segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Nova fanfic !

Está aqui, amores, o link da minha terceira fanfic. Eterno Amor ! Espero que gostem e o grupo do face vai ser o mesmo, quem tiver face, bora participar que agnt "interage" melhor por lá haha Beijoos ! http://eternoamorfanfic.blogspot.com.br/2013/10/primeiro-capitulo.html

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Agradecimentos !

Amores, mais uma fanfic terminada e eu to muito feliz por isso, quando comecei a escrever nunca pensei que daria tão certo, mas a gente vai evoluindo com o tempo, né? rs Espero que tenham gostado de coração e vocês não tem ideia do quanto me fazendo feliz cada capítulo comentado, cada sugestão dada e até crítica feita, eu adoro quando interagem comigo. Vou começar uma nova fanfic, acho que mais "madura", com mais "acontecimentos" e eu espero de coração que gostem, eu estou gostando muito das minhas ideias, rs. Mas é isso, o grupo do face vai ser o mesmo, só vou mudar o nome e colocar o da nova fanfic, espero que continuem comigo e interajam bastante também, podem dizer realmente o que estão achando, qualquer coisa. Muito obrigada de novo por mais uma fanfic terminada e vou falar uma verdade pra vocês, se depender de mim eu nunca vou parar de escrever pra vocês, viu ?! Só quando as coisas "apertarem" de verdade, mas isso a gente deixa pro futuro, não é ? Então vamos continuar nosso caminho e mais uma vez, muito obrigada por me ajudarem nessa segunda fanfic, como prometido, vou evoluir a cada dia mais. Beijos, Manoela !

Último Capítulo



Resolvi fazer uma surpresa para Juliana, amei tudo do jeitinho que foi e dava para perceber em seu rosto, que também estava amando aquilo tudo. Não agüentei esperar para combinar tudo e decidi fazer tudo sozinho mesmo, com nossos filhos, minha família e os pais dela, que adoraram a idéia. Combinei tudo com sua amiga também, que fez tudo direitinho e segundo ela, Juliana não desconfiou de nada, estava linda com o vestido que eu mesmo havia escolhido e deixei de lado, aquele negócio do azar. Eu a amava demais para dar azar com um simples vestido, nós quem fazemos um casamento e tenho certeza que dessa vez, nunca mais vamos nos separar. Contei como fiz tudo para ela dentro do carro e logo chegamos no local da festa, uma fazenda linda, que eu mesmo fiz questão de escolher também.
Aquela noite foi realmente especial, nos surpreendemos quando Arthur nos chamou, estava de mãos dadas com uma menina, conhecia aquele rostinho. Envergonhado se aproximou, Juliana se lembrou dela.
- Luíza? Nossa, como você cresceu ! Lembro de você nanica. – Dizia ela rindo.
- Sou eu, tia Ju ! A senhora está linda ...
- Obrigada, você que está ... Cadê sua mãe e seu pai?
- Não puderam vir, estamos morando no condomínio de vocês e eu estudando com o Arthur. – Ela o olhou, os dois estavam envergonhados.
- Entendi ! Ele nunca me falou. – Juliana colocou as mãos na cintura, se fingindo de brava.
- Na verdade ... Nos reencontramos agora, tinha me mudado para Salvador.
- Nossa ! Mas vocês rodam, em. – Dessa vez, eu que disse.
- (risos) Pois é, tio. Mas dessa vez é pra ficar e ainda mais agora que ... – Ela parou de falar.
- Que ? – Incentivei.
- Estamos namorando, pai e mãe. – Arthur disse, com receio.
- Sério? Que ótimo ! – Juliana esmagou os dois em um abraço e depois fiz o mesmo, fazendo eles rirem. Eles se afastaram e ela me disse que dessa vez estava feliz e que finalmente seu filho tinha encontrado a menina certa, gargalhei.
A festa foi incrível, comemos, bebemos e no final o DJ começou a tocar, fomos para a pista de dança que tinham montado ali e não nos importamos com nada, dançamos muito e todos também se juntaram a nós. Chamei Juliana para dançar uma música lenta que tocava, ela veio ao meu encontro depois de jogar o buquê e ele cair para Maísa, que brigou com as outras por ele, nos fazendo ri, já estava de casamento marcado com meu amigo e personal, Guto e dessa vez o buquê seria usado mesmo.
- Aqui é muito lindo também. – Dizia ela.
- É sim, eu comprei para nós. – Sorri.
- Sério? – Assenti, enquanto olhava sua carinha surpresa.
- Olha ali. – Olhei por cima de seu ombro e vi que Helena, beijava um menino enquanto dançava com ele. Ela se virou e me olhou rindo.
- Estão crescendo.
- É, eu perdi minha princesa. – Ela selou meus lábios.
- Não perdeu! – Sorri para ela. – Eu também pensei que tinha perdido meu príncipe, mas não ... Fico feliz que não tenha feito nada quando viu isso, me surpreendeu. – Ela se referia a Helena e o menino.
- Como você é boba, amor. Sabia que era tudo charme!
- Eu sabia. Você é manhoso, que eu sei. – Rimos e eu a beijei, esquecendo que todos estavam ali em volta. Escutei os gritos do pessoal e logo uma chuva de pétalas de rosas brancas em nossas cabeças, sorri quando abri os olhos novamente e vi seu sorriso iluminado em minha frente. Aquele que me fez acordar e ir dormir feliz, por vários anos, aquele que me deu tudo que eu precisava para ser feliz, me deu filhos maravilhosos e uma família incrível, aquele que eu me desconhecia em relação a ciúmes e brigas sem motivos. Passamos por muitas coisas, mais aquele sorriso, me fazia continuar e lutar por tudo que queria.

 “ Nem todo ponto final indica fim de história, pode ser só o começo de um novo parágrafo. Não existe cedo ou tarde, não existe tempo certo ou errado. As coisas acontecem quando tem que acontecer.“ 

                                                     Fim ! 
                                                                                               Manoela Ribeiro.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Penúltimo Capítulo


Todos os meus amigos estavam ali vestidos com trajes de gala, não acreditei quando vi minha mãe em uma espécie de altar e meu pai ao meu lado, os pais de Luan também estavam ali, sua irmã também, no altar com seu namorado e boa parte de sua família. Mas meus olhos pararam nele, que estava lá também de terno, com um sorriso lindo no rosto. Deixei uma lágrima escapar, estava começando a entender.
- Não chora se não estraga a maquiagem, amiga. Vai lá, que hoje é o seu dia. – Sorri para minha amiga, que limpou de leve meu rosto e correu para o “altar”, só então vi meus filhos ali também, que sorriam para mim e vi o quanto aquele local estava perfeito, meus olhos brilhavam olhando em volta.

                                                 

 - Nossa! – Foi o que eu disse, antes de uma música começar a tocar e me pai me dar o braço para que eu segurasse. Sorri para ele e assim fiz. Prestei a atenção na música que tocava e sorri, era uma música nova que Luan havia lançado e que eu tinha falado, que eu mais gostei.
 “ Tem dias que eu acordo pensando em você e passa um segundo, vejo o mundo desabar. E aí que cai a ficha que eu não vou te ver, será que esse vazio um dia vai me abandonar? Tem gente que tem cheiro de rosa de avelã, tem um perfume doce de toda manhã, você tem tudo, você tem muito. Muito mais que um dia eu sonhei pra mim, tem a pureza de um anjo querubim, eu trocaria tudo, pra te ter aqui. Eu troco minha paz por um beijo seu, eu troco meu destino pra viver o seu, eu troco minha cama pra dormir na sua, eu troco mil estrelas pra te dar a lua. E tudo que você quiser e se você quiser, te dou meu sobrenome. “ 
Chorei como nunca havia chorado na frente de tanta gente, meu pai me deu um beijo no rosto antes de entregar minha mão para Luan, pela segunda vez, deu uma risadinha por isso e eu o acompanhei, mesmo com as lágrimas descendo.
 A cerimônia foi linda e Luan secava minhas lágrimas que descia carinhoso, sorri com aquilo e demos um longo beijo, no final, bem ousado e todos gritaram, paramos rindo e caminhamos novamente para a entrada. Entramos em um carro e eu via que os outros carros, que estavam estacionados do outro lado, nos acompanhavam.
- Você é doido?
- Por você, meu amor. Não agüentei esperar e confesso que acho linda essa sua carinha de surpresa.
- (risos) Eu vou te bater. – Ele grudou nossos lábios e fomos daquele jeito, até um local, que eu imaginava que teria uma comemoração.
- Você gostou ?
- Se eu gostei ? Ta brincando ! Tudo que eu mais queria. Como conseguiu me esconder tão bem as coisas ? - Contei com a ajuda de todos.
- (risos) Meu Deus ! Eu amei tudo, nunca fui tão surpreendida em toda a minha vida !
- Que ótimo, meu amor. Dessa vez é pra sempre !
- Amém ! Vamos pra onde ?
- Você já vai saber ...

Capítulo 187


- (risos) Calma, muié. Eu vim aqui ficar com você, eles sabem que sou seu marido e me deram a chave.
- Você não é meu marido. – Ele revirou os olhos.
- Eu vim te fazer um pedido e dependendo da sua resposta, vamos ser felizes para sempre. – Ri com aquela frase.
- Pode falar. – Ele se sentou na cama e se aproximou de mim, cruzei a perna estilo índio e fiquei o olhando. - Ju... – Ele respirou fundo e olhou para os lados, logo voltou a olhar para mim. – Volta comigo? E não fala nada antes que eu termine. Eu amo você tanto. – Ele acariciava meu rosto, fechei os olhos para sentir seu toque. – Sei que errei, mas acho que já paguei o suficiente por tudo, não consigo viver mais sem você, descobri que você é meu tudo. – As lágrimas já caiam de seus olhos, ele fungou e continuou. – Por favor? Fomos feitos um para o outro, temos dois filhos e até moramos juntos, todos sabem que estamos juntos e aqui. – Ele tocou no meu peito, do lado esquerdo.- Aqui, nunca nos separamos e você sabe disso, o que você quer que eu faça? Eu já fiz tudo que eu podia mais se quiser, eu faço mais. – Me aproximei dele e toquei seu rosto, sorri quando me olhou. Já estava cheia daquilo e decidi por um ponto final, o abracei com todas as minhas forças, ficando de joelhos na cama, me arrepiei quando sentir seus lábios frios em meu ombro e pescoço. Sentei em seu colo e o beijei, um beijo molhado por suas lágrimas, ele aprofundou o beijo colocando suas duas mãos em minha nuca e me puxando mais para ele. – Casa comigo? – Sorri com aquele pedido, vi seu sorriso também.
- Com direito a tudo? – Brinquei e ri.
- Claro, com direito a tudo. Eu quero me casar com você de novo e dessa vez, nunca mais vamos nos separar.
- Eu estava brincando ...
- Mas eu não, eu quero me casar com você certinho e já planejo isso a séculos. Quero pra ontem, já estou ficando velho. – Ele fez careta e eu ri, selando mais uma vez os nossos lábios.
- Não está, amor.
- Eu te amo, sabia? Não faz mas isso comigo? Não me vejo mais sem você, eu morro...
- Shiu, não fala mais isso. – O beijei e fiz com que caísse para trás, ficando por cima dele. Tirou minha camisola com cuidado e devagar. Nos amamos com calma, apesar da necessidade que um sentia do outro. Fomos para banheira do quarto, quando terminamos, fui em seu colo e ele se sentou comigo lá dentro.
- Você encheu aqui?
- Enchi quando cheguei e trouxe isso também. – Pegou um champanhe, que estava do lado. Sorri, enquanto o via colocar em duas taças que também estavam ali. Bebemos e ríamos como dois adolescentes, me lembrei de todo o começo, como o conheci e ele contava rindo como ficou depois do toco que o dei, antes de se encantar com ele. Ria com ele e revirava os olhos em algumas falas.
Fui trabalhar na hora marcada e ele continuou ali, a felicidade estava estampada em meu rosto, estava rindo atoa, de bom humor e confesso que me vi até mais jovem no espelho da minha sala. Voltei já tarde da noite e ele via tv esparramado na cama, de boxer verde, parecia que ainda tinha seus vinte anos. Sorri e me aproximei, tirei os sapatos e me deitei em seu peito, levantei a cabeça e beijei sua boca em seguida. Parecia nossa viajem de começo de namoro, sorria com os planos que ele fazia para o futuro e nosso casamento, realmente parecia que estávamos voltando no tempo.

