Capítulo 148

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Tinha brigado com Juliana e ela resolveu fazer uma viagem com sua mãe, não concordei e fiquei a semana inteira sem falar direito com ela, que também não fez nenhum esforço, para que voltássemos às boas.

No dia da viagem, ela não agüentou e beijou meu rosto, a olhei e não agüentei também, falei com ela e lhe dei um selinho no final. Suspirei quando a vi saindo com as crianças e me joguei no sofá novamente, joguei a cabeça para trás e deixei que as lágrimas escorressem. Nunca fui de chorar a toa e muito menos por mulher, mas com Juliana era diferente, eu sempre chorei por ela, sempre a amei de forma absurda, que nunca tinha amado ninguém e chegava até me assustar às vezes.

Entrei no twitter para distrair um pouco e vi minhas fãs comentando que alguém tinha visto Juliana no aeroporto e pensavam que tínhamos nos separado. Me assustei com aquilo e logo postei que estávamos juntos, vi um link rolando e abri, Juliana tinha postado uma foto dos pés das crianças, sorri e comentei, mostrando mais ainda para os fãs que estávamos juntos.

À tarde o pessoal foi me buscar em casa, iam rindo e brincando na van como sempre, menos eu. Estava para baixo e eles perceberam, me chamaram para um balada no outro dia, mais recusei.

Tomei um banho quando cheguei no hotel e desmontei na cama, estava cansado e dormir como a dias não dormia. Fiz meu show à noite como de costume e voltei para o hotel.

No outro dia, tinha compromissos de dia, cumprir todos e voltei para o hotel.

- Vamos para o aniversário do Thiago, hoje ? – Roberval e Guto, entraram no quarto. 

- Aonde vai ser ?

- Em uma boate que abriu, é aqui perto.

- Sem ânimo, cara. – Fiz careta.

- Ah, para Luan. Você está ficando velho ! – Roberval me tacou uma almofada. 

- Não estou velho, sou casado e Juliana não vai gostar nenhum pouco.

- É foda essa vida. - Ele ria.

- Você vai fazer algo demais ? – Guto perguntou. 

- Não.

- Então vamos, depois você fala com ela.

Não queria, mas eles me convenceram a ir. Estava lotado e respirei fundo quando vi os fotógrafos, com certeza no outro dia sairiam fotos. Não falei com nenhum repórter na entrada e logo fomos para o camarote. Cumprimentei alguns amigos e me juntei a Thiago, o aniversariante, ficamos conversando por um bom tempo. Ele saiu para pegar uma bebida e quando olhei para os lados, já estava cercado por loiras, tentei sair mas elas se aproximavam mais, pedindo fotos e autógrafos, não tinha como negar. Olhei de longe e Roberval ria de mim. Quando finalmente consegui sair daquele meio, olhei para os lados com a esperança que ninguém tinha visto, mas me decepcionei quando vi um fotógrafo vendo a foto que tinha tirado, tinha certeza que era minha.

- Eu vou matar você, Roberval ! – Me aproximei dele. 

- (risos) Por que ?

- Por que ? – O imitei. – Por que não me tirou de lá ? Se meu casamento acabar por sua causa, você vai ver.

- Que exagero, boi. – Bufei. 

Fui o primeiro a ir embora, até que fiquei mais tempo que o esperado, me despedi de todos e do aniversariante que insistiu para que eu ficasse mas fui embora, só com meu segurança mesmo, que só tinha o encontrado naquela hora, não sabia onde estava a festa inteira e como não viu aquela muvuca em minha volta.

Os dias se passaram e todos os dias, eu tentava ligar para Juliana e nunca conseguia, já sabia o motivo, as fotos já estavam em sites e revistas. Fiquei uma semana de mal humor e só quando vi que já era a semana de Juliana voltar com meus filhos, que me animei um pouco.

Fui buscá-la no aeroporto no dia que chegaria, encontrei com meu sogro que ficou conversando comigo, dei graças a Deus que ele não estava sabendo nada sobre aquelas fotos, que o pior de tudo nem eram as fotos, mas sim as legendas maldosas que colocavam.

