demonstrava. Queria ir embora e deixar Luan ali, mas ao mesmo tempo não queria os deixar sozinhos, então resolvi ficar. Ela pegou Helena em seu colo e ficou com minha filha o tempo todo no colo, já Arthur a olhava com um olhar diferente, que eu tentava decifrar mais não conseguia.
Fui ao banheiro uma hora e quando estava saindo, o vi parado na porta.

Capítulo 165


- É, amor, mas fica tranqüila que aqui é ótimo.
- Como você sabe?
- Ouvi falar... – Ele passou as mãos pela nunca.
- Acho bom, ter só ouvido falar mesmo. – Cruzei os braços, fechando a cara.
- (risos) Que coisa linda com ciúmes. É sério, nunca vim aqui não. – Luan puxou meu rosto e selou nossos lábios rapidamente.
- Você é doido.
- Doido por você, o que é ? Só porque somos casados, não podemos vir para um motel ? – Ele ergueu uma sobrancelha me olhando.
- (risos) Claro que não.
- Então, você é minha namorada, esposa, amante, amiga ...
- Levava suas amigas para o motel ?
- Você entendeu. – Ri enquanto Luan arrancava com o carro novamente.
Entramos naquele lugar, que para falar a verdade não parecia um motel, só percebi porque li a placa um pouco pequena. Tinha os portões de madeira e um lindo jardim.
Fomos para o quarto reservado, assim que Luan pegou nossas chaves, era bem luxuoso e enorme.
- Que lindo aqui !
- Eu não falei ... – Luan nem esperou eu falar de novo e já me beijou.
Ri entre o beijo e retribuí com todo meu amor, foi me levando lentamente até a enorme cama de casal, redonda, com lençol vermelho de ceda, que tinha ali. Se deitou com cuidado por cima de mim e começou a acariciar minha barriga, tirou meu vestido com cuidado e voltou a me beijar. Nos despimos totalmente e nos encaixamos, era como se fosse uma lua de mel, uma nova fase, pelo menos para mim, já que estávamos prestes a nos separar.
- É tão bom fazer amor com você. – Luan disse ainda ofegante, estava deitada em seu peito.
- (risos) É ótimo fazer amor, com quem se ama.
- Você me ama ? – Ele puxou meu rosto para olhá-lo.
- Você ainda tem dúvidas disso? Eu amo você demais e amo fazer amor com você também. – Sorri e um sorriso de alívio apareceu em seu rosto, ri de leve selando nossos lábios.
- Vamos para a banheira? A noite ainda só está começando.
- Só começando, é ? – Olhei para ele mordendo o lábio inferior e Luan riu se levantando da cama.
- Só começando... – Repetiu sua frase e em um gesto rápido me pegou no colo.
- Luan ! – O repreendi enquanto ele andava, comigo ainda em seu colo, estávamos despidos ainda.
- (risos) Vamos tomar um banho, meu bebê !
Luan entrou na banheira comigo ainda em seu colo e se sentou com cuidado, me fazendo ficar entre suas pernas.
- Já estava cheia ?
- Tudo no esquema.
- Você não existe!
- Existo. – Ele sorriu orgulhoso e selou nossos lábios, que logo se transformou em um beijo apaixonado.
Levantei minha mão a colocando na altura de sua nuca e agarrei a mesma, mesmo sem jeito por estar em sua frente e de costas para ele. Sua mão começou a percorrer as curvas do meu corpo e quando senti que ela já estava fazendo o caminho da minha intimidade, a segurei a onde estava. Luan subiu sua outra mão para o meu seio, com dificuldade me virei de frente para ele e encaixei minhas pernas em volta de sua cintura, continuamos aquele beijo enquanto uma de suas mãos ainda estava apertando de leve e com carinho meu seio. Fizemos amor na banheira e confesso que foi uma das melhores noites que já tive, em toda a vida. Dormimos despidos mesmo e de conchinha, naquele lençol macio da cama.

                                                                    {...}

Estava em casa, Luan já tinha voltado a sua rotina e a Helena dormia, Arthur fazia bagunça em seu quarto, já estava pensando que a briga começaria quando eu o pedisse para guardar tudo.
Meu celular tocou e eu estranhei quando vi o número do meu pai, minha mãe que sempre me ligava do telefone da casa e nos falávamos por lá.
- Pai? Aconteceu alguma coisa?
- Estou com saudades também, minha filha !
- (risos) Desculpa, eu estranhei.
- Tudo bem. Queria só perguntar se você não vem mais?
- Hãn...Não, eu não vou mais passar um tempo ai, papai. – No dia que tive a briga com Luan e fui passar alguns dias na casa dos meus pais, falei para eles tudo que estava acontecendo e que talvez passaria um tempo lá com eles e depois voltaria para o meu apartamento.
- Mais por que ?
- Eu voltei com o Luan.
- Você o que, Juliana ? – Meu pai disse alto. Fechei os olhos e respirei fundo, sabia que daria sermão, mas eu não me importaria.
- Pai...Me entende, vai? Eu amo o Luan, ele é o pai dos meus filhos.
- Eu sei, minha filha. Mas ele te faz mais sofrer do que feliz.
- Não fala assim, pai.
- Eu falo, porque é a verdade. Já te deixou quando o Arthur nasceu e agora só brigam, coitada das crianças.
- Pai, nós somos muito felizes sim. Briga é coisa normal de casal.
- Tudo bem, Juliana. - Ouvi seu suspiro. - Faz o que você quiser da sua vida, já é uma mulher e mãe de dois filhos. Só não chora depois, porque eu estou te avisando, mas sempre vou está aqui de braços abertos pra você.
- Credo, pai ! Isso não vai mais acontecer.
- Se você diz...Mas do mesmo jeito, viu? Eu amo você, minha filha.
- Eu também te amo muito, pai. – Sorri involuntariamente e desligamos o celular.
Subi para o quarto e vi o que Arthur aprontava, dormia em meio a seus brinquedos espalhados pelo chão. Sorri quando vi o leve biquinho que se formava em seus lábios, parecia o pai. O peguei no colo e o ajeitei na cama, me abaixei e comecei a arrumar sua bagunça, não tinha como brigar com aquela coisa linda. Fui até o quarto de Helena que já estava acordada e dei um banho nela, desci e preparei uma mamadeira para ela também.