                                                           {...}

 Estava em casa em um final de semana de folga, meus filhos tinham ido passar o final de semana com sua tia, sua avó e seu avô. Varri a casa, já que Maria não tinha ido naquele dia, escutei a porta se abrindo e Maísa entrando afobada por ela.
- O que foi? – Ri.
- Jú, vamos ali.
- Ali aonde, doida?
- Ali comigo, eu preciso te mostrar uma coisa. – Ela falava rápido, estreitei os olhos e subi as escadas para trocar de roupa.
Chegamos ao tal local e parecia mais um estúdio de fotos, olhei para Maísa sem entender.
- Por que me trouxe aqui?
- Queria te mostrar, amiga. Fui chamada para fazer uma campanha de fotos de vestidos. – Ela falava animada.
- E precisava me trazer até aqui? – Cruzei os braços.
- Claro! Vou fazer agora.
 - Ah! – Ela saiu apressada e logo surgiram várias pessoas. Maísa vestiu um vestido longo e vermelho, lindo. Fizeram sua maquiagem e me sentei a vendo tirar as fotos, que com certeza ficariam lindas.
- Que tal você fazer com sua amiga? – O fotógrafo me olhava.
- Hãn? Eu?
- (risos) Você mesma, é linda.
- Obrigada, mas não.
- Por favor, a campanha vai ficar linda. – Maísa me olhava implorando, suspirei e me levantei assentindo com a cabeça, ela bateu palmas animada. Me deram um vestido branco longo, com pedras para vestir e confesso que era lindo demais, arrumaram o meu cabelo e fizeram uma maquiagem incrível.
- Nossa! Estou linda.
- Você é, meu amor. – O maquiador falava engraçado, ri.
Me juntei a Maísa e fizemos algumas fotos e até sozinha eles me fizeram fazer, eram todos muitos simpáticos. Entramos em um carro e agora as fotos seriam em ar livre, confesso que estava gostando daquilo.
- Só irem andando, que já vamos. – Eles pegavam seus equipamentos, assentimos com a cabeça e começamos a andar. Puxei a barra do vestido para não sujar, já que era uma espécie de grama, o lugar era lindo. Maísa começou a me puxar e eu fiquei sem entender, quando paramos eu não acreditava em que os meus olhos viam.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Capítulo 186


Depois de três anos, a nossa rotina continuava a mesma, eu e Luan ainda estávamos do mesmo jeito e eu ria de noite, acho que já era um tipo de jogo meu, mas estava bom daquele jeito. Arthur já tinha se separado da Ana, o que eu e Helena demos graças a Deus, mas ficava com um bico o dia todo, o que era irritante. Helena já queria namorar e nem me falou nada, para ajudá-la a pedir ao pai, ela mesmo disse para ele que daqui a uns tempos chegaria com um rapaz, o que me fazia ri das caras do Luan, ele estava achando que era mentira.
- Arthur, você pegou meu notebook de novo. – Ela chegou na cozinha estressada, Arthur estava em um de seus dias “ruins”, já estava maior que eu, com seus dezesseis anos.
- Eu peguei emprestado, Helena. Não sabe o que é isso?
- E você não sabe pedir?
- Eu já vou devolver, o meu está no concerto.
- Não interessa, você deveria ter me pedido.
- Você é uma chata.
- Não tenho culpa se largou aquela mala e agora fica descontando aqui em casa.
- Depois não reclama.
- Parem já, com isso ! – Me irritei.
- Mãe, o Arthur está um chato esses dias. Vai arrumar outra namorada, não existe só uma mulher no mundo.
- Eu te pedi opinião?
- Parem com isso e venham comer, se não os dois vão ficar de castigo. – Luan os olhou, sério e eles sossegaram e se sentaram. Almoçamos em silêncio e depois cada um subiu para seu quarto, emprestei o meu notebook para Arthur e pedi que devolvesse o de Helena, assim ele fez, emburrado mas fez.
Ficamos na sala e Luan estava sério naquele dia, não estava falando muito e nem fazendo graça, como sempre costumava a fazer.
- O que foi com você? – Perguntei.
- Quer saber? Eu estou cansado disso, por que não voltamos?
- Luan! Está bom assim ...
- Não...Não está, Juliana. Que droga ! Custa você voltar comigo?
- Custa você esperar um pouco?
 - Mais? Eu já esperei nove anos. – Suspirei.
- Tudo bem, eu vou te falar ainda essa semana.
- Não, eu quero agora.
- Espere mais um pouco.
- Não espero!
- O que é? Pegou a chatice do seu filho?
- Não, Juliana. Você que me enrola esse tempo todo e eu cansei de correr atrás de você e está sempre sorrindo.
- Você não corre atrás de mim.
- Imagina! – Ele riu irônico.
- Eu vou pensar.
- Escolhe agora, é a última vez que eu falo. – Ficamos nos olhando por um tempo.
- Agora não! – Me levantei e subi as escadas rápido. Sabia que estava enrolando ele mesmo, mas assim estava bom. Nunca o proibir de ficar com mulher nenhuma e ele não ficava, pelo que eu ficava sabendo, porque simplesmente não queria. Me deitei na cama e respirei fundo, dormir para não ficar pensando, minha cabeça explodiria.
Depois de uma semana, Luan ainda estava o mesmo, não falava direito comigo e só sorria quando conversava com os filhos ou outra pessoa, que não seria eu. Tive que fazer uma viagem de trabalho, substituir um médico em Florianópolis, ficaria só dois dias por lá. Me despedi dos meus filhos e disse para Maria ficar de olho neles, Luan estava fazendo shows a uma semana.
Trabalhei o dia todo naquele dia e cheguei no hotel muito cansada, tomei um banho e logo apaguei. Acordei no outro dia , vi uma rosa em cima do criado mudo e a peguei, estava cheirosa, amava aquele perfume de flores. Voltei a me deitar na cama, olhei no relógio e ainda eram dez horas, me lembrei que só trabalharia a tarde naquele dia. Fechei os olhos e os abri sentindo um cheiro diferente no ar, mas bem conhecido pra mim. Abri os olhos devagar e me assustei quando o vi parado em minha frente, esfreguei os olhos e pensei que estava sonhando.
- Luan? O que faz aqui? Como conseguiu entrar?

Capítulo 185


A menina acenou para todos e se sentou ao lado de Arthur, sorri. Almoçamos e resolvi perguntar algumas coisas a ela, para se sentir mais a vontade.
- Você mora aqui mesmo... – Quase congelei quando pensei que esqueceria o nome da menina, Arthur me olhou. – Ana ?
- Hãn...Moro sim, em outro condomínio.
- Entendi. – Sorri. – Estuda na mesma sala que o Arthur?
- Não, eu faço o primeiro ano. Só estudamos na mesma escola. – Estreitei os olhos, ela era dois anos mais velha que ele. Luan puxou assunto também e começaram a conversar, ela era faladeira e nem um pouco tímida, fazia gestos com as mãos e perguntava várias coisas para ele, diferente da menina que eu imaginei que meu filha namoraria, pelo seu jeito de ser mesmo. Depois Maria trouxe a sobremesa, que estava ótima e Ana elogiou. Arthur foi levá-la até a portaria,quando seu pai ligou que estava esperando por ela. Me sentei na sala com Luan e Helena.
- Não fui com a cara dela. – Luan riu de mim. – Para! Estou falando sério.
- Juliana, você está com ciúmes.
- Não é ciúmes, eu só não gostei dela. É muito...Dada? – Fiz careta e ele gargalhou. – Tudo bem, Luan. Não dá pra conversar com você, quando for a Helena eu também vou rir da sua cara. – Ele parou de rir e me encarou.
- Mãe, posso falar? – Ela se aproximou de nós, assenti com a cabeça. – Também não fui com a cara dessa Ana. E nem vai precisar ri da cara do meu pai, o meu namorado vai ser legal. – Ela riu e eu a acompanhei.
- Mas não fala nada pro seu irmão, filha. Deixa ele, se é isso que ele quer. – Ela assentiu.
- É, deixem ele. – Helena subiu para o seu quarto. - Você e sua filha, tudo igual.
- Como você é bobo!
- Eu gostei da menina, é bonitinha e tal.
- Eu não disse que ela era feia, você escutou eu dizendo isso?
- Que grossa! – Ele riu e se aproximou, me afastei e ele se jogou por cima de mim.
- Para! Você anda muito abusado.
- E quando você vai ceder e ficar comigo de vez?
- Isso não vai acontecer.
- Não? – Neguei com a cabeça, enquanto ele sorria e se aproximava. Colou os nossos lábios e me beijou com gosto. Sugava minha língua para dentro de sua boca, tentei afastá-lo no começo, mas depois resolvi ceder. Escutei a voz do Arthur do lado de fora, com certeza falava com algum vizinho. Afastei Luan com força, que se sentou sem entender.
- O que foi? – A porta se abriu antes que eu respondesse e ele riu.
- E aí? – Arthur se aproximava.
- Já levou ela? – Luan perguntava.
- Já.
- Conheceu o pai dela?
- Eu já conhecia ele. – Fez careta e Luan gargalhou.
- Já? – Perguntei dessa vez.
- Já sim, mãe. Vou subir agora, conversar com ela por skype. – Ele ia em direção a escada.
- Não tem dever?
- Tem, depois eu faço. – Ele gritou já do topo dela.
- Está vendo? Dá um jeito. – Falei para Luan, que só sabia sorrir e minha vontade era de bater nele. – Para de ri, depois que as notas dele caírem, eu quero ver! – Cruzei os braços e eles me abraçou de lado.
- Não vão cair, para de exagero. Ele não disse que ia fazer? – Olhei para ele fazendo bico. – Minha manhosa. – Selou nossos lábios e logo aquele selinho se transformou em outro beijo.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Capítulo 184


