Capítulo 146

- Hãn ?

- Vocês usaram camisinha ou você tomou remédio, Juliana ?

- Por que a pergunta, mãe ? – Não estava entendo, minha mãe suspirou. 

- Você pode esta grávida ? – Arregalei os olhos. 

- Gra-gravida ? Nã-o, claro que não.

- Como claro que não, Juliana ? Eu te examinei.

- Ta bom, a gente não se protegeu !

- Meu Deus, vocês são sem juízo ? Com uma filha que não tem nem um ano.

- Nós esquecemos, mãe. Era muito tempo sem ... – Fiz gestos com as mãos. 

- É né ? Vão ficar ainda mais sem tempo agora.

- Cara, três filhos ? – Passei as mãos pelo rosto. 

- Sua sorte é que não trabalha mais. E por falar nisso, não iria nem te contar, mas seu pai não gostou muito da idéia.

- Já estava imaginando isso, mas eu ainda tenho meu consultório e dou algumas consultas.

- Sabe que não é a mesma coisa ...

- Me entende, mãe. O Luan pediu, ele é meu marido e eu o amo.

- Eu entendo, já passou. Quem sabe, mais pra frente você não volta, não é ? Agora vou comprar um teste de gravidez pra você.

- Mãe ! – Segurei sua mão, antes que levantasse. 

- Oi ?

- To com medo ...

- Não precisa, se estiver mesmo, tenho certeza que o Luan vai adorar e estar com você, assim como nós também. – Sorri e a puxei para um abraço. 

Me deitei na cama, ao lado dos meus filhos novamente e fiquei fitando o teto, esperando minha mãe voltar. Meu celular tocou e eu o olhei, de longe vi que estava escrito o nome “Amor” e uma foto minha e de Luan, decidi não atender, não estava com cabeça e Luan iria perceber que eu estava diferente, me fazendo contar o que estava acontecendo, sem contar que eu ainda estava brava com as coisas que ele andou fazendo em minha ausência.

Minha mãe chegou com uma sacolinha nas mãos, me sentei na cama rápido a encarando.

- Vai lá, filha. – Ela me entregou o teste. 

- É só fazer xixi aqui ?

- É.

Fui até o banheiro e o xixi não saia, a ansiedade era demais. Depois de vinte minutos dentro do banheiro, tentei relaxar ao máximo que consegui e fiz as coisas como mandava.

Sai do banheiro com a caixinha na mão, minha mãe me esperava sentada na cama, me sentei do seu lado.

- Espera cinco minutos. – Assenti com a cabeça. 

Depois de esperar os cinco minutos mais demorados da minha vida, dei o teste para minha mãe ver.

- E ai ?

                                                                    {...}

Já estávamos no aeroporto de São Paulo, tínhamos acabado de chegar. Luan sempre me ligava, os dias que passei por lá, mas eu nunca atendia, queria conversar pessoalmente, sobre tudo que estava acontecendo em nossa vida, eram tantas coisas.

- Meu pai lá, mãe. – Apontei em sua direção e acenei para ele, que se aproximou. Falei com ele e logo tive que me despedir, bem triste.

- Ah ! Luan está te esperando, Juliana.

- Está ?

- Lá no estacionamento reservado.

- Tudo bem, tchau.

- Quer ajuda ?

- Não precisa, pai. – Sorri e os abracei pela ultima vez. 

Mandei Arthur ficar do meu lado, enquanto guiava o carrinho com as malas em uma mão e a outra segurava Helena. Luan saiu do carro quando nos avistou, já estávamos dentro do estacionamento.

- Papai ! – Arthur saiu correndo e Helena olhou para direção que ele corria, sorrindo em seguida. 

Me aproximei deles e Arthur falava sem parar, contava tudo que tinha acontecido na viagem, dei graças a Deus por ele não ter ouvido a conversa com a minha mãe. Luan sorriu quando me viu e se aproximou, veio para selar nossos lábios e eu ia virar o rosto, quando vi de longe um paparazzi tirando fotos nossas, então deixei que me beijasse para não ter repercussão. Fomos até o carro, Luan colocou Arthur no chão e abriu o porta-malas do carro para colocar nossas malas.

Fomos calados até em casa, Luan me olhava de vês em quando e ria das coisas que Arthur falava, pousou a mão em minha perna com receio, não tirei, mas virei o rosto para a janela do carro.

Falei com Maria e Luci, assim que cheguei, dei um banho nas crianças, já que não tinha dado tempo e pedi que Luci fosse dar uma volta com elas, Maria já tinha feito o almoço e já estava indo para sua casa.

- Quero conversar com você. – Entrei em nosso quarto, onde Luan tirava seu tênis.