Luan chegou de viagem no outro dia, matamos a saudade e a tarde, quando estávamos assistindo televisão com as crianças, ele teve a idéia de almoçarmos em família. Achei a idéia ótima e liguei primeiro para minha mãe, que topou e depois para os pais de Luan, seria em Londrina, na casa deles mesmo. 
Arrumei Helena e a deixei com Luan, que arrumava Arthur. Tomei um banho rápido e me troquei, fui até o quarto de Arthur novamente e todos já estavam prontos. Fomos para o aeroporto no carro de Luan e o Rafael, de sua central de fãs, foi conosco para voltar com seu carro.
Chegamos em Londrina e o sol estava bem quente, Arthur já reclamava de calor, fomos direto para a casa de Luan, vimos que a casa já estava agitada. Meus pais já estavam por lá, cumprimentamos a todos e vi que quando Luan foi falar com meu pai, ele não quis muito papo e nem deu muita idéia, torci mentalmente para que aquilo fosse idéia da minha cabeça. Fomos para piscina e eu entrei só um pouco, com Bruna que insistiu e as crianças, Luan disse que não entraria. Marizete serviu o almoço que estava delicioso, compraram mais bebidas e vi que não sairiam dali tão cedo.
Fui tomar um banho, quando já escurecia, Bruna já tinha dado banho nas crianças, amava aqueles sobrinhos. Penteei os cabelos molhados, já que estava bastante calor e saí do quarto, senti uma mão em meu braço e me virei.
- Tudo bem, pai ?
- Olha, não vou mentir pra você, Juliana. Eu sinceramente, queria sua separação. – Arregalei os olhos, espantada.
- Pai ! Por que isso ? Não intendo ...
- Esse garoto só faz você sofrer, minha filha. – Ele falou baixo e olhou em direção a escada, para ver se alguém subia.
- Eu amo ele, é pai dos meus filhos e não é mais um garoto, como o senhor diz.
- Ele só é homem mesmo, para te fazer filho.
- Pai ! – O repreendi.
- Eu já te disse o que penso, pelo celular e vou continuar com minha opinião e te esperando, sempre.
- Eu agradeço, de coração...Mas intende, pai. Eu amo Luan e ele me faz feliz, pode apostar. – Sorri e meu pai, sorriu de leve.
- Eu acredito em você.
- Pois acredite! – Ele suspirou.
- Tudo bem, eu sei que o Luan é um bom menino e gosta de você também.
- Isso!
- Só espero que não faça mais coisas erradas. – Ele fez careta.
- (risos) Vamos mudar de assunto ?
- Vamos. Meus netos estão lindos.
- Eu sei.
- Convencida. – Eu ri e ele me abraçou de lado.
Escutamos passos e olhamos para a escada, Luan veio até nós e meu pai parecia mais aliviado, falou com ele direito e até o abraçou. Sorri para ele em forma de agradecimento e voltei para o quarto com Luan, que não tinha percebido nada, nessas horas que eu agradecia por ele ser lerdo.
- Vamos pro banho, amor?
- Já tomei, meu bem.
- Ah ! Queria você lá comigo. – Ele fez bico, já estava alegre.
- (risos) Eu te dou banho, quer ?
- Quero ! – Ele sorriu, parecendo uma criança que tinha acabado de ganhar um presente.
Fui até o banheiro com ele e tive que tirar sua roupa, o coloquei dentro do box e liguei o chuveiro no frio. Ele reclamou mais logo parou, quando eu comecei a ensaboa-lo
Passamos o final de semana ali em Londrina, em família. Nos divertimos bastante e até saímos para almoçar fora a noite. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Capítulo 164


- Lu-luan? – Me assustei.
- Tudo bem, meu amor ? – Ele sorriu para mim.
- Tudo, mas...O que está fazendo aqui ?
- Eu pedi para que Maísa te fizesse vir até aqui.
- É ? E para que ?
- Queria te fazer uma surpresa. – Olhei para mesa atrás de mim e voltei a olhar para ele.
- Então você ...
- Reservei o restaurante todo, só para nós. Senta. – Ele puxou uma cadeira e eu o encarei. Respirei fundo e me sentei em seguida. Comemos e aos poucos eu fui me soltando, ria das coisas que Luan fazia e falava, o pegava uma vez ou outra me fitando e sentia meu rosto corar de vergonha.
- Para que tudo isso ?
- Não está óbvio ? Eu quero voltar com você, me desculpar por tudo que te fiz. – Ele colocou sua mão por cima da minha, que estava em cima da mesa e a acariciou. Olhei para nossas mãos juntas e voltei a encará-lo.
- Você errou demais ...
- Eu sei, por isso que estou aqui. Eu amo você, Ju !
- Não sei o que eu faço. – Olhei para o teto e fechei os olhos, em seguida.
- Fica comigo ?
- Estou confusa.
- Vamos tentar de novo? Nós temos dois filhos pra criar. – Voltei a olhá-lo. – Por favor ! – Sua voz saiu em um sussurro. Pensei por um tempo e vi que me arrependeria se não ficasse com ele, o amava mais que tudo.
- Eu quero tentar de novo, eu amo você ! – Falei baixinho e vi um sorriso brotar de seus lábios.
Luan mudou da cadeira que estava e se sentou bem perto de mim, me olhou nos olhos e acariciou meu rosto com seu polegar.
- Eu vou dar o melhor de mim, porque você merece. – Sorri com suas palavras e logo senti seus lábios quentes nos meus. Nos beijamos com saudade, um beijo bom e bem demorado. Nos encaramos com um sorriso nos lábios quando terminamos aquele beijo e voltamos a comer.
- Eu vou postar uma foto disso tudo, para verem o quanto meu marido é dedicado ! – Peguei meu celular dentro da minha pequena bolsa.
- (risos) Vou ser muito mais, meu amor! – Sorri enquanto tirava a foto.