Revirei os olhos e voltei para mesa, não falei mais nada a noite toda, apenas bebi moderadamente. Me deu até sono e eu pedi para ir embora, decidiram que também iriam.
- Vou chamar o Luan. – Rober disse e se levantou, assenti com a cabeça. Fui para van na frente e fiquei os esperando lá, logo apareceram. Fui o caminho todo em silêncio, enquanto eles brincavam.
- Está tudo bem, Ju? – Marla perguntava.
- Está sim, cabeça doendo. Acho que bebi uma bebida muito forte. – Fiz careta e ri de leve. Me deixaram quieta e voltaram a brincar, Luan colocava sua mão em minha perna, já que estava ao meu lado e eu a tirava, ele sorria daquilo descaradamente.
- O que você tem, Juliana? – Ele me perguntava, quando chegamos ao quarto de hotel.
- Não tenho nada, não ouviu?
- Nossa! Não te entendo...
- Claro que não, depois quando eu não quiser viajar com você, não reclama!
- O que foi que eu te fiz, mulher?
- O que? Só me deixou de lado a noite toda. Foi você que me convidou pra vim, sabia?
- Desculpa, eu nem percebi.
- Claro que não, estava ocupado com outras coisas. – Fui para o banheiro e escutei sua risada abafada. Fiquei com mais raiva ainda e bufei. Troquei de roupa e voltei para o quarto, Luan já estava jogado na cama apenas de boxer.
- Não vai tomar banho? – Perguntei me deitando.
- Eu não.
- Porco, estava suado.
- Estava, não estou mais. – Ele riu.
 Liguei a televisão, senti seus braços em minha barriga e seu rosto em meu pescoço, logo sua perna por cima das minhas.
- Nossa, desgruda! – Tentava me afastar, enquanto ele ria.
- Perfume bom. – Cheirou meu pescoço, tentei me afastar novamente.
- Para com isso, vai caçar uma mulher.
- Se eu tivesse trago aquela pra cá, você não iria gostar.
- Por mim. – Dei de ombros. – Desde que não trouxesse para esse quarto.
- Como você é ciumenta.
- Faz tempo, que eu não sinto ciúmes de você.
- Será mesmo? – Fechei meus olhos e ele riu.
Voltamos para casa, no outro dia depois do almoço. Estava passando, para ir até o quarto de Helena, levar um lanche para ela, que brincava com sua boneca desde que chegamos, quando ouvi vozes vindo do quarto de Arthur, fui até lá.
- Mas pai, será que a mãe não vai brigar? – Dizia ele.
- Não! Eu te ajudo a falar pra ela.
- Espero mesmo, não quero ela matando minha namorada. – Ele riu com Luan. Arregalei os olhos, quando escutei a última palavra.
- Não vai, você já está na idade de namorar mesmo. – Que raiva do Luan.
- Oi, posso saber o que os lindos estão conversando? – Entrei no quarto e eles me olharam assustados.
- Não é nada, mãe.
- Anda, estou esperando. – Continuei os olhando.
- Fala, filho. – Luan finalmente se manifestou. Arthur olhou assustado para ele e depois para mim.
- É-é que...
- Que?
- Está bem, mãe. Eu estou namorando e queria trazer ela aqui, para conhecerem.
- É assim? Não pergunta se pode?
- Mãe! Eu sou homem, já tenho treze anos.
- Nossa, que homem!
- Deixa o menino, Juliana.
- E você fica quieto, quando Helena estiver nessa fase vou fazer o mesmo. – Saí do quarto, os deixando com cara de taxo. Escutei passos apressados atrás de mim e segurei o riso.
- Que história é essa de Helena nessa fase, Juliana? Ta louca?
- Eu não, só disse a verdade. – Dei de ombros. Entrei no quarto da minha filha e Luan não me acompanhou. Conversei um pouco com Arthur a noite e não teve jeito, tive que aceitar seu tal namoro, mesmo o achando muito novo para isso. Luan dizia que era ciúmes, mas não era, quando chegasse a vez de sua filha ele entenderia, estava achando que aquele dia nunca chegaria.
Marcamos um almoço para conhecer a menina, deixei tudo preparado e estava realmente disposta a aceitar aquilo. Ficamos vendo tv, enquanto Luan contava alguma de suas histórias para descontrair, algumas engraçadas, nos fazendo rir bastante. As crianças adoravam aquilo tudo, os olhos de Helena brilhavam, mas não gostava de cantar ou algo do tipo, ela gostava mesmo era daquela vida que o pai levava, de viajar para todos os cantos e conhecer pessoas, de trabalhar naquele meio, já imaginava um futuro para ela. Arthur gostava de ouvir, mas nunca pareceu muito interessado e Luan não fazia nada para pressioná-lo, disse que deixaria sem o menor problema ele escolher o que vai querer ser quando estiver maior, que era direito dele e eu concordava plenamente.
O dia do tal almoço chegou, tomei um banho correndo, quando cheguei do hospital. Passei pelo corredor e Helena desceu comigo para cozinha, já estava de banho tomado, com seu laço no cabelo e toda perfumada. - Hum, que cheirosas! – Luan disse, assim que entramos.
- O senhor também está, papai. Sempre foi. – Ri com ela, enquanto me sentava de frente para ele. Conversamos um pouco, enquanto Maria terminava de preparar as coisas, Arthur iria vim com a menina, não demorou muito para a porta se abrir e passos se aproximarem da cozinha.
- Nossa! Já está todo mundo aqui. – Arthur ria sem graça e Helena gargalhava.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Capítulo 183


                                                      {...}

 O final de semana passou e fomos para o Rio de Janeiro, nos hospedamos em um hotel de luxo de frente para o mar, as crianças estavam encantadas. Briguei com Luan por ter reservado o mesmo quarto para nós.
- Vão pensar que voltamos.– Eu me sentava na cama com raiva, enquanto ele ria.
- Podia mesmo!
- Para com isso, Luan. Eu não vou voltar com você. – Me levantei e me aproximei dele, que ainda achava graça de tudo. Me empurrou com força e eu caí deitada na cama, o que me fez o olhar indignada, se deitou por cima de mim e prendeu meus braços com suas mãos, em cima da minha cabeça. Tentei virar o rosto mais me cansei e ele me beijou, enquanto eu me esperneava em baixo de seu corpo.
 A noite, fomos para o local do show, falei com várias fãs que me paravam e depois fui para o seu camarim, onde se encontravam sua produção e seus pais, com meus filhos.
- Está aí, Ju?
- Estou, Marizete. Fui falar com as fãs. – Conversamos mais um pouco e logo anunciaram que o show começaria. Todos saíram do camarim e Luan me segurou, quando já estava na porta.
- O que foi?
- Um beijo de boa sorte? – Revirei os olhos.
- Nada disso, não vem se acostumando com isso, não!
- Não vou, só um. – Ele fez bico, me fazendo ri. Selei seus lábios rápido. - Depois não reclama, quando eu pedir outra mulher.
- Pode pedir. – Dei de ombros. – Já era pra ter arrumado outra mesmo, vive me enchendo.
- É? – Assenti com a cabeça, enquanto ele grudava nossos corpos. Me beijou com intensidade, puxava meus cabelos por baixo. O afastei rápido quando ouvi o barulho da porta se abrindo.
- Vamos, mãe? – Arthur dizia.
- Va- Vamos.
- Por que não voltam logo? Vivem se agarrando pelos cantos. – Arregalei os olhos com sua fala.
- Hãn...Ta doido, Arthur?
- Mãe! Eu vejo as coisas, até Helena que é desligada já percebeu.
- Percebeu, o que? Nós somos seus pais, nos respeitem. – Bati em Luan, que ria.
- Bom show, pai. – Arthur saiu rindo. Fuzilei Luan os olhos, antes de sair também.
O show foi perfeito, Luan se emocionou com uma homenagem que as fãs fizeram para ele e no final até voltou e cantou mais algumas músicas, que pediam. Fomos para uma pizzaria primeiro, comemos várias pizzas e confesso que já estava explodindo, deixei as crianças no hotel com os pais do Luan e seguimos para uma balada, para terminar a noite em grande estilo.
- Eu podia ir. – Arthur resmungava, fazendo todos rirem.
- Está doido, Arthur? Balada é coisa de adulto.
- Eu já sou adolescente.
- Está bem adolescente, quando você ficar de maior você vai.
- Hãn? Nunca, com meus quinze anos eu já vou.
- (risos) Vai sonhando.
- Não vou, pai?
- Vai, filho. – Ele sorriu vitorioso, encarei Luan que também ria.
Chegamos em uma balada que estava lotada, falamos com alguns repórteres, que vinham com a mesma pergunta de sempre “Voltaram?” E a resposta era sempre a mesma “ Não!” Mas assim como as fãs, que desconfiavam das nossas “ficadas” Eles também desconfiavam.
Nos sentamos em uma mesa e pedimos uma bebida, Luan se levantou e disse que iria ao banheiro.
- Nossa, cadê o Luan? – Olhei em meu relógio, pela terceira vez. Já fazia meia hora que tinha saído dali.
- Não sei, Ju. Deve está por aí! – Os meninos riam. Me levantei e fui até ao bar pegar mais uma bebida, Arthur me ligava e eu fui para um canto atender. Falava que Helena queria comer doce e estavam brigando, apenas por isso, tudo era motivo para as brigas. Mandei que dessem o doce dela e falei para pararem de brigar, como se me ouvissem. Estava voltando para onde estava, quando vi de longe, que Luan conversava com uma mulher encostado na grade. Na verdade, ele não conversava, quase comia o decote dela com os olhos e falava quase selando os lábios dela.