Logo vi Juliana se aproximar e sair do carro, Arthur saiu correndo em minha direção assim que me viu e eu abaixei para o pegar. Fomos para casa em silêncio, só Arthur falava, vi que Juliana estava realmente chateada, coloquei minha mão em sua perna com receio, para mostrar que estava tudo bem, ela não tirou mas também não me olhou. Pediu para Luci passear com as crianças, quando chegamos em casa, assim que deu um banho nelas e começamos a conversar, tivemos uma briga como sempre, já imaginava. Ela entrou no banheiro para tomar um banho e eu resolvi tentar a sorte, tirei minha roupa também e entrei no box a abraçando por trás. Ela se assustou mas logo a puxei para um beijo, ainda estava brava mas depois ficaria mais calma, saí do box para que ela terminasse seu banho e voltei para o quarto. Enrolei uma toalha na cintura e fui até o closet procurar uma roupa, ainda teria uma reunião no escritório, com a nova ajudante da minha assessora.

Voltei para o quarto, já vestido, depois de um tempo e Juliana trocava sua roupa. Ela disse que tinha atendido meu celular e eu não gostei, nunca gostei que ficassem mexendo nas minhas coisas, mas confesso que sempre mexia no dela. Ela se sentou na cama com tudo, depois que acabou de falar e eu me abaixei em sua frente. Conversamos e para o meu choque, ela disse que estava grávida mais uma vez, fiquei assustado, afinal eram três filhos, mas feliz por dentro. Meu celular tocou e eu me levantei para atender, a mulher que eu ainda nem tinha perguntado o nome, me perguntou o horário da reunião e me perguntou se eu tinha visto sua foto, falei que tinha visto e ela riu, não entendi. Perguntou também se era minha mulher mesmo que tinha atendido meu celular antes e eu respondi que sim, ela disse que não sabia e pediu desculpas por ter ligado, pois Juliana pareceu não gostar e foi até um pouco grossa com ela, logo me despedi e desliguei.

Falei com Juliana para não tratar a moça mal, não estava com intenção de brigar, mas não teve jeito, ela logo me respondeu mal, me estressei também e disse o que queria falar, Juliana levantou brava e saiu batendo a porta. Fui atrás dela, que quando percebeu aumentou os passos, descia correndo as escadas, tentei alcançar seus passos, quando vi que tinha tropeçado, mas não teve jeito, ela desceu rolando os degraus que faltavam.

- Juliana, pelo amor de Deus. Fala comigo ! – Eu a virei para cima, já que estava de bruços, estava desmaiada. Me desesperei mais ainda. 

Peguei Juliana no colo e corri com ela para o carro, a coloquei no banco e só então vi que sangrava, me desesperei mais, saí cantando pneu para o hospital que ela trabalhava.

Cheguei aos prantos com ela na recepção, a recepcionista que a conhecia logo me mandou seguir com ela para um quarto, o hospital tinha se agitado. Me mandaram ir para uma sala de espera e assim fiz.

Só então liguei para meus pais e os pais de Juliana, que se desesperaram, liguei para Roberval também e o pedi para que mandasse o jatinho buscar meus pais e Bruna, em Londrina. Depois de algumas horas vi meus pais, minha irmã, Roberval, Guto e meu segurança, vindo em minha direção.

- O que aconteceu, filho ? – Minha mãe me abraçou. 

- Agente brigou mãe, várias vezes. – Suspirei me sentando. – Na ultima, Juliana saiu correndo e tropeçou na escada.

- Meu Deus !

- E o pior que ainda sangrava.

- Sangrava ? – Bruna perguntou. 

- Ela está grávida, gente.

- Sério ? Como ninguém nos avisa ?

- Ela só me falou hoje.

- Será que corre risco ? – Meu pai disse. 

- Deus queira que não. – Passei as mãos pelo rosto. 

Vimos um médico se aproximar e perguntar pelo acompanhante de Juliana, seus pais apareceram no mesmo momento.

- Vocês são os parentes ? – Perguntava o médico. 

- Somos...Sou marido. – Falei para ele. 

- Então, ela está bem.

- Sério ? Que ótimo ! – Disse aliviado. 

- É ... Só que ...

- Só que ?

- Ela perdeu o bebê. – Olhamos um para o outro e eu voltei a me sentar com tudo na cadeira, com as mãos no rosto, que já suavam de nervoso. 

Não era possível que ela tinha perdido o bebê e ainda por cima, a culpa era toda minha.