                              
                            “ Jantar romântico com o marido, tem coisa melhor ?  rs “

Luan me abraçou de lado e beijou meu rosto, vendo a foto que tinha acabado de postar, ainda estava com o celular nas mãos.
Comemos entre carícias e palavras bonitas, quando ele queria conseguia me conquistar e fazer com que eu fizesse tudo para ele. Saímos do restaurante e fomos para o carro de Luan, ele já tinha pedido para Guto ir levar meu carro para casa, já que tinha uma chave reserva, já com a intenção de irmos juntos, claro.
- Coitado do Guto, amor. – Disse rindo, já estávamos dentro do carro.
- (risos) Que nada, depois eu ainda tenho que agradecer a eles, me ajudaram demais ! – Suas mãos pousaram sobre minha perna, me fazendo sorri.
Continuamos o trajeto, me distraí olhando pela janela e quando me dei conta, não era para casa que estávamos indo.
- Para onde vamos, amor?
- Que tal uma noite só nossa?
- Hãn...E as crianças?
- Já está tudo planejado, paixão. Vamos passar uma noite só nós dois. – Ri dele, negando com a cabeça e voltei a olhar pela janela.
Chegamos em um lugar que eu nunca tinha visto, olhei direito e não acreditei.
- Motel, Luan ? – Arregalei os olhos, enquanto ele gargalhava.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Capítulo 163


Me sentei na cama e apontei com a mão, para que ela se sentasse também.
- Queria te pedir uma ajuda.
- Pode falar. – Ela prestava mais atenção.
- Sei que pisei na bola demais com a Juliana, mas eu queria que você me ajudasse a fazer alguma coisa pra ela. – Falava e passava as mãos pelos cabelos, sem jeito.
- Quer reconquistar ela, é isso ? – Ela tentava entender.
- Isso! Quero reconquistá-la, me ajuda ? – Ela me olhou por um tempo.
- Como você mesmo disse, já magoou demais a Juliana. Mas eu sei que a ama de verdade e sei também o quanto ela te ama, eu vou te ajudar. – Ela sorriu e eu respirei aliviado.
- Nossa ! Obrigado mesmo, eu nunca mais vou magoá-la, prometo. Você não vai se arrepender de ter me ajudado.
- Espero mesmo. – Ela disse séria, mas riu logo.
Começamos a conversar e Maísa me dava idéias para fazer algo, para Juliana. Depois de muita conversa decidimos o que fazer, me despedi dela e só então percebi que o dia já amanhecia, fui dormir feliz.
Acordei no outro dia e tomei um banho rápido, vesti minha roupa e desci para a recepção. Entrei na van, onde estavam todos.
- E ai galera ?
- Na hora, Luan ? Que milagre ! – Rober me olhava espantado, ri enquanto me sentava em sua frente.
- Eu sou pontual, rapaz.
- Sei.
- Ah, compra alguma coisa pra eu comer? Não comi nada no hotel.
- Não ? Deixa eu ver se entendi. Você não está atrasado, não comeu nada e o mais incrível, não esta de mal humor ?
- (risos) Me deixa, boi !
Todos da van riram, olhei para Maísa sentada ao lado de Guto e ela piscou para mim, retribuí o gesto me virando para frente. Olhei rapidamente para trás novamente e vi Guto rindo alto, negando com a cabeça, semicerrei os olhos, fuzilando Maísa e ela gargalhou.
Cheguei em casa e estava tudo quieto, fui até a cozinha e parecia que Maria já tinha ido embora, subi para o quarto e joguei minha mochila na cama, desci novamente as escadas e realmente não tinha ninguém em casa. Fui até a cozinha e abri a geladeira, a procura de um suco. Vi um bilhete de Juliana, na porta da geladeira enquanto bebia.“ Estou no parque com as crianças, deixei algumas coisas para comer em cima da mesa.”
Ela não escrevia bilhetes como antes, com “Eu te amo” ou “Beijos” no final, mesmo quando estávamos brigados e isso me preocupava, sorri ao mesmo tempo quando vi que ainda se preocupava comigo e por isso tinha deixado alguma coisa para eu comer. Comi tudo as pressas e subi correndo as escadas, aproveitando que Juliana não estava em casa. Preparei toda a surpresa, liguei para quem tinha que ligar e no final para Maísa que me desejou boa sorte, pude ouvir a voz do Guto abafada atrás dela. Não entendi o que falava, mais com certeza me zuava.

*

Fui passar um dia no parque com as crianças, estava precisando e não saíamos a muito tempo, já que estava trabalhando e os dias que estava em casa, Helena estava com febre, então resolvi ir assim que ela melhorou.
Entrei com eles em casa rindo, estava cansada por ter passado o dia fora, mas tinha valido muito a pena. Subi as escadas e logo avistei um pé do tênis de Luan, na porta do nosso quarto, era sempre bagunceiro e deixava as roupas e sapatos, espalhados. Arthur deu um gritinho assim que viu o seu tênis também e saiu correndo em direção do quarto, Helena resmungou e se esperneou para descer de meu colo, a coloquei no chão e ela fez o mesmo, correndo atrás do irmão. Entrei no quarto também e vi os dois pularem cima de Luan, que se assustou mas logo soltou uma gargalhada gostosa. Estava com os cabelos molhados e só de bermuda.
- Que saudades de vocês, meus amores ! – Ele os apertava.
- Eu também, papai. Queria ir em um show. – Arthur disse, ainda em seu colo.
- E vai, filho. Espera daqui a alguns dias. – Ele sorriu, voltando a abraçar o pai. – E você ? – Me virei para olhá-lo, já que estava arrumando algumas coisas em cima da cômoda do quarto, que estava uma bagunça, Luan já chegava bagunçando as coisas.
- Eu ?
- É.
- O que tem ?
- Está bem ?
- Estou.
- E Helena ?
- Bem melhor.
- Que bom ! – Ele sorriu olhando para Helena, do seu lado. – Hãn...Maísa te ligou.
- Ligou ?
- É, para o telefone fixo.
- Estranho, ela sempre liga para o meu celular. – Estranhei.
- Acho melhor você retornar.
- Vou fazer isso, olha eles para mim ? – Ele concordou e eu sai do quarto.
Liguei para Maísa, chamou e na quarta vez ela atendeu com uma voz de sono.
- O que foi ?
- Estava dormindo ? Luan me disse que você me ligou...
- Hãn...Estava.
- O que quer ?
- Quer o que ?
- Como, quer o que ? Você que me ligou antes.
- Ah é ! – Sua voz pareceu melhor, escutei que se mexeu, provavelmente estava se sentando.-  Então, vamos jantar hoje ?
- Vamos.
- Ótimo ! Guto está aqui e vai com a gente também.
- Ele está ai, é ? Por isso a voz de sono.
- (risos) Que mente poluída, Juliana. – Gargalhei.
- Mais em...Por que não ligou para o meu celular ?
- Estou com preguiça de colocar crédito e ligar para celular do telefone de casa, gasta muito. – Ela respondeu depois de uma longa pausa.
- Ah, entendi.
- Não sou mulher de Luan Santana, como umas e outras. – Rimos.
Escutei uma voz no fundo e falei com Maísa para ir ver o que seu amado queria, desliguei rindo, já imaginando a careta que tinha feito. Voltei para o quarto e Luan ria vendo tv, dessa vez com as crianças.
- Vem ver também, mamãe! – Arthur me chamou.
- (risos) O que estão vendo?
- Desenho...Bob esponja.
- Mamãe. – Helena também me chamava com as mãozinhas, me fazendo ri.
- Vem ver, Ju. – Olhei para Luan que também me olhava, com um sorrisinho no rosto.
Fui até eles e me deitei ao lado de Arthur, Helena deu a volta em cima do pai e do irmão e se deitou do meu lado, encostando sua cabecinha em mim.
- Helena, chata ! – Arthur reclamava.
- Não fala assim com sua irmã, filho. – O repreendi e voltamos a assistir o desenho.