Capítulo 182


                                                {Seis anos depois}

 Estava voltando para casa depois de mais um dia de trabalho, em meu consultório. Sim, voltei a trabalhar depois de alguns anos, meus filhos estavam crescendo cada dia mais e o tédio me consumia, então decidi que voltaria. Luan não gostou muito, mas eu não me importei, não tínhamos nada. Por todos esses anos, ele ainda insistia para que eu voltasse com ele, mas achei que daquele jeito estava bom, apesar de as vezes, ou quase sempre, sentir saudades das nossas noites. O pessoal nos chamavam de doidos, depois de três anos separados, Luan pediu para voltar a morar comigo e eu simplesmente aceitei, sim, estávamos vivendo juntos a três anos, mas não tínhamos nada. Ele insistia, mas eu não cedia, confesso que ficávamos as vezes, parecíamos dois adolescentes, apesar dos meus trinta e cinco anos e quarenta do Luan, que já estava completando vinte e quatro anos, de carreira, mas ainda continuava o mesmo, brincalhão e seu rostinho de criança também não mudava.
- Está a onde, Juliana? – Ele me perguntava por telefone, estava a caminho de casa.
- Já estou chegando, Luan. Acabei de sair do consultório.
- Está dirigindo e falando no telefone?
- (risos) Ué, você que me ligou. Está no viva voz, coisa chata!
- Ainda bem. Já estou em casa, te esperando para almoçar.
- As crianças, já estão aí?
- Estão.
- Tudo bem, beijos. – Me despedi dele e desliguei o celular.
Cheguei em casa e já escutei a falação vindo da cozinha, deixei minhas coisas no sofá e fui até eles.
- Para, Arthur! – Helena gritava. Viviam brigando, Arthur já entrando na adolescência com seus treze anos e Helena com nove.
- O que foi, em? – Me aproximei deles.
- Mãe, o Arthur não quer me dar o meu copo.
- O copo não é seu e eu quero esse.
- Parem com isso! Arthur, não acha que já está grande demais para ter briguinhas com sua irmã.
- Ela começa, mãe.
- E você, não fala nada? – Olhei para Luan, que apenas nos olhava.
- O que você quer que eu fale?
- Não sei, talvez fazer parar essa briguinha. – Passei por ele e fui até o armário, peguei um copo igual o que Arthur estava na mão e dei para Helena, que sorriu.
 - Uai. – Revirei os olhos.
Comemos com a falação das crianças, contavam as coisas para Luan, que ria. Já estava fora a uma semana, fazendo seus shows.
- Ah! Nesse final de semana que comemoro vinte e quatro anos de carreira, Juliana...
- Eu já sei.
- Posso terminar? – Assenti rindo. – Vou fazer um show no Rio e depois combinamos uma comemoração, quero que vá com as crianças.
- Ah, eu quero, mãe! – Helena já falava.
- Eu também. Tempão que não vou em um show do papai.
- Tudo bem, nós vamos! – Terminamos de almoçar e fomos para sala, comemos doce e ficamos brincando a tarde inteira. Eles sentiam falta do pai e amavam aquele momento, apesar de estar separada dele, eu não me importava com aquilo. Subi para o quarto e fui tomar um banho, ainda estava com a roupa que tinha chegado. Lavei meus cabelos e suspirei quando senti a água morna em minha pela.
- Ah! – Ia gritar mais alto quando taparam minha boca, tinha sentido alguma coisa em meu pescoço. – Está doido, Luan?
- (risos) Não.
- Saí daqui, eu estou pelada.
- Eu já vi isso tudo mesmo.
- Para com isso, estamos separados. – Falei a última coisa devagar, para que entendesse bem.
- Isso é só doce, seu.
- Você que pensa... – Ele me virou e me encostou na parede gelada, rápido. Me beijou com força, não consegui resisti e envolvi seu pescoço com os meus braços. O afastei de mim, quando tentava colocar uma de minhas pernas, em sua cintura.
- Para! – Minha voz falhou, quando senti sua boca em meu pescoço.
- Não. – Ele resmungava.
- É sério, Luan. Eu não vou transar com você.
- Quem disse que eu quero transar com você? – Ele me olhava, com uma sobrancelha erguida.
- Não quer?
- Não... – Colou sua boca em meu ouvido. – Quero fazer amor com você! – Sussurrou em meu ouvido e eu estremeci. Não agüentei e cedi de novo a mais um de seus encantos, que dessa vez foi mais além, antes eram só beijos que me roubava.

domingo, 6 de outubro de 2013

Capítulo 181


- Não, não estamos. Seu pai que está chato hoje. – Sorri para ele e fui em direção ao banheiro.
- E você está uma graça em pessoa hoje, Juliana. – Ouvi ele gritar e ri sozinha. Nem mais raiva eu conseguia ter das crises dele, ainda estava na cara que nos amávamos, mas ainda sim não pensava em voltar.
Tomei um banho demorado e voltei para o quarto, eles viam tv e comiam pipoca, gargalhando. Me deitei ao lado de Helena, Luan estava no meio dos dois.
- O que estão vendo?
- Olha pra televisão que você vai saber. – Revirei os olhos com a resposta de Luan, abracei minha filha e prestei a atenção na tv.
Os dias que passamos ali foram ótimos, me divertir muito e até de madrugada acordávamos para pescar, Arthur estava amando aquela vida. Eu e Luan tivemos algumas briguinhas, que da minha parte, foram completamente bobas. Ele estava com ciúmes de mim e fechava a cara para tudo, nem falava comigo quando falava com ele, eu ria na presença de todos mesmo, que se assustavam com a minha reação e riam também. Estava no banheiro, um dia antes de irmos embora, Luan entrou rápido ali e eu me assustei. As crianças estavam com os outros, na mesma lanchonete que sempre ficávamos, já era noite.
- O que foi? – Me virei assustada para ele.
- Você está muito engraçadinha por esses dias, Juliana.
- (risos) Ah! É isso? – Ele se aproximou e eu me afastei, parei de ri quando senti minha bunda encostar na pia do banheiro.
- O que foi? Quero ver você ri disso. – Agarrou meus cabelos com as mãos, forte, o que fez minha cabeça se inclinar para trás. Me juntou mais a ele, pegando com sua outra mão em minha cintura e colou nossos lábios, em um gesto rápido. Nosso beijo era apressado, com pegada, paixão e fogo. Ele me segurou pela cintura e me colocou sentada ali em cima, ficou entre minhas pernas enquanto ainda me beijava. Ficamos ali por alguns minutos, até o meu fôlego ir embora e eu cortar aquele beijo com mordidas.
- Vo-você...
- (risos) Seu beijo ainda continua o mesmo, ainda não sei como consegui ficar sem ele por todo esse tempo. - Não deveria ter feito isso.
- Você gostou!
- Quem te garante?
- Sua língua dentro da minha boca.
- Idiota!
- Minha vez de fazer piadas agora, Ju.
- As suas não tem graça.
- (risos) Agora é sério! Volta comigo? – Estreitei os olhos.
- O que?
- Volta pra mim? Eu quero você de volta.
- Não posso...
- Por que? Para com isso, Juliana. Você já me deu a lição que queria. – Desviei meu olhar do seu.
- Eu não vou voltar com você, me magoou demais.
- Eu já sofri o bastante, você não acha? Quase te perdi em um acidente, estou me controlando nessa sua faze de solteira soltinha. – Voltei a olhá-lo.
- Quem sabe algum dia, deixa que o tempo dirá.
- Por favor? – Ele implorava. Respirei fundo.
- Eu não vou volta, pelo menos, não agora. Ainda estou com a cabeça a mil por hora e quero mais tempo pra pensar e colocar meus pensamentos no lugar. Deixa o tempo passar, Luan. Não insisti! – Desci de onde estava sentada.
- Eu já esperei, tanto. Eu te amo! – Ele falava muito baixo, mais um pouco longe e eu não ouviria. Quase cedi e me derreti, mas desviei mais uma vez meu olhar.
- Me dá um tempo, por favor? Não me sufoca.
- Tudo bem. – Ele suspirou. – Posso te pedir uma última coisa?
- Pode. – Olhei em seus olhos, que brilhavam.
- Me dá um beijo? Eu juro que não insisto mais. – Continuei o olhando e resolvi atender seu pedido. Me aproximei dele e envolvi seu pescoço com meus braço, vi um sorriso em seus lábios, e os selei. O beijei com toda a força e desejo que tinha em mim, como se aquele fosse o nosso último beijo e não podia arriscar, podia ser mesmo. Me separei depois de alguns minutos e dei um abraço apertado nele, o apertei e ele fez o mesmo, cheirou o meu pescoço e eu dei um beijo no seu, antes de olhar novamente para ele e sair dali.

Capítulo 180


Fomos em direção ao seu carro, vi que tinha mais dois carros atrás do dele.
- Pensei que iríamos com seus pais.- Falei assim que me sentei, no banco do carona.
- Meu pai me emprestou o carro dele, não caberia todo mundo.
- Verdade.
- O resto do pessoal está indo naquele outro.
- Quem mais vai?
- Guto, Rober, Maísa e as amigas da Bruna.
- Ah! – Ficamos em silêncio e na metade do caminho, Luan ligou o som. As crianças cantavam as músicas que tocavam, nos fazendo rir.
 Chegamos já a tarde, fomos direto para uma pousada linda que tinha ali, falei com os outros assim que descemos e caminhamos até os quartos.
- Você vai ficar comigo? – Disse assim que Luan entrou no quarto.
- Vou...Algum problema? Os quartos estão cheios.
- Entendi. Não, nenhum. – Ele passou por mim e entrou no banheiro.
Fomos todos dar uma volta, depois de um tempo. Estava mais lindo ainda aquele lugar, almoçamos em um restaurante da pousada e depois fomos para uma lanchonete que tinha do lado de fora, na beira do rio mesmo, a vista era linda. Conversávamos e ríamos, os pais de Luan voltaram mais cedo, por estarem cansados. As crianças não quiseram ir e também ficaram conosco, ria das coisas que Guto e Rober falavam. Chegou mais um grupo com várias pessoas, pareciam ter a nossa idade também, três homens e duas mulheres, se sentaram em uma mesa do nosso lado. Só tinha nós e agora quele grupo de pessoas ali, o lugar era bem tranqüilo.
- Quero refrigerante. – Arthur dizia.
- Não pode tomar muito isso, você bebeu muito no almoço.
- Só esse, mamãe?
- Tudo bem, vou buscar. – Me levantei e me estiquei, Rober fez uma piada sem graça e eu fiz careta. Fui pegar a bebida do meu filho e voltei para mesa.
- Aquele povo ali do lado, devem ser estrangeiros. – Dizia ele.
- Por que? – Me apoiei na grade que separava ali do rio, depois de dar o refrigerante de Arthur, estava sol ali e eu estava com um pouco de frio.
- Nunca viram brasileiras, porque estão comendo as mulheres daqui com os olhos.
- (risos) Que exagero! – Olhei para mesa deles, que realmente me olhavam.
- Exagero, nada. Estão te olhando agora.
- Vai ver, reconheceram o Luan.
- Mais o Luan está aqui, Ju! – Guto apontou para Luan do seu lado e eu gargalhei, junto com as meninas. Quando já escurecia resolvemos ir embora, me abaixei e peguei Helena no colo, os meninos riram e eu fiquei sem entender.
- O que foi?
- Agora estão comendo sua bunda com os olhos. – Arregalei os olhos, enquanto eles ainda riam, com a exceção de Luan.
- Credo, Guto! – Voltamos para a pousada. Luan foi tomar seu banho, enquanto eu via tv com as crianças. Me levantei assim que saiu.
- Fica com eles? Vou tomar banho.
- Fico. – Ele secava seus cabelos de costas para mim.
- Vamos sair, ainda hoje?
- Eu pelo menos não. – Passei por ele e voltei, assim que cheguei na porta do banheiro.
- Por que está com essa cara?
- Não estou com cara nenhuma.
- Olha pra mim então.
- Não quero. Vai tomar seu banho, Juliana.
- Credo! Me fala o que foi?
- Já disse que não foi nada. – Ele se virou para me olhar.
- Foi sim, você não estava assim e depois que almoçamos ficou.
- Como você mesma diz, eu não tenho nada com a sua vida.
- O que tem haver? Está assim por mim?
- Não quero brigar com você. – Ele se virou novamente.
- Me fala só o que é ...
- Tudo bem, Juliana. Foi você quem pediu, eu não gostei da sua roupa de hoje e muito menos o jeito que estava se insinuando.
- Eu? Estava me insinuando?
- Estava, para aqueles homens.
- Que homens? Os da lanchonete? Me poupe, Luan. – Eu ri.
- Para com isso! Estava sim.
- Não estava, me diz o que eu fiz?
- Empinou essa...Bunda pra eles.
- (risos) Eu não empinei bunda pra ninguém, só me abaixei e peguei minha filha no colo.
- E essa roupa? Você não tem mais dezoito anos.
- Ta me chamando de velha? – Estava levando aquilo na brincadeira, Luan estava percebendo e ficando mais irritado ainda, prendia o riso.
- Estou, isso que você é. – Ergui uma sobrancelha.
- E você é o que, então?
- Posso ser mais velho que você sim, e por isso não me comporto desse jeito. Baladinhas, roupinhas justas...
- Ah, para! Você vai em balada sim e suas calças ainda são justas. – Disse rindo.
- Ri mesmo.
- Você é muito engraçado. Já que eu perdi meus dezoito anos, como você diz, namorando com você, vou usar minhas roupas agora. Ainda estou em forma, não é?
- Perdeu, namorando comigo? – Me olhou indignado. – Não, você não está em forma.
- Sério? – Fiz bico e ri depois. – Obrigada pela dica, vou malhar mais e quem sabe arrumar um namorado.
- Você está muito engraçadinha hoje, arrumaria um emprego no circo.
- (risos) Você acha?
- Não tem mais jeito, por mais que malhe. Nunca esteve em forma, não sei como fiz filho com você.
- Dois. – Fiz gesto com a mão rindo.
- Pois, é. Dois ainda por cima.
- (risos) Pra você ver.
- Mãe, pai? – Olhamos para trás. – Estão brigando? – Arthur nos olhava atendo, assim como Helena. Tinha esquecido a presença deles.

