Capítulo 126

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Já estava no mês de maio, o mês que minha princesa iria nascer. Estava na estrada fazendo show e não via a hora de poder voltar para casa, sei que Juliana se sentia sozinha e me cortava o coração quando tinha que voltar a rotina de shows. Estava em Minas Gerais, dei entrevista em uma rádio local, depois do almoço e a noite fomos para o local onde seria o show.

Me arrumei e logo subi ao palco, comecei a fazer meu show que estava ótimo, estava mais elétrico e animado naquele dia. Olhei para a lateral do palco por insistindo, quando me sentei em um banquinho, para começar a cantar uma de minhas músicas mais românticas e vi um movimento diferente. Minha assessora andava de um lado para o outro, meu empresário falava ao telefone e Rober e Guto também não paravam. Olhei para a banda que também não estava entendendo nada, fui até Juliano e disse disfarçadamente que iria ver o que estava acontecendo, ele concordou e falou com a banda para demorar com a introdução de uma música. Fui até a lateral do palco correndo e Ânderson se assustou quando me viu, me aproximei dele.

- O que foi, Ânderson ?

- Na-nada.

- Fala a verdade ai cara, anda ! Eu vou saber de qualquer jeito mesmo.

- Tudo bem ... Juliana entrou em trabalho de parto.

- O que ?

- Isso mesmo. – Arleyde se aproximou e eu me virei para olhá-la. 

- E agora ?

- Ué, você termina de fazer o show e corremos para lá.

- Desculpa, mas não vai dar. Eu vou para lá agora ...

- E o show, Luan ?

- Desculpa mesmo, mas é minha filha, cara. Rober prepara o jatinho .

- Tudo bem, Arleyde, deixa ele. Eu mesmo vou falar para o pessoal. - Ânderson, disse.

- Faz isso. – Saí correndo até o camarim enquanto os outros me olhavam e peguei a primeira camisa que vi pela frente. 

Voltei para o backstage apressando os outros e escutei o que Ânderson dizia.

- Pessoal, mil desculpas pelo Luan ter feito o show até a metade . Mas realmente não tinha como, a mulher dele está dando a luz e eu espero que vocês o entendam ! Ele vai voltar e jurou que vai fazer o show para vocês com algumas horas a mais até.

Ouvi meus fãs gritarem, mas não vaiando, estavam gritando me apoiando. Rober me puxou e fomos correndo até a van, alguns fãs já estavam ali e me gritavam me desejando força, me fazendo sorri. Nem pediram fotos, nem abraço, pelo contrário me deram espaço para que passasse rápido.

Fui correndo para o hospital, quando cheguei em São Paulo, a mãe e o pai de Juliana já estavam lá na sala de espera.

- E ai Ana, já deram notícias ? – Me aproximei. 

- Nada ainda, Luan.

- Como chegaram tão rápido ?

- Aluguei um jatinho. – O pai de Juliana disse. 

- Ah sim. Então será que posso entrar lá ?

- Acho que pode, Juliana disse que queria você lá.

- Então vou procurar saber.

Fui correndo até a recepcionista novamente, que me indicou até uma sala e me deu uma roupa para me trocar.

Fui rápido até a sala que Juliana estava, a ouvi já fazendo esforço.

- Amor, to aqui ! – Sorri e segurei sua mão, ela já suava. 

- Pensei que não viria.

- Claro que viria.

- Vamos lá dona, Ju. Força ! – A médica  junto com mais um médico, dizia para Juliana. 

Beijei sua testa e sussurrei em seu ouvi “você consegue” baixinho, vi Juliana fechar os olhos e parecia ter feito toda força que tinha dentro de si. Olhei para o lado quando escutei um chorinho, Juliana sorria e chorava ao mesmo tempo. Me aproximei da médica que tinha Helena enrolada em um lençol, fomos até Juliana de novo, que a pegou.

- Linda !

- Muito. – Beijei as duas. 

A enfermeira pediu a bebê de novo e a médica me pediu para sair, olhei para Juliana e a beijei de novo.

Troquei a roupa de hospital que usava e voltei para a sala onde todos estavam.

- Mãe, Pai ? – Me aproximei deles. 

- Oi filho, o Rober mandou o jatinho nos buscar. Como foi ? – Minha mãe se aproximou.

- Ah sim, obrigado testa. – Falei para ele que também estava ali. – Foi tudo ótimo, mãe ! A Helena já nasceu. – Falei sorrindo e todos repetiram meu gesto. 

- Que ótimo !

- Vou ver se todos podem ver ela e a Juliana. – Me afastei mais uma vez e por sorte encontrei a mesma enfermeira que tinha levado Helena para o berçário. 

Conversei com ela, que disse que podíamos ver minha filha pelo vidro e Juliana, quando fosse para o quarto. Voltei para a sala e chamei todos, acompanhamos a enfermeira.

- É aquela. – Apontei para a bebê que já estava vestida com um macacão rosa, já havia decorado o rosto da minha filha. 

- Linda ! – Todos ficaram a olhando pelo vidro, babando.