A noite chegou e eu nem percebi, me levantei correndo e fui para o banheiro, tomar um banho. Me vesti :
                                                      

Fiz a maquiagem e desci as escadas correndo.
- Luci ? Cadê Luan ?
- Me pediu para ficar com as crianças essa noite, disse que tem uma reunião.
- Sei...Então eu também estou de saída, se soubesse que ele iria sair, não tinha marcado.
- Tudo bem, dona Juliana. Eu fico com eles sem problemas. – Sorri para ela e fui dar um beijo em meus filhos.
Cheguei em um restaurante que Maísa tinha me mandando por mensagem o endereço, parecia novo e não tinha ninguém por ali, estranhei mas entrei. Fui até a recepção que também estava vazia, confesso que estava com um pouco de medo, mas fui andando para dentro. Vi um reflexo no fundo do restaurante, que parecia mais um salinha reservada, caminhei até lá. Vi uma mesa linda montada, já com uma comida japonesa em cima, senti uma mão em minha cintura e me virei assustada.

Capítulo 162


Me levantei da cama, saindo dos pensamentos e tomei um banho relaxante, me troquei e antes de sair do quarto, tirei uma foto para postar.


                                                                “ Bora curtir ? “

Tentei ao máximo focar na legenda da foto e tentar cumprir o objetivo. Fomos para a pista de dança que estava completamente lotada, Maísa foi pegar uma bebida para nós, me entregou um copo quando voltou e praticamente me obrigou a dançar.
- Bora lá para cima, gatas! – Rober chegou com Guto atrás de nós, me assustando.
- Hãn ? Acho melhor não.
- Qual é, Juliana ? Só porque o patrão, está lá ? Vamos sim! – Maísa disse e me puxou pela mão, me fazendo seguir ela e os meninos.
- Olha quem eu achei... – Rober chegou perto de Luan, que conversava com um amigo, dizendo.
- Encontrou ? – Ele sorriu.
- Não me apresenta, Luan ? – O amigo de Luan disse e ele saiu do transe o olhando.
- Ah sim ! Me desculpa. Essa é Juliana, mãe dos meus filhos e Maísa, sua amiga.
- Tudo bem, lindas ? Já estava esquecendo como as mulheres do Brasil eram lindas.- O homem sorriu simpático para nós.
- (risos) Prazer, você não estava aqui ? – Perguntei curiosa, me referindo ao país.
- Não estava, tive que resolver algumas coisas da empresa no Estados Unidos por três anos.
- Uau !
- Você é empresário ? – Maísa perguntou e eu cutuquei ela de leve.
- Sou, essa casa noturna é minha.
- Entendi. – Sorri para ele, que retribuiu antes de começar a beber alguma coisa, que estava em seu copo. – Vou ao banheiro, vem comigo ? – Chamei Maísa com as mãos.
- Vou.
- Vai. – Luan sorriu cínico, revirei os olhos.
- Que homem é aquele ? – Maísa se abanou no banheiro, de frente ao espelho.
- (risos) Não sei, simpático não é ?
- Simpático, Juliana? Lindo, você quer dizer.
- Pode ser ! – Disse rindo.
Voltamos para perto deles, cortei a conversa dele com Luan na cara dura, começando um assunto sem nexo algum. Ríamos e o homem me encarava, parecia interessado. Via no rosto de Luan como estava incomodado com aquilo tudo, as vezes bufava baixinho e mexia no canudinho que estava em seu copo.
Depois de uma bela noite, fomos todos para van, voltando novamente para o hotel.
- A noite foi boa ... – Rober disse rindo.
- Muito boa ! – Fiz um olhar sedutor que fez todos rirem, menos Luan.
- Também gostei. – Maísa disse e pude jurar que vi Guto piscando para ela.
- O que eu perdi ? – Olhei de um para outro e todos da van gargalharam, enquanto ela corava de vergonha.