sábado, 5 de outubro de 2013

Capítulo 179


- Em Londrina.
- Isso eu sei, quero saber o lugar.
- Em uma balada.
- Por que não está em casa com seus filhos?
- O que é, Luan? Estou me divertindo, o que você tem com isso? – Já comecei a ficar irritada, a bebida fazia efeito.
- Tenho tudo, era pra está com meus filhos.
- Pois eles estão muito bem em casa e se quiser falar com algum deles, ligue para lá.
- Você bebeu?
- Já disse que não te interessa, agora para de me perturbar e vai cuidar da sua vida! – Desliguei antes que falasse algo e saí em direção a pista de novo, bufando.
- O que foi? – Maísa chegou ao meu lado.
- Luan me ligou, só para me perturbar.
- O que você disse pra ele?
- A verdade, que ele vá cuidar da vida dele.
- (risos) Você não tem jeito, Jú! – Ela deu um gole de sua bebida.
- Não quero saber de Luan, quero me diverti! – Sorri, para um rapaz que passava e me olhava. Maísa negou com a cabeça ao meu lado, estava namorando e não estava ficando com ninguém ali, eu também não queria ficar com ninguém, confesso que era só diversão mesmo.
Voltamos para casa às quatro horas da manhã, me despedi de Maísa, que parecia brigar com Guto por mensagem. Troquei de roupa e me joguei na cama, dormir muito rápido.
Acordei no outro dia, com uma falação vindo do quarto das crianças. Me levantei e tomei um banho frio, troquei de roupa e fui até lá.
- Pensei que não acordaria hoje, Juliana. – Me deparei com Luan lá, que sorria irônico para mim.
- Pois acordei. – Retribuí seu gesto.
- A gente estava te esperando pra almoçar, mamãe. –Arthur falou.
- É? Vamos então. – Olhei em seu relógio de parede e já marcavam quatro horas. – Podiam ter comido, já é tarde.
- Estamos sem fome. – Sorri e descemos as escadas.
Almoçamos a macarronada que Maria havia feito, mas já tinha ido embora e nem deu tempo de agradece-lá, pela noite passada.
- Pai, pede! – Arthur cutucava Luan, enquanto eu bebia meu suco.
- Hãn...Juliana, meus pais, a Bruna e alguns amigos, vão comigo para o pantanal amanhã. Não quer ir com as crianças?
- Não sei...
- Por favor, mamãe. Tanto tempo que não vamos.
- Vou ver, Arthur.
- Quero ir também, mamãe. – Helena falava com sua fala fina, o que me fazia sorrir.
- Tudo bem, vamos! – Eles gritavam empolgados, enquanto eu ria.
- Vou separar minhas coisas. – Arthur disse e saiu correndo para o seu quarto. Peguei Helena em meu colo e fui para sala, escutando os passos de Luan atrás de mim.
- Passo aqui pra pegar vocês, antes do almoço. – Me virei para olhá-lo e me assustei com a proximidade.
- Hãn...Está bem. – Ele me olhava e tinha um sorriso escondido no canto de seus lábios, já estava constrangida. Levou sua mãos até meus cabelos e os acariciou, os colocando para trás da orelha em seguida. Me afastei.
- Estou planejando várias coisas lá.
- As crianças vão se divertir.
- Quero que você também se divirta.
- É...Pode ser.
- Tchau, filha. Até amanhã! – Ele se aproximou novamente e deu um beijo na bochecha de Helena, que riu e retribuiu seu beijo.
- Fica, papai?
- Não posso, mas amanhã eu venho te buscar e o resto da semana passaremos juntos. – Ele sorriu.- Até, Ju. – Me olhou.
- Pensei que estava com raiva de mim. – Soltei.
- Não estou, não consigo. – Beijou meu rosto também e se foi. Fiquei parada olhando para porta, estava confusa com aquilo tudo.
 Fomos para o Pantanal no outro dia, arrumei as crianças e os deixei na sala, subi novamente e me arrumei rápido. Tirei uma foto no banheiro e postei em minha rede social, antes de sair.

                                   
                                                  “ Pantanal, aí vamos nós!! “ 

 As fãs comentavam uma possível volta comigo e Luan, fui olhar em seu perfil e vi que tinha falado que também estava indo para o Pantanal, me xinguei mentalmente por ter falado o local que iria.
- Vamos ? – Perguntei descendo as escadas, Luan já estava ali. Me olhou por um tempo e logo despertou.
- Vamos.

Capítulo 178


Saí do hospital e depois de alguns dias, fui para minha casa, os pais e a irmã do Luan sempre estavam lá comigo, me ajudando a cuidar das crianças e em tudo. Luan quando não estava fazendo show também estava lá, graças a Deus eu nunca mais vi a Jéssica, sozinha e nem com o Luan, acho que tinham se “separado”, também não fiz questão de perguntar.
- Eu não quero. – Revirei os olhos pela terceira vez, depois de Maísa insistir muito para que eu fosse em uma balada com ela.
- Mas você precisa sair, Ju.
- Eu não quero ir, tem os meus filhos...
- Você pode pedir a Maria, para dormir aqui hoje com eles.
- Ah... O Luan vai falar tanto. – Fiz careta e agora ela quem revirou os olhos.
- Ele tem que gostar de alguma coisa? Você é casada com ele, Juliana?
- Nossa!
- Nossa nada, você se separou dele porque quis.
- Claro que não, porque fui obrigada.
- Pelo que eu saiba, ele não chegou a te trair.
- Porque não deu tempo, não posso ficar com uma pessoa que pensa em me trair. Só pensar, pra mim isso já é uma traição.
- Tudo bem, vamos mudar de assunto. Você faz o que quiser da sua vida. Vamos para balada?
- Está bem, você é chata! – Bufei.
- Você que é! Parece uma velha. – Joguei uma almofada nela e me levantei. Fui até o meu quarto e separei minha roupa, Maísa disse que iria embora e se despediu de mim. Fui até o quarto das crianças, que riam, tinham acabado de acordar.
- Oi, amores.
- Mamãe ! – Se levantaram e me abraçaram.
- Querem comer? Vamos lá em baixo.
- E o meu papai, mãe? – Arthur perguntava, respirei fundo.
- Está fazendo show e quando chegar passa aqui.
- Ele não vai ficar mais aqui?
- Já conversamos sobre isso, Arthur. Seu pai não mora mais aqui, esqueceu ?
- Eu pensei que tinham voltado.
- Não voltamos, filho. E acho que isso não vai mais acontecer, deixa o tempo falar.
- Eu queria tanto o meu papai. – Helena que falava dessa vez e fazia bico, me abaixei e a peguei no colo.
- Ele já vai chegar, vamos comer uma coisa bem gostosa? – Mudei o assunto e eles sorriram, descemos as escadas e fomos para cozinha. Preparei um lanche para eles, enquanto ligava para Maria e pedia para que dormisse lá, naquela noite.
 O dia se passou e a noite, quando Maria já havia chegado, tomei um banho e me arrumei. Mandei uma mensagem para Maísa, avisando que já estava pronta.

                                  
                                                   “Quem topa baladinha? ^^” 

 Depois de postar a foto, peguei minha bolsa e desci as escadas. Não demorou muito para a campainha tocar e eu me despedi dos meus filhos, que viam algo na tv entretidos. Me surpreendi com algumas meninas querendo fotos comigo, assim que cheguei. Fomos curtir e confesso que exagerei um pouco na bebida, fazia tempo que eu não saia. Recebi uma ligação no meio da minha noite agitada, fui para um canto mais calmo atender.
- Onde você está, Juliana? – Escutei a voz do Luan do outro lado da linha, falava baixo e tentava manter a calma.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Capítulo 177


                                                         {...} 

Mais uma semana se foi e Juliana já estava bem melhor, voltei a fazer meus shows mas sempre ia visitá-la, já estava falando normal e o médico disse que não ficaria com seqüelas. Voltei de mais um dia de show e antes de ir para o hospital, passei em casa e tomei um banho, almocei por lá também.
- Já vou, mãe. – Passei pela sala.
- Já?
- Vou sim, o médico disse que vai falar o dia que vai dar alta para Juliana.
- Minha mãe está bem, pai ? – Arthur me perguntou, estavam com a minha mãe.
- Está sim, meu amor. Ela já vai voltar pra casa.
- Não vai demorar?
- Não vai. Agora ajuda a vovó a olhar sua irmã, está bem?
- Pode deixar. – Ele sorriu e eu beijei a testa dos dois, que brincavam no chão. Escutei a voz da Jéssica, conversava com Bruna e se aproximavam, corri para porta, estava correndo um pouco dela, aqueles dias, minha mãe riu de mim. Fui direto para o quarto de Juliana, quando cheguei, já que seus pais estavam comendo na cantina do hospital.
- Está tudo bem, Ju?
- Está sim. – Ela sorriu, aquele sorriso que me encantava e que me deixava mais apaixonado por ela.
- Que bom ... - Ficamos conversando por algum tempo, seus pais voltaram e ela perguntou pelas crianças, falei algumas coisas a fazendo ri, adorava sua risada.
A noite, seus pais falaram que iriam ir para casa tomar um banho, a pedido de Juliana mesmo e eu fiquei com ela.
- Você podia ter ido também. – Dizia ela.
- Claro que não, já tomei banho e já comi.
- Mas daqui a pouco, já pode comer de novo.
- Você e sua mania, de querer me engordar. – Ela gargalhou alto, me fazendo sorri.
- Eu não. – Se defendeu. Ouvimos a porta bater e eu me virei, já que estava sentado na beirada da cama, de costas para ela.
- Jéssica?
- Oi, amor. Como vai Juliana?- Vi os olhos de Juliana, voltar a ficar como antes, frio e com desprezo, aquilo me matava por dentro.
- Vou bem.
- Que ótimo, pensei que ficaria com seqüelas, você estava mal.
- Jéssica, isso é coisa que se fale!
- Me desculpe, amor. Mas é o que penso. – Ela se aproximou de mim e se apoiou em meu ombro, com um sorriso irônico nos lábios.
 *
 A cachorra da Jéssica, estava escorada no Luan com um sorriso irônico e ainda na minha frente, depois de eu ter acabado de sair de um acidente grave, não estava acreditando que aquilo estava acontecendo, vi que Luan estava visivelmente sem graça. Olhei para os dois juntos e a cena que eu vi na padaria voltou totalmente na cabeça, junto com as palavras dele, que tinha a intenção de me trair. Me lembro de quando os vi almoçando juntos naquele dia horrível, estava atordoada de novo. Não estava mais agüentando ela o chamando de amor também.
- Já está sabendo? – Ela me perguntou, me tirando dos pensamentos.- Ah, que cabeça a minha. É claro que não, você acabou de sair de um coma, não é querida? Então, eu e o Lu, estamos namorando. – Ela o olhou sorrindo e Luan franziu a testa, não estava mais agüentando aquilo e minha intensão era gritar ali mesmo.
- Hãn... Jéssica, vem aqui um minuto. – Luan se levantou.
- Pra que, amor? – Ela ainda sorria. Vi a expressão do rosto de Luan mudar para raiva e em segundos ele pegou em seu braço e saiu arrastando-a porta a fora.

Capítulo 176


E assim se passou a semana, nada dos médicos acordarem Juliana, do coma induzido. Eu e os pais dela, ficávamos o dia todo no hospital, cancelei até alguns compromissos.
- E ai, boi? – Estava no meu quarto, vestindo minha calça depois que tomei um banho, para poder voltar para o hospital.
- Fala, testa.
- Já vai voltar, para o hospital?
- Vou, não quero perder nenhuma notícia. Não é possível, que não vão acordá-la essa semana.
- Você está se dedicando mesmo, até compromisso desmarcou. Ainda à ama, não é?
- Nunca neguei isso a ninguém.
- E por falar em compromisso, amanhã vamos viajar.
- O que?
- Temos show, Luan.
- Mas eu não vou fazer nada, enquanto ela não acordar.
- Por favor, ela ficaria triste por isso, pensa nos seus fãs. – Olhei para baixo e pensei um pouco.
- Tudo bem. – Suspirei.
- Ótimo! – Ele ia saindo. – Ah! Você está namorando?
- Hã? Eu namorando?
- É, você.
- Claro que não.
- E a Jéssica ?
- Só estava ficando com ela, por que?
- Estava?
- É, por que?
- Pensei que estavam namorando e ela mostra isso, até de amor te chama.
- Como sabe? – Perguntei espantado.
- Ela estava me contando do dia do acidente e a todo tempo, se referia a você nesses termos.
- Eu vou ter que conversar com ela, não quero compromisso.
- Ela vai pirar, pelo que eu vejo, gosta bastante de você. – Ele saiu do quarto e eu me sentei na cama. Realmente ela ficaria abalada, então resolvi que só conversaria com ela quando a poeira abaixasse. Voltei para o hospital, para saber mais notícias de Juliana.
- E ai, alguma notícia?
- Eles vão acordar ela hoje, ainda. – A mãe dela se levantou da cadeira que estava. Um sorriso se formou em meu rosto e eu a abracei. Passamos o resto da tarde ali, torcendo para o médico chegar e dar logo uma noticia.
- Ela acabou de acordar, não está falando muito. Vai poder entrar duas pessoas por vez. – Ele se aproximou.
- Podem entrar primeiro. – Eu disse para eles, a mãe de Juliana sorriu para mim e pegou na mão do pai dela. Foram os dez minutos mais demorados da minha vida, quase sai correndo para o seu quarto, quando vi que eles já voltavam.
- Vai lá, meu filho. – Sorri para ela e fui até o quarto em passos largos, o médico me indicou a porta. Entrei devagar e vi que seus olhos rodavam pelo quarto, estava parada e só seus olhos se mexiam.
- Ju? – Falei baixo e ela virou sua cabeça, fui caminhando até ela. – Está bem? Só responde se consegui, não precisa fazer força.
- Está tudo bem, agora. – Ela falava bem baixinho, com a voz um pouco rouca.
- Que bom! Eu te vi lá e bom...Tive muito medo.
- Medo? – Ela perguntou confusa, passei as mãos pelos cabelos.
- É, de te perder! – Falei firme e ficamos nos encaramos por um tempo.
- Pensei que iria morrer.
- Não fala isso, nem de brincadeira.
- Minha mãe me disse que está aqui sempre, obrigada.
- Não tem o que agradecer, estou sempre com você. – Alisei seus rosto e entrelacei nossas mãos. Ficamos daquele jeito, até a enfermeira aparecer no quarto e falar que já estava na minha hora.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Capítulo 175


- Carro da Juliana?
- É. Eu tenho certeza, é essa placa mesmo. – Sem pensar sai andando.
- Luan! Você não pode ir até lá. – Ouvi Jéssica gritar de longe e olhei para trás, voltei a olhar para frente e a andar. Ouvia algumas pessoas do restaurante falando para Jéssica, não me deixar ir até lá. Apressei mais meus passos e quando vi, já estava correndo em direção ao pequeno tumulto que se formava ali.
- Com licença ... – Eu empurrava as pessoas, que estavam na minha frente. Arregalei meus olhos quando tive a certeza do que pensava, Juliana sangrava ainda dentro do carro, que estava virado de ponta cabeça.
- Juliana! – Me abaixei e as pessoas falavam para mim não mexer nela.
- Não mexe, cara. Pode ser pior, o Samu já está a caminho.
- Meu Deus ! – Me sentei no chão com as mãos no rosto, que já se molhavam pelas lágrimas. Ver Juliana ali, dentro daquele carro todo amassado, virado de ponta cabeça e ainda desacorda e com a cabeça sangrando, foi de acabar comigo de vez. Ouvi alguém pedindo licença atrás de mim e logo uma mão tocar meu ombro, me virei.
- Jéssica?
- Luan...Meus Deus! – Ela olhou para frente e colocou a mão na boca.
- Lu-luan? – Ouvi uma voz baixinha, olhei para frente e Juliana tinha seus olhos abertos.
- Ju! Fica calma, eu estou aqui. – Segurei em sua mão sem jeito, não sabia como tocá-la.
- Vamos embora, Luan. – Jéssica se aproximou e eu a olhei sem reação.
- Se você quiser, você vai. Vou ir para o hospital com ela. – Quase joguei a chave do carro em cima dela.
- Então eu vou, odeio ficar vendo essas coisas. – Olhei para ela com raiva e ela saiu novamente, pedindo licença a todos. A ambulância chegou e me afastaram do carro, colocaram Juliana na maca e pediam para ela ficar calma, pelo que vi, chorava. Entrei na ambulância como seu acompanhante e antes de fecharem as portas, vi um grupo de meninas correndo em nossa direção e depois perguntando o que tinha acontecido, com certeza fãs que ficaram sabendo do ocorrido. Falei para levarem Juliana para o melhor hospital de São Paulo e assim fizeram, desci com ela e os acompanhei até uma porta, que não me deixaram entrar. Uma enfermeira me levou para uma sala de espera e lá, liguei para os meus pais e os pais de Juliana que estavam ali, foi a parte mais difícil. Depois de quase meia hora, os vejo vindo em minha direção, me levantei e abracei minha mãe forte.
- O que aconteceu? – A mãe de Juliana, me perguntava nervosa.
- Ela sofreu um acidente, eu estava almoçando em um restaurante e vi. – Quase não conseguia falar.
- Meu Deus, Juliana nunca foi de andar correndo, o que será que houve. – Ela estava realmente muito nervosa. Olhei para minha mãe, que me repreendia com o olhar , parei pra pensar e cheguei a conclusão que ela poderia ter visto eu e Jéssica almoçando juntos. Olhei para baixo e fechei meus olhos, se Juliana bateu o carro por minha culpa, por te me visto com outra, nunca iria me perdoar, jamais.
- A culpa disso tudo, é sua. – Abri meus olhos, quando ouvi a voz de desprezo do pai de Juliana.
O olhei e seu olhar não era diferente, estava me sentindo culpado mesmo.
- Não fala isso, não é culpa de ninguém. – A mãe dela, mesmo chorando me defendia. Ele me encarou e eu voltei a olhar para baixo, senti os braços da minha mãe em minha volta.
- Parentes de Juliana Moraes? – A voz do médico ecoou pela sala.
- Somos nós. – Me manifestei rápido e ainda segurava as lágrimas.
- Ela teve um traumatismo craniano...
- E isso é grave?
- Não foi leve, mas também não está no grau três. Que é o mais grave.
- Então não foi muito grave?
- Vamos se dizer que não, ela não corre risco.
- Graças a Deus ! – Coloquei a mão no peito e suspirei alto.
- Mas, ela está em coma induzido.
- Hãn...Está em coma? – Voltei a me alterar.
- Calma, coma induzido é efeito de sedativos. Quando acharmos que ela está melhor e que já pode acordar, vamos parar de dar o sedativo.
- E isso vai demorar muito?
- Vamos ver, se ela reagir bem aos medicamentos, eu vou pode acordá-la.
- Ela vai acordar bem, não é? – Só eu perguntava, acho que todos queriam saber as mesmas coisas.
- Vamos ver.
- Vão ver? – Falei alto e minha mãe segurou em minha mão.
- É, não sabemos. Bom...É só isso, qualquer coisa eu volto até aqui, tenho que ir ver os outros pacientes.
Ele se foi, antes mesmo que respondêssemos. Fiquei o resto do dia ali e a noite, conseguiram me convenser de ir para casa, tomar um banho e comer algo, para depois voltar, os pais de Juliana ainda ficariam por lá.