*

Já não estava mais agüentando o climão que estava com Juliana, fomos para uma balada e um amigo meu, deu em cima dela na cara de pau, não gostei nem um pouco mas também não dei de jeito nenhum o braço a torcer, Juliana me conhecia e via que estava visivelmente irritado e fazia as coisas ainda mais, para me irritar.
Tinha ficado uma vez com uma menina em sua frente, depois daquilo a vi por toda a semana com os olhos inchados de chorar, me doía ver aquilo, confesso que me arrependi completamente.
- Desculpa, mas a culpa é sua boi. – Rober falava, estávamos em meu quarto conversando.
- Eu sei que é, testa. Quero me acertar com ela logo, fiz burrada e assumo. – Bufei.
- Fez mesmo, ela ficou bolada...
- Eu sei que sim, também ficaria no lugar dela.
- Ficaria bolado ? Você iria morrer, isso sim ! – Ele ria.
Fomos para mais um dia de show e Juliana não estava naquele dia, estava em casa com Helena que estava com um pouco de febre, acho que era por sentir falta da mãe, já que sempre foi acostumada com Juliana por perto. Diferente de Arthur, que já pegou a fase dela trabalhando, já estava crescendo e na escola.
Fui pensativo e calado até o local, entrei no camarim e continuei do mesmo jeito.
- Ta quieto. – Disse Guto, já estava no camarim, me preparando para atender os fãs.
- Depois quero falar com você, Maísa. – Nem o respondi.
Ela olhou para mim curiosa e assentiu com a cabeça, sorri de leve. Atendi todos em meu camarim e logo depois subi no palco, me emocionei com minha nova música romântica, era linda e me lembrei perfeitamente de Juliana, me falando que tinha amado a letra. Um amigo meu que tinha feito e me mostrou, ela se empolgou e quase implorou para que eu a gravasse, confesso que na hora não me interessei muito, mas depois que gravei entendi o que Juliana viu na música.
Fui para o hotel assim que terminei o show, tomei um banho e me troquei, mandei uma mensagem para Roberval chamar Maísa em meu quarto, já que estavam todos juntos no hall do hotel, fazendo um lanche da madrugada.
- Oi...Me chamou ? – Ela entrou, assim que dei espaço.



"Que bom que estão gostando e comentando, amores. Vejo que as opniões estão divididas ... Será que vou surpreender vocês ? :x E mesmo se você não gostar do que vem por ai, ainda vai rolar muita coisa viu ?! Não dá pra fazer tudo por todas, infelizmente :/ Beijos "

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Capítulo 161


Saí do quarto e fui até o de Arthur primeiro, que ainda via televisão.
Falei com ele que viajaríamos e fui para o quarto de Helena, que também estava acordada. Liguei mais uma vez para minha mãe e disse que já queria ir para lá, ela disse que mandaria um jatinho alugado me buscar, ainda era começo de noite. Arrumei a mala das crianças e desci com elas para a sala.
- Papai não vai ? – Arthur perguntou.
- Não, meu amor.
- Ah, por que ? Queria ele com a gente, estou com saudades! – Suspirei.
Escutei passos descendo as escadas e me virei:
- A gente ainda vai ficar muito juntos, filho. – Luan sorriu e o abraçou, logo depois fazendo o mesmo com Helena.
- Vamos agora.
- Não vai se despedir, mãe ? – O pequeno me perguntou.
Olhei para Luan que também me encarava, selou nossos lábios bem demorado e eu me soltei dele assim que pude, peguei as malas e sai com as crianças, para um táxi que já nos esperava.
Passei alguns dias em BH e conversei bastante com minha mãe, que me convenceu a não pedi o divórcio de imediato, mas também não iria voltar atrás da minha decisão.
Deixei as crianças em casa com Luci, assim que voltei novamente para São Paulo e fui para o aeroporto, Luan teria um show em Curitiba. Liguei para o Ânderson assim que cheguei e logo ele mandou um motorista, para me buscar e deixou meu nome autorizado na recepção.
- Quero conversar com você, Ânderson. – Disse para ele, assim que cheguei e ele mandou que eu o seguisse até uma sala reservada.
Ouvi passos atrás de mim e olhei rápido para trás, não tinha visto Luan ali.
- Pode falar, Juliana.
- Eu... – Dei uma pausa assim que o vi entrar. – Quero, pedir demissão.
- Oi ?
- Isso mesmo, não quero continuar trabalhando aqui.
- Mas não tem nem um mês que está aqui, o que houve ?
- Só não quero mais. – Suspirei.
- Deixa Ânderson, pode dar a demissão dela. – Luan se pronunciou.
- Eu sinto informar vocês, mais...O contrato que você assinou, Juliana. Diz que para pedir demissão ou ser demitida, só depois de dois meses.
- O que ?
- É isso mesmo.
- Meu Deus, por que não me falaram ? – Passei as mãos pelo rosto.
- Eu achei que não precisasse. – Ânderson deu de ombros.
- Ele deu o contrato na sua mão, não leu ? – Disse Luan.
- Não achei necessário... – O fuzilei os olhos.
- Então, já não é mais problema nosso. – Ele me encarou pela última vez e saiu.
Bufei e andei rápido até o elevador, olhei para Ânderson enquanto a porta se fechava e ele me encarava sem entender nada.
Me joguei na cama com as mãos sobre o rosto, pedi algo para comer e me sentei na cama pensando em como iria conseguir conviver mais dois meses com Luan. Comi, assim que a comida chegou e tomei um banho frio e demorado, já que fazia calor. Me vesti :

                                                 
Rober bateu na porta do quarto, me gritando e escutei seus passos apressados se afastando, antes mesmo que eu abrisse a porta. Saí do quarto e ele caminhava ao lado de Luan até o elevador, diminui meus passos rezando para que eu não conseguisse pegar a porta ainda aberta, mais foi em vão.
- Oi... – Entrei no elevador e me escorei de braços cruzados na barra de ferro que tinha nele.
Luan olhava para o nada e eu encarava o chão, o clima estava péssimo e Rober percebia. Na van Luan tentava o máximo que podia, sorrir e fazer palhaçada como sempre, mas se via que era tudo fachada, estava forçado.
Não trocamos uma palavra no camarim e em nenhum outro lugar, falei com os fãs e assisti o show do lado do palco como sempre, voltamos para o hotel do mesmo jeito.
Me deitei na cama assim que chegamos, liguei o ar condicionado e me cobri com um edredom grosso, meu celular vibrou em minha mão.
“Esquece essa idéia louca de divórcio . Eu te amo, Juliana!! – Dizia a mensagem de Luan.
Fiquei fitando o celular por um tempo e mais uma vez as lágrimas insistiram em cair. Peguei no sono com o celular em minha mão ainda.
                                                                  {...}

- Não agüento mais ! – Me joguei na cama.
- Só mais alguns dias, Ju. – Maísa tentava me animar, completamente em vão.
- Sério, não sei se agüento.
- Que exagero, amiga ! – Ela dizia rindo.
- Estou com ódio de tudo.
- Imagino...Que tal uma baladinha, pra animar ?
- Não.
- Vamos sim, vai.
- Eu não quero, me respeita por favor ?
- (risos) Não te respeito, nada. Vamos escolher uma roupa. – Ela se levantou indo em direção da minha mala.
- De jeito nenhum, eu vou então. Mais eu escolho a minha roupa.
- Ótimo ! Daqui a trinta minutos, eu passo aqui.
- Hãn ? – Ela saiu rindo da minha cara de indignada. Bufei voltando a me deitar.
Estávamos no Rio de Janeiro, o show que seria naquele dia tinha sido adiado e por aquele motivo, todos resolveram ir para uma balada ali pertinho do hotel mesmo, eu não queria mais topei. Ainda não estava falando com Luan, já fazia quase dois meses que estava trabalhando com eles e a cada dia que passava eu dava graças a Deus, não pelas pessoas que trabalhavam ali, pelo contrário, eram todos ótimos. Mas sim pelo fato de ainda não estar falando com Luan, não estava pensando muito no divórcio mas ainda continuava “separada” dele, o amava muito e por isso não queria me divorciar, outra no meu lugar já tinha o largado. Fomos uma vez para uma balada no interior de Goiânia e Luan ficou com uma garota, estava meio alegre por conta da bebida e de cara fechada para mim, como já era de costume. Fiquei indignada naquele dia, chorei e disse que nunca mais olharia para ele, considerei aquilo como uma traição, já que não tínhamos nos separado oficialmente. A minha sorte foi que não tinha nenhum fotógrafo tirando fotos da balada naquele dia e não estava com muita gente lá dentro. Resolvi não pensar mais naquilo, iria me arrumar logo, antes que desistisse de sair daquele quarto.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Capítulo 160


                                                         {...}

Estávamos em casa em mais um dia de folga, estava morrendo de saudade dos meus filhos que eu não via a uma semana. Ainda não estava falando direito com Luan, só o necessário e não tocamos mais no assunto que tivemos no quarto, fiquei muito magoada. Brincamos um pouco com as crianças na sala, depois do almoço, ainda sem trocar uma palavra. Luan teve que ir para um reunião em seu escritório e eu subi com eles para o quarto, me deitei com os pequenos do meu lado e liguei a tv em seguida.
- Estava com saudades, mamãe! – Dizia Arthur, passando as mãozinhas sobre meu rosto.
- A mamãe também, estava morrendo de saudades dos meus bebês. – Abracei e beijei os dois que riam, sem parar.
Dei um banho neles e coloquei uma roupinha quente em cada um, já que estava bem fresco naquele dia. Tomei um banho rápido também e mais uma vez descemos para a sala, preparei uma mamadeira para Helena e Arthur fez birra querendo uma também, fiz e nos sentamos no sofá.
- Você nem mama, meu filho.
- Mas hoje eu quero, mamãe!
- Só hoje.
- Ta bom. – Me sentei no meio dos dois, Arthur pousou sua cabeça sobre mim e Helena se encostou de lado no sofá. Tirei uma foto dela e postei para as meninas no twitter, que pediam sempre, mas nunca dava para eu postar :
                                     
                                                       “Coisa linda da mamãe !! “ 

No final da tarde Luan voltou para casa e se juntou as crianças, olhava para ele e ele para mim, mas nunca dizíamos nada, já estava mais que chato aquele clima todo. Subi para o quarto e os deixei na sala, me deitei na cama e fechei os olhos e as palavras de Luan no dia da nossa briga no hotel, veio em minha cabeça. Sem perceber senti meu rosto molhar, tentava limpar as lágrimas e mais ainda escorriam, decidi ter uma conversar séria com Luan e terminar com aquilo de uma vez por todas, não estava mais agüentando aquele clima terrível, acabei pegando no sono.
Acordei e vi que já estava escuro, saí do quarto e do corredor mesmo eu ouvi as risadinhas das crianças. Desci as escadas devagar e vi que ainda brincavam com Luan. Jantamos aquele dia e Luan mesmo fez questão de colocá-los para dormir, fui para o quarto me trocar e respirei fundo para nossa conversa.
- Eu quero conversar com você e dessa vez é sério! - Falei para ele, assim que entrou no quarto.
- Pode falar.
- Eu venho pensando a muito tempo nas suas palavras, naquele dia no hotel... – Ele me encarou e suspirou olhando para cima.
- Eu peguei pesado. Me desculpa, Juliana.
- Não quero suas desculpas, eu decidi uma coisa e quero te falar.
- Decidiu ? O que ?
- É, decidi.
- Não estou entendo.
- Eu pensei nas suas palavras ...
- Desconsidera minhas palavras, por favor ?
- Não, Luan...Eu não desconsidero. Pensei muito e-eu quero o divórcio. – Luan olhou para mim franzindo a testa, parecia não acreditar no que estava ouvindo.
- O que ? (risos) Você está brincando, não é ?
 - Não, não estou.
- Hãn? Você só pode estar brincando, Juliana. Pirou ?
- Eu não pirei não e já decidi. Nós não podemos continuar assim.
- Não pode haver nem uma briguinha que você já quer se separar, não sabe superar as coisas.
- Se você não gosta de conviver bem com uma pessoa, o problema e todo seu. Eu gosto de viver bem, de ser feliz.
- E você não é comigo ?
- Eu sou. Mas não quando brigamos sem parar e quando você tem esses ataques de grosserias.
- Eu dou ataques ? E você, Juliana ?
- Ta vendo, já chega disso !
- Isso tudo, por causa de algumas mulheres em meu camarim ...
- Que você deu trela.
- Já disse que é meu trabalho.
- (risos) Primeira vez que vejo trabalho, igual esse seu !
- Já chega, Juliana. Quer saber, você quer esse maldito divórcio ? Ótimo, você vai ter. Eu NÃO vou mudar nada do meu trabalho, uma das coisas que mais amo nessa vida, por SUA causa !
- Ótimo saber disso, aquela entrevista que demos a um tempo, foi completamente mentirosa não é?
- Não. Eu ouço sim suas opiniões, quando é para melhorar. Isso que você está fazendo é completamente ridículo.
- É não é ? Fica tranqüilo que já você se livra de mim. – Sorri cínica para ele e sai do quarto batendo a porta com força. Respirei fundo e decidi que não trabalharia com Luan aquela semana e nem nunca mais, na outra semana eu voltaria para avisar a todos. Liguei para minha mãe chorando, que me deu conselhos e disse para eu ir passar alguns dias lá com meus filhos, aceitei e voltei para arrumar as malas.
- A onde você vai ? – Luan perguntou quando viu minha mala em cima da cama, saía do banho.
- Passar uns dias na casa dos meus pais.
- E as crianças ?
- Vão comigo, claro.
- O Arthur tem escola.
- Deixa que isso, eu resolvo. – Me levantei e fechei a mala.
- E seu trabalho ?
- Eu peço demissão, PATRÃO !