Capítulo 174


                                                      {...}

 Cada dia que passava estava mais próximo da Jéssica, ela era legal e vivia me dando colo quando eu estava mal, sabia que não deveria me aproximar tanto dela, por ela gostar de mim, mas eu não conseguia, ela era legal demais. Começamos a ficar e ela estava se saindo muito carinhosa, me compreendia e fazia tudo que eu gostava, minha mãe não estava gostando muito, mas só falou aquilo comigo uma vez, depois disse que não iria se meter mais na minha vida, que eu já estava bem grande para saber o que fazer. Arthur também não gostou nada, quando me viu beijando ela, não tinha o visto atrás de mim. Depois disso ele ficou diferente comigo, não queria mais ir passar o dia comigo, ao contrário de sua irmão, que adorava e até gostava um pouco de Jéssica, mais ainda era muito pequena. E quando Arthur ia para lá, tentava ao máximo me ignorar, e principalmente à Jéssica, que se esforçava para manter uma relação boa com eles, pelo menos era o que aparentava. Quando Juliana ia os buscar, também me olhava esquisito, não sabia decifrar seu olhar, não tinha mais ódio e nem desprezo, mas tinha mágoa e dúvida, não sabia direito. Minha mãe me disse que Arthur havia falado para ela, que tinha me visto com Jéssica e ela me deu uma bronca, dizendo para mim não beijá-la, na frente dos meus filhos, mas não foi por mal. Então me toquei, que ele podia ter dito também a sua mãe, que tinha me visto beijar a Jéssica. Me xinguei mentalmente por aquilo e me joguei na cama bufando.
 As crianças tinha ido passear com os pais de Juliana, que estavam passando a semana com ela e todos da minha casa também tinham saído, menos Jéssica. Tive a idéia de chamá-la para almoçar em um restaurante e ela aceitou, e subiu para seu quarto. Peguei meu celular e entrei na minha rede social, pensei, pensei e vi que já era a hora de anunciar, que eu não estava mais com Juliana.
“Amores, não estou mais casado com Juliana, nos separamos!”
 Postei apenas aquilo e saí, não queria ver as críticas de sites de fofocas e nem ficar relembrando aquilo tudo de novo. Meu celular tocou e minha assessora me ligava, me deu uma bronca por ter postado aquilo, sem a comunicar e eu fiquei estressado, tive que respirar fundo para não falar besteira com ela. Escutei tudo que tinha para falar :
- Acabou? – Já estava sem paciência.
- Acabei, mas se prepara que a mídia vai cair em cima.
- Pra falar a verdade, eu estou pouco me lixando! – Desliguei o celular e bufei. Corri para o meu quarto e tomei um banho rápido, troquei de roupa e arrumei o cabelo. Jéssica bateu na porta e eu abri, dando um selinho nela.
- Vamos?
- Vamos...Está lindo, você. – Ela me olhava.
- (risos) Você que está. – Descemos as escadas de mãos dadas e meus pais já estavam na sala, com Bruna. Os avisamos que iríamos sair e fomos para o meu carro. Passamos em um restaurante que Jéssica falou que gostava de ir, mas estava muito lotado, resolvemos ir procurar por outro.
Ficamos rodando mais de meia hora, a procura de um restaurante, mas apesar de tarde, estavam muito cheios.
- Meu Deus, não tem um restaurante. – Encostei a cabeça no volante, depois de ver que o quinto restaurante que íamos, estava cheio.
- Calma, amor. – Jéssica passou as mãos pela minhas costas. Nunca havia me chamado assim, estranhei um pouco mas gostei, acho que gostei. – Vamos procurar outro. – Sorri para ela, levantei minha cabeça e selei nossos lábios, antes de ligar o carro e continuar a procurar. Então lembrei do restaurante que sempre ia com Juliana, era o único que lembrava o caminho, por mais que me doesse eu resolvi ir lá mesmo. Por incrível que pareça estava mais vazio que os outros, Jéssica sorriu animada e pareceu gostar, encarei um pouco a entrada. Era o restaurante que Juliana mais gostava, sempre me pedia para levá-la lá e eu também adorava aquele lugar. Nos sentamos em uma mesa que estava para o lado de fora, o movimento era pouco ali, logo fizemos o nosso pedido.
- Aqui é bom, tem pouco movimento na rua também. – Jéssica olhava para os lados sorrindo, enquanto sua mão acariciava a minha em cima da mesa, fiquei as encarando por um tempo. Saí dos pensamentos, quando ouvi um barulho horrível, que fez todos de dentro do restaurante se levantarem, para verem o que era aquilo. Um carro estava capotado no meio da rua, arregalei os olhos assim como todos que estavam ali, fixei meus olhos no carro e logo depois na placa. Pisquei várias vezes, não, aquele não podia ser o carro da Juliana.
- Não pode ser. – Pensei alto demais.
- O que foi, amor? – Jéssica me olhou.
- Hãn...Esse carro, é o da Ju-juliana.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Capítulo 173


Conforme os dias iam se passando mais acabado eu ia ficando, via que Juliana já estava ficando melhor, pelo menos era o que aparentava. Saia com as amigas e com os nossos filhos, quase sempre, me evitava o máximo que podia também. No aniversário de três anos de Helena, eu fui buscá-la para passar um dia comigo, já que tinha alguns que eu não a via, por estar trabalhando. A empregada nova, que agora limpava a casa, disse que Juliana havia saído com os dois e falou algo relacionado ao parque que tinha no condomínio, agradeci a ela e fui a procura deles. Desci do carro, quando vi Arthur brincando com sua irmã de longe, me aproximei mais e meu sorriso se desfez, quando vi Juliana sentada em um banco com um homem, eles riam e conversavam.
- Juliana. – Já estava atrás deles, ela se virou e seu sorriso também se desfez.
- O que foi?
- Vim pegar meus filhos.
- Hãn...Como assim? Eles estão brincando.
- Eles brincam na minha casa. – Falava sério, Juliana ficou em silêncio por um tempo e me fuzilou com os olhos.
 - Tudo bem. – Ela respirou fundo, se levantou e fui os chamar. Fiquei encarando de braços cruzados, aquele homem que estava na minha frente, ele ficou sem graça e se arrumou no banco, voltando a olhar para frente. Peguei meus filhos e os levei para minha casa, minha mãe fez um bolo para Helena, e vários docinhos, ela estava adorando tudo, Juliana não quis festa para ela, dizia ela que já estava cheia de festas e eu também sabia que o clima em que estávamos, não estava ajudando nenhum pouco.
- Mãe! – Deixei as crianças na cozinha, com Bruna e meu pai e fui atrás da minha mãe, que havia ido pegar o presente da minha filha.
- O que, filho ?
- Você ainda está com o papel do divórcio?
- Estou, por que?
- Eu vou assiná-lo.
- Vai assinar? – Ela falou espantada.
- Vou. Não é isso que ela quer? Então, até com outro já está.
- Com outro?
- Vi ela conversando com um homem, no parque.
- Pensa bem, meu filho. Você está cego de ciúmes. – Ela me entregou o papel, que estava em cima do móvel da televisão e saiu. Me sentei no sofá e lembrei de todos os momentos felizes, que vivi com Juliana, principalmente de seu sorriso lindo, querendo ou não, eu ainda a amava mais que tudo. Ouvi a voz da Jéssica e de imediato, a cena de Juliana conversando com aquele homem, veio na cabeça, senti muita raiva. - Luan? – Não era alucinação, Jéssica estava ali mesmo. Tirei as mãos do rosto, para olhá-la.
- Jéssica?
- (risos) Oi, voltei.
- Voltou?
- Aham, já fui para o Rio e quando fui para Curitiba, minha mãe disse que estava indo fazer uma viagem e me mandou voltar, já falou com a sua mãe.
- Você não disse para ela, que estava indo lá?
- Não, por isso ela estava de viagem marcada.
- Entendi. – Fiquei a encarando por um tempo, enquanto ela sorria. Respirei fundo e decidi que iria assinar aquilo, Juliana já estava voltando a viver e por que eu não poderia ? Assinei aquilo rápido e fui correndo para cozinha, entregar minha mãe, deixando Jéssica sem entender nada.
- Certeza?
- Já está feito. – Falei para minha mãe ir logo entregar aquilo para ela.
 Passei o dia conversando com a Jéssica, ela era boa de papo e linda, isso eu já sabia. Fui tomar banho, no banheiro do meu quarto e Jéssica no dela, fui bem rápido e me troquei, saí do quarto e encontrei Jéssica no corredor.
- Juntos. – Ela disse rindo.
- Pois é. – Descemos as escadas rindo, vi minha mãe parada na escada com alguém. Me aproximei mais um pouco e vi Juliana, que me encarou, minha mãe entregava para ela o papel do divórcio. As crianças correram para perto dela e ela os chamou para irem embora, dei um beijo neles e se foram.

Capítulo 172


A semana se passou rápido e do mesmo jeito de sempre, as piores semanas da minha vida. Voltei a fazer meu show e até meus fãs percebiam o quanto eu estava pra baixo, mais eu não falava e nem demonstrava nada, perguntavam sobre Juliana e eu respondia normal. Voltei para casa um dia antes do aniversário do Arthur, ele e sua irmã estavam na minha casa, enquanto Juliana, Bruna e Maísa arrumavam o salão que seria a festa, junto com os organizadores. Meus pais saíram também, para comprar algo e eu fiquei em casa com eles.
- Vai sair hoje? – Desviei meu olhar da tv e me virei para Jéssica.
- Pensei que já tinha ido embora.
- Nossa! – Ela se sentou ao meu lado.
- (risos) Desculpa, eu pensei mesmo.
- Tudo bem. Eu vou essa semana.
- Pra Campo Grande?
- Também, vou pra Curitiba e depois para o Rio.
- Ata, vai fazer uma tour pelo Brasil ? – Perguntei rindo.
- (risos) Mais ou menos isso. Mas em, vai sair hoje?
- Hã...Vou sim, é aniversário do Arthur e a festa vai ser às cinco horas.
- Sério? E quanto anos esse lindo faz? – Ela olhou para Arthur sorrindo, ele a ignorou e olhou para frente.
- Seis anos.
- Olha, já está virando um homem. – Arthur a encarou novamente e não falou nada.
- Você vai?
- Hã...No aniversário?
- É. – Ri.
- Não fui convidada. – Ela sorriu.
- Estou te convidando, ué. Vai?
- Não, pai. – Arthur se levantou e me olhou, não entendi sua reação.
- Não o que?
- Não quero ela no meu aniversário, não gosto dela. – Arregalei os olhos.
- Arthur! Cadê a educação que eu te dei?
- Eu falo a verdade. – Olhei para Jéssica sem jeito e vi que ela me olhava do mesmo modo.
- Tudo bem, Luan. Criança é assim mesmo, as vezes ele não foi com a minha cara mesmo. – Ela tentou ri no final.
- Não pode ser assim, tem que ter educação. – Me virei para Arthur. – Se não fosse seu aniversário, eu te colocaria de castigo.
- Nem ligo. – Ele deu de ombros e voltou a se sentar. Fiquei espantado com ele, era um pouco levado mas nunca tinha me respondido daquela forma. Jéssica sussurrou um “deixa” e colocou a mão em meu ombro. Quando deu a hora, tomei um banho primeiro e depois dei um nas crianças e os arrumei. Ninguém tinha chegado ainda, desci as escadas com eles e Bruna abria a porta.
- Que demora!
- (risos) Atrasamos, vou voar para o banheiro. – Ela subiu as escadas correndo. Meus pais estavam descendo e eu nem tinha os visto chegar.
O aniversário foi bom, Juliana tentava o máximo não se sentar, pois seu lugar era ao meu lado, então sempre dava um jeito ou uma desculpa, para se levantar dali. Estava bom, mais não como nos outros anos e o que mais me doía, era ver o olhar de desprezo que tinha em Juliana, não tinha coisa pior no mundo. Fomos para trás da mesa do bolo com as crianças e eu peguei Arthur em meu colo, Juliana estava com Helena, cantamos e sorrimos, como se tudo estivesse perfeito, mas só nós sabíamos o quanto estava tudo péssimo. Voltamos para casa já era noite e as crianças quiseram dormir comigo, Juliana não questionou e já logo deu um “boa noite” para todos, a vi andando para longe e quase chorei ali mesmo, na frente dos meus filhos.