Capítulo 159


Vi o show na lateral do palco como todas as vezes, mas diferente de todas as vezes, fiquei de braços cruzados e com cara fechada. Luan me olhava as vezes, percebendo minha cara emburrada, fiquei escondida e decidi não falar com os fãs, como falava sempre, para que não percebessem nada.
Fomos para o hotel calados, todos já percebiam o clima que estava dentro daquela van, dei um tchau de leve assim que chegamos na porta do hotel, para as fãs que se encontravam ali e logo subi na frente, escutei passos apressados atrás de mim e antes que a porta do elevador se fechasse, Maísa entrou nele junto comigo.
- O que você tem, Ju ? – Ela perguntou, enquanto subíamos.
- Nada ! – Olhei para o lado.
- Tem sim, aliás, você e o Luan também. Me conta vai, eu sou sua amiga ou não ? – Respirei fundo olhando para ela.
- Você viu como o Luan está grosso hoje, não é ? E para completar umas piriguetes entraram no camarim para dar em cima dele, na minha presença e o que ele fez ?
- Pela sua cara, nada !
- Isso mesmo. – Cruzei os braços, bufando.
- Ju, o que ele faria ?
- Você está defendendo, porque não é com você.
- Não estou defendendo ninguém ...
- Ta bom. – A porta do elevador se abriu e nós saímos.
- Eu sei que é chato, eu também sou esquentada e você sabe.
- E como sei !
- (risos) Conversa com ele.
- Eu vou tentar, mas você não sabe como ele é quando está de mal humor.
- Eu vi como é.
- Aquilo que você viu, não é nem a metade. – Ela fez careta.
- Tenta, vai !
- Eu vou tentar sim, mas eu também estou brava agora e se ele falar algo, vai ter briga. - Entrei no quarto antes que minha amiga falasse algo. Me sentei na cama e tirei meus sapatos, troquei de roupa sem tomar banho mesmo, não tinha suado. Escutei a porta se fechando e olhei na direção da mesma .
- Quero conversar com você. – Falei assim que ele entrou e tirou sua camisa.
- Fala.
- Eu não gostei daquelas...Mulheres, no seu camarim, dando em cima de você na cara de pau e o pior, na minha presença.
- Hãn ? – Ele parou o que fazia, para me olhar.
- Isso mesmo, que você ouviu !
- O que você quer que eu faça ? A culpa não é minha.
- Não deixe elas entraram, simples.
- Simples? Como eu não vou deixar uma pessoa entrar em meu camarim, Juliana?
- Não deixando. Coloca FÃS no lugar, se você se incomoda tanto em não atender ninguém.- Falei irônica.
- Elas pedem e não tem como eu negar.
- Não seja por isso, as fãs quase morrem ...
- Me poupe do seus ciúmes idiota, Juliana! – Ele pegou sua toalha de banho.
- Você podia me respeitar pelo menos.
- Eu te respeito. – Ele falou devagar e se virou me olhando.
- Não parece...Pra que deixar elas fazerem aquilo?
- Meu Deus, você quer que eu seja grosso com todas ?
- Com elas não pode, mas comigo...
- Com você o que, Juliana ? Você só reclama cara, eu faço TUDO pra você.
- (risos) Eu só reclamo, não é ? Eu não faço NADA pra você. Não fico em casa, não cuido dos seus filhos, não aceitei parar de trabalhar a onde era meu sonho, não vim trabalhar aqui por você ...
- Eu te pedi, não te obriguei a nada.
- E é assim, que me agradece. – Me levantei da cama.
- Vai ficar jogando isso na minha cara ? Quer saber, Juliana ? Eu não te obriguei a nada, você se casou comigo porque quis, teve filhos comigo porque quis.
- Você é um idiota !
- (risos) Eu sou ? Só porque falo a verdade ? Se você quiser, existe divórcio, meu amor! – Paralisei naquela hora e olhei para ele sem acreditar em sua últimas palavras. Meus olhos lacrimejaram e ele olhava para mim, parecendo só então pensar nas coisas que acabou de dizer.
- O que você disse ? – Minha voz saiu quase que em um sussurro.
- Ta vendo, o que você me faz dizer ? – Ele me olhou por mais um tempo e entrou para o banheiro. Me deitei na cama e suas palavras ficaram em minha cabeça, não sabia o que pensar e acabei dormindo, foi melhor do que pensar naquelas coisas.

Capítulo 158


- É sério, nós estamos precisando de um médico mesmo, para nos acompanhar. Seria ótimo, nós dois grudadinhos, em ?
- (risos) Só você mesmo, pra inventar isso.
- Eu não inventei, Juliana. O Anderson está pensando nisso mesmo e eu falei que iria falar com você, ele adorou !
- É ?
- É. Outro dia passaram mal e não tinha médico, nem hospital próximo da cidade.
- Tudo bem, posso pensar ?
- Pode, amor. – Selou nossos lábios. Luan subiu para o quarto dizendo estar com sono e eu continuei sentada no sofá, pensando se aceitaria ou não, sua proposta. Meu celular tocou do meu lado.
- Oi amiga !
- Amiga, né ? Esqueceu que eu existo... – Ri do exagero de Maísa.
- Tem como te esquecer ?
- Acho que não ... (risos) Mas enfim, está tudo bem com você ?
- Tudo ótimo !
- Alguma novidade ?
- Luan me chamou para trabalhar como médica da equipe, estou pensando...
- Pensando em que ? Está louca ? Tem que aceitar.
- Calma ! – Ri.
- Calma nada, vocês vão ficar juntos sempre.
- É, pode ser.
- É, pode ser ... – Ela me imitou. – Você é uma chata !
- (risos) E você, tem novidades ?
- Tenho, mas não muito boas. Estou sem emprego.
- Por que ?
- Decidi sair, não estava gostando muito.
- Entendo...
- Vou desligar, amiga ! Até mais.
- Até, beijos. - Subi para o quarto e Luan não estava dormindo e sim, brincando com as crianças na cama, eles riam sem parar. Me juntei a eles na brincadeira e assim passamos o resto da tarde e a noite.
Acordei cedo no outro dia e por incrível que pareça, Luan já estava acordado vendo televisão:
- Bom dia, meu amor !
- Bom dia. – Ele sorriu, selando nossos lábios. Me juntou mais a ele e ficamos vendo tv daquele jeito. - Amor, não sabe quem quebrou a perna. – Luan quebrou o silêncio.
- Quem ?
- O Marreta, caiu um dia desses.
- Coitado, está trabalhando ainda ?
- Ta sim, já vai tirar o gesso.
- A sim!
- Mas acho que vai ter que dar um tempo, precisa de fisioterapia.
- Verdade.
- O Ânderson disse, que se encontrássemos uma para contratar seria bom.
- Sério ? Eu sei uma ! – Me sentei na cama empolgada.
- Quem ?
- A Maisa, ela está sem emprego mesmo.
- Que ótimo! Fala com ela, amor.
- Pode deixar, depois eu te dou a resposta.  – Voltei a me deitar em seu peito.
- Tudo bem, vou falar para o Ânderson. - Nos levantamos mais tarde e Luan passou pelo quarto das crianças e os acordou, almoçamos e passamos o resto do dia brincando no tapete da sala, como gostavam. Falei com Maisa sobre ela trabalhar com Luan também e ela amou a idéia, já foi no escritório no outro dia e assinou o contrato . Estava pensando seriamente em aceitar sua proposta também, seria bom.
- Só estou pensando, amor. Vou ter que deixar as crianças. – Eu conversava com Luan.
- Amor, você pode levar a Helena.
- Não, se for para deixar eu vou deixar os dois. O Arthur já está naquela fase e se eu deixar ele e levar a Helena, vai piorar tudo.
- Tudo bem então, amor.
- Nos finais de semana eles podem ir, não é ?
- Claro ... – Decidi aceitar a proposta de Luan. Conversei com Luci, que disse que ficaria sem problemas com eles, as sextas feiras eles iriam também e no domingo voltaríamos. Luan arrumou um pouco sua agenda e decidiu não fazer shows nas segundas, teria bastante folgas também.

                                                           {...}

 Eu e Maisa, já estávamos trabalhando com o Luan a duas semanas. Estávamos gostando muito, todos eram simpáticos e criamos uma amizade incrível, já conhecia e falava com todos, mas conviver nos tornou bem mais íntimos. Fomos para mais um show em Goiás, Luan se preparava em seu camarim e eu fui até o camarim da banda. Daiane, a back vocal da banda, estava grávida e deu uma queda de pressão, nada demais.
- Está tudo bem, Day. Tem que se alimentar mais, antes de subir ao palco. – Falei já guardando as coisas que usei, para examiná-la.
- Pode deixar, Ju. Obrigada !
- De nada, querida! Se cuida e cuida desse pequeno ai.
- (risos) Vou me cuidar, logo também eu saio.
- Sério que você vai sair da banda ?
- Mas eu volto. – Ela sorriu e eu acenei para ela e para todos, saindo do camarim. Andei até o camarim de Luan, que já tinha atendido as fãs e impressa, passei por seu segurança na porta que me olhou com uma cara estranha, não liguei e entrei, sem bater mesmo. Luan conversava com uma mulher loira, não olhei direito quem era e já fui passando para o outro lado.
- Desculpa atrapalhar, só vim guarda. – Levantei as coisas que estavam em minha mão. Não estava ligando para aquilo, realmente, já estava acostumada. Nas duas semanas trabalhando com eles, já vi muita mulher dando em cima na minha presença, mas sempre entendi o trabalho dele e nunca liguei. Não estava muito perto de Luan naquele dia, pelo simples fato de ter se atrasado todo mais cedo, ficou estressado e de mal humor o resto do dia, dando fora em todo mundo. Me virei novamente e olhei bem para aquela mulher, a conhecia de algum lugar:
- Olá, querida ! Não lembra mais de mim ? – Ela sorriu, cínica.
- Hãn ?
- (risos) Já vi que não, sou a Helo. – Semicerrei os olhos, lembrei daquela mulher insuportável.
- Ah, me lembrei de você. – Sorri cínica, igual a ela.
- Quanto tempo, não é ? Você mudou um pouco.
- Para melhor, não é ? Já você continua igualzinha. – Me sentei no sofá, cruzando as pernas.
- (risos) Não é mais aquela criança, quando te conheci.
- Eu, criança ? (risos) Imagina, querida ! - Ela me olhou por um tempo e logo sua atenção voltou para Luan novamente, que não dizia nada. Começaram a conversar e do nada a louca da mulher começou a dar em cima dele, na cara dura, Luan não respondia as “cantadas” mas também não fazia nada para se livrar dela, o que me deixava com raiva, mas não demonstrava. Ela saiu do camarim quando Rober disse que Luan já subiria no palco, fiquei encarando Luan que mexia em seu cabelo, calado. Para completar uma ex-bbb que boatos diziam, que já tinha ficado com Luan, entrou no camarim e não foi diferente da outra, me irritei profundamente com aquilo.