                                                             {...}

 Os dias foram se passando daquela forma e confesso, que não estava mais agüentando aquilo tudo. Estava em casa deitado no sofá, sozinho, no dia anterior vi Juliana sair para uma balada com sua amiga e quase implorei para que não fosse. Escutei a porta se abrir e olhei para trás.
- Me desculpa, estava aberta. – Ela falava querendo voltar para trás.
- Espera! – Me levantei rápido e Juliana se virou novamente para mim.
- O que foi?
- Ju... – Me aproximei mais dela e via em seus olhos, que sua vontade era sair dali correndo.- Eu sei que errei, você também, todos sabem. Mais eu estou sofrendo, não agüento nem mais viajar, para ser sincero, se você queria me deixar mal e me dar uma lição, conseguiu. Agora volta pra mim?- As lágrimas já caiam e eu coloquei na cabeça, que se ela me pedisse para me ajoelhar em seus pés, eu faria.
- Claro que você errou e todos sabem, eu queria te deixar mal? Tem certeza, Luan? Não foi eu quem fez aquilo tudo.
- Me desculpa, por favor.
- Eu posso até te desculpar, apenas pelos meus filhos, só por eles. Mas voltar com você...Não mesmo.
- Ju, por favor. Eu juro que...
- Não jure nada, eu não gosto de promessas que são mal cumpridas.
- Eu vou me esforçar, juro!
- Estou decidida, Luan. Vai ser melhor para nós.
- E para os nossos filho? Você não pensa neles? Como vão ficar sem pai, indo e voltando de uma casa para outra?
- Não fala dos meus filhos, eu amo eles mais que tudo. E eu não posso fazer isso, nem por eles. As casas são quase vizinhas e não tem problema algum.
- O Arthur já está percebendo.
- E é pra perceber mesmo.
- Você quer colocar ele contra mim, é isso?
- Claro que não, para de falar besteira. Apesar de tudo que você me fez, eu nunca colocaria seus filhos contra você. E...Já que estou aqui e você também. – Ela mexeu em sua bolsa e tirou um papel lá de dentro, estendeu sua mão.
- O que é isso? – Limpei meu rosto coberto pelas lágrimas e peguei o papel de sua mão.- Hãn...Eu não vou assinar isso, Juliana. Eu não vou me separar de você!
- Por favor, Luan. É melhor para nós.
- O melhor pra mim, é ficar com você.
- Você vai ver que não, assina.
- NÃO! – Eu gritei e vi a porta se abrir.
- Luan, Juliana?
- Mãe. – Falei baixo, mais eu queria era chorar mesmo.
- O que foi?
- Juliana quer que eu assine essa merda de divórcio, mais eu não vou! – Joguei o maldito papel no chão e subi as escadas correndo.
- Da um tempo para ele, querida. – Ouvir minha mãe dizer. Chorei o dia tudo no quarto e não teve mãe, que me tirasse de lá, ou me fizesse abrir aquela porta.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Capítulo 171


*
Saí da nossa casa com raiva, ódio. Sabia que estava errado, mas as palavras de Juliana e o que ela fez, me fizeram sentir aquilo por ela, naquele momento. Cheguei em casa e todos estavam na sala, não falei nada e subi as escadas correndo, ouvi minha mãe e meu pai me gritarem. Tomei um banho gelado e troquei de roupa, bateram com força na porta do meu quarto e eu fui obrigado a abrir.
- O que houve, meu filho? – Minha mãe me olhava preocupada. – Que mochila é essa?
- Acabou, mãe. – Não agüentei e deixei que as lágrimas caíssem.
- O que acabou, Luan? – Ela já me abraçava forte.
- Eu e a Juliana. Acabou tudo, entre nós.
- Por que ? – Ela se separou de mim, me fazendo olhá-la.
 - Eu saí com a Jéssica e...Confesso que estava pensando em trair a Juliana. – Limpei meu rosto.- Ela nos viu por um acaso em uma padaria aqui perto e me perguntou o que aconteceu, não consegui mentir e disse tudo que estava pensando em fazer. – Disparei e voltei a chorar.
- Meu filho, por que isso ? Você não era feliz com a Juliana?
- Muito, mãe! Eu amo a Juliana, não sei o que me deu.
- Não deveria ter feito isso. – Ela me olhava com os olhos me repreendendo.
- Eu sei, mãe...Me desculpe.
- Peça isso à ela.
- Eu já pedi, acho que dessa vez não tem mais jeito.
- O que você foi fazer, meu filho? – Ela voltou a me abraçar. – E a Jéssica? Da família, sabe que é casado. Vou ter uma conversa cm ela.
- A culpa foi minha.
- Ela também tem uma parcela. – Minha mãe me sentou na cama e beijou minha testa. Saiu do quarto e eu coloquei minhas mãos no rosto, na tentativa em vão de me acalmar um pouco. Desci as escadas ainda com o rosto vermelho, ouvi a voz da minha mãe e diminui meus passos.
- E agora, Jéssica? Luan está quase se parando. – A ouvir dizer e quando cheguei na sala, Jéssica estava de cabeça baixa, enquanto minha mãe falava. Bruna e meu pai apenas observavam. Ela levantou sua cabeça e seu olhar se encontrou com o meu, respirei pesado.
- Me desculpa, Luan. Eu não deveria ter saído com você, sabendo que é casado. Mas eu...Gosto muito de você. – Me surpreendi com suas palavras, assim como todos que estavam naquela sala.
- Oi?
- É isso mesmo, eu...Te amo.
- Ta louca, Jéssica?
 - Não estou, só nunca tive a coragem de dizer. Voltei com a intenção de te conquistar, mesmo estando casado. – Ela abaixou novamente sua cabeça.
- Deveria ter me contado isso antes...
- E não ter a oportunidade, nem de sair com você? Não!
- E-eu...Não sei o que faço.
- Só quero que me desculpe.
- Claro que sim, a maior culpa é minha. – Abracei ela, vi que chorava um pouco.
- É minha também, se eu não tivesse aceitado...
 - Shiu, não fala nada. – Me separei um pouco dela e a encarei. Minha mãe me tirou do transe, nos chamando para almoçar. Jéssica pediu desculpas mais uma vez e tentamos, comer de uma forma descontraída.

                                                                         {...}

 Acordei no outro dia escutando a voz da Juliana, esfreguei o rosto pensando que estava tendo uma alucinação, quando percebi que aquilo era verdade, me levantei rápido. Cheguei na sala e Juliana olhou para trás, me olhando, com um olhar de desprezo, mágoa e raiva, que acabou comigo por dentro.
- Juliana...
- Não tenho nada para falar com você. Vim deixar as crianças aqui, porque vou sair. – Ela me cortou logo de cara.
- O pessoal já foi embora?
- Já. – Ela pegou sua bolsa e deu um beijo em cada um dos meus filhos.
- Vai...Pra onde? – Perguntei com receio, passei as mãos pela nuca.
- No meu advogado. Vou pedir a entrada do divórcio.
- O que? – Quase gritei, não acreditando no que ouvia.
Juliana me olhou por um tempo, vi seus olhos brilharem e quase que uma lágrima escapa. Abaixou a cabeça e quando levantou novamente, viu Jéssica passando para cozinha, vi o ódio voltar em seu olhar.
- Vou pedir o divórcio, está surdo? – Ela me respondeu grossa e se foi. Fiquei parado por um tempo olhando para a porta que ela tinha saído, minha mãe me chamou e apontou para as crianças que me olhavam, suspirei alto e fui até eles.
Almoçamos e eu fazia de tudo para que meus filhos não perceberem o clima, assim como meu pai. Vi que Arthur olhava de mim para Jéssica, de uma forma estranha. Depois do almoço, Bruna subiu para o quarto com Helena e Jéssica saiu, meu pais foram para o quarto deles. Fui para a área da piscina e vi de longe Arthur sentado na borda dela, me aproximei.
- Ei, filho ... – Falei enquanto me sentava. Ele não me respondeu. – O que foi ?
- Por que você foi embora? – Ele me olhou pela primeira vez e eu me surpreendi com sua pergunta.
- Então é assim...O papai e a mamãe, não vão morar mais juntos.
- Disso eu sabia, ouvi minha mãe dizer.
- Ouviu?
- Uhum, mais eu queria saber porque.
 - Um dia você vai saber, ainda é muito pequeno.
- Mais eu entendo ...
- Você acha que entende. Que tal um creme de abacate? – Saí do assunto e ele sorriu de lado. Nos levantamos e fomos até a cozinha preparar. Subimos para o quarto de Bruna depois, e comemos junto com minha irmã e minha filha.

Capítulo 170


- Já falei pra parar de gritar comigo.
- Admite, se você é homem então.
- Eu não vou admitir nada !
- Você estava saindo esse tempo todo com ela, não é ? Como eu fui burra meu Deus e ainda me culpei no dia do meu aniversário, aquilo foi só um pretesto pra me fazer mais ainda de idiota. – Disparei a falar, enquanto andava para todos os lados, já tinha permitido que as lágrimas caíssem.
- A gente conversa depois. – Ele já ia sair.
- Eu já disse que não admito isso.
- O que você quer que eu faço? Quer saber? – Ele se virou para mim, estressado e com raiva.- Eu não te traí, mais estava sim com a intenção.
- Você é um cretino, se não me queria era só falar.
- O pior é que eu ainda te quero, mas já estava enjoado com a rotina de sempre. No começo era ótimo e eu amava, nunca achei tão fácil ter uma família. Mas agora...
- NÃO TERMINA ! – Gritei. – Seu estúpido, se não queria uma família era só falar, se não me queria era só falar.
- Eu já disse que não é isso, só não estou acostumado com isso. Me casei muito novo e...
- (risos) A gente é casado a quase cinco anos, não cinco meses, mas cinco ANOS!
- Me desculpa ? – Seus olhos começavam a brilhar, mais que o normal.
- Eu odeio você. – Eu falei baixo e pausadamente, com nojo, cada sílaba.
- Não fala assim. – Ele se aproximou.
- Fica longe de mim.
- Vamos conver...
- Não quero mais NADA com você. – Luan insistia em se aproximar. - Eu já disse, some da minha vida ! – Estava com raiva.
- É isso que você quer? É isso mesmo ? Porque eu vou embora, mas nunca mais. Ouviu ? NUNCA mais eu volto. – Ele segurou meus braços.
- Então pode ir, porque agora eu que não te quero mais.
- Ótimo!
- Ótimo mesmo seu cretino, eu faço tudo por você e assim que me retribui ? Eu quero você longe da minha vida. – Peguei uma mochila dele e comecei a colocar algumas coisas suas. Luan me olhava sem reação. – Some ! – Joguei a mochila em cima dele, ela caiu no chão e ele deu um passo para trás.
- Você está falando sério?
- Nunca falei tão sério em toda minha vida.
 - Me escuta...
- Pega essa mochila e vai embora, depois eu mando o resto das suas coisas. Nem precisa aparecer aqui.
- Juliana...
- Já falei, Luan. – Fiquei o encarando com as mãos na cintura, então peguei sua mochila que ainda continuava no chão, depois de um tempo. Saí do quarto e Luan atrás curioso, para ver o que eu faria. Cheguei no topo da escada e a joguei lá de cima, da grade que fazia tipo uma sacada dentro de casa. Luan franziu a testa, enquanto me olhava sem acreditar no que via. Meus pais me olhavam assustados, Maísa e principalmente Arthur. Que já era maior e entendia tudo perfeitamente bem, ao contrário de sua irmã. Depois que Luan desceu as escadas correndo e pegou sua mochila, que estava no chão da sala. Desci as escadas e fiquei o vendo sair pela porta, vi seu olhar de ódio em cima de mim, pela última vez. Todos ficaram me olhando, querendo saber o que tinha acontecido, olhei para minha mãe que estava sentada no sofá e desabei em seu colo, chorei como criança, enquanto ela acariciava minha cabeça. Maísa trouxe um copo de água com açúcar e eu tomei tudo em apenas um gole, respirei fundo e respondi a pergunta que todos queriam a resposta. Contei tudo a eles, enquanto chorava junto, voltei a me deitar no colo da minha mãe quando terminei e ainda tive que ouvir, as coisas que meu pai me falava.
- Eu te avisei, Juliana, te avisei! E não é de hoje. Agora está ai, com dois filhos pra criar ainda. – Dizia ele e eu não agüentei ouvir aquelas palavras, meu choro aumentou. Vi minha mãe o repreender com o olhar e voltar a me acariciar.