1° Capítulo

                                                       - Vamos logo Juliana!

                           - Calma, eu já vou ... Para de reclamar que eu sempre te espero Maísa.

                             - Ta, mais hoje quem ta te esperando sou eu, então trate se apressar.

                                                       - To procurando os brincos.

                                    - Olha ai do seu lado ...Já está bom esse cabelo também.

                                                     - Ta, vamos. É só uma balada.

Me chamo Juliana Moraes, moro em São Paulo tenho 17 anos e sou emancipada vai completar um ano, meus pais moram em Minas, sempre quis estudar fora na minha tão sonhada faculdade de medicina e passei para estudar na federal de São Paulo em apenas cinco anos, no começo meus pais não queriam, mais depois viram que não teria jeito.

Sou filha única e sempre fui mimada, pelos meus pais e meus avós maternos quando eram vivos, era a única neta deles, sempre fomos bem de vida, meu pai se elegeu a prefeito e ganhou, minha mãe é formada em letras e medicina .

Apesar de nos vermos poucos, ainda somos apegados, os ligo todos os dias e me mandam uma mesada por mês bem gorda, nunca fui sem juízo e de sair de casa, mais depois que cheguei em São Paulo fiz novas amizades e comecei a me divertir mais, só saio muito para as baladas, nada de mais. Maísa é minha melhor amiga de infância, tem 18 anos morava no Rio de Janeiro e decidiu vim para São Paulo assim que soube que eu iria, faz faculdade de fisioterapia em outro lugar, já que não conseguiu passar no vestibular, todos sempre a acharam metida e nariz em pé, mais só quem não convive, somos bem coladas e vivemos brigando :
- Olha se não fosse eu. – Maísa disse rindo, assim que passamos pela porta de entrada do camarote e ela entregou seus documentos se responsabilizando por mim e apesar de ser emancipada ainda algumas baladas não me deixavam entrar sem acompanhante .

- Ata, eu ia procurar outra...Simples – Eu revirei os olhos e ela riu, algumas me deixavam entrar sozinha.

- Mas essa é a melhor de São Paulo, meu bem. – Ri enquanto andávamos e logo nos encaixamos em um lugar na grade.

- Vou pegar uma bebida – ela disse e antes de me deixar responder, sumiu no meio das pessoas.

                                                        - Ta – Falei sozinha e ri.

Olhei para a pista e já estava lotando, ao meu lado muita gente também, pessoas da alta, algumas patricinhas e ply boys, alguns me olhavam.

                               - Aqui a sua – Maísa apareceu do nada e me entregou um copo.

               - Obrigada... Olha quanta gente metida. – Disse rindo e ela olhou para onde eu olhava.

                   - Quem fala, você também é. – Ela disse e eu a olhei indignada enquanto ela ria.

          - Sou nada. _ Disse e dei um gole em minha bebida que estava extremamente forte, fiz careta.

             - É sim, só que não percebe. – Ela encarou um rapaz que passava e eu revirei os olhos.

                    - Pra que tão forte ? – Perguntei depois de outra golada na bebida e Maísa riu.

               - Ué ... – A ignorei e voltei a olhar para pista que agora tocava uma música animada.

            - Hei gata ! – Escutei uma voz em meu ouvido e virei para trás, me deparando com um moreno.                                                                                                                                      

                                                      - Hei ! – Eu disse e ele sorriu, perfeito.

- Ta bem ? – Perguntou mais próximo e eu assenti com a cabeça, não queria muito papo. Logo já estávamos aos beijos, olhei para o lado e não encontrei Maísa com certeza já tinha achado um, voltei minha atenção para o garoto e curtimos a balada . 

                                                                        {...}

Acordei com um bocejo e a cama se mexendo ao meu lado, olhei para o lado e Maísa se espreguiçava com os cabelos bagunçados e a maquiagem borrada, a olhei com a testa franzida e ela riu : 

                               - Antes que fale algo...Você também está mal . – Ela disse rindo.

                     - Nem lembro como chegamos em casa. –Maísa riu mais, odiava quando fazia isso.

     - Claro né, e as vodkas que tomou, não conta ? (risos) Pedi para o menino que eu fiquei, trazer a gente.

               - Nunca, que você deu meu carro pra qualquer um dirigir. – Olhei séria para ela.

- Claro que eu dei, a gente não tinha condições, apesar de estar melhor que você. Fica tranqüila que ele dirige bem ta? Faz outras coisas bem também – Ela disse eu lhe joguei um travesseiro enquanto me levantava.

Tomei um banho gelado e vestir um short com uma mini blusa, saí do banheiro secando meus cabelos molhados e Maísa ainda estava na cama vendo televisão .

- Vai tomar um banho, coisa. – Ela se levantou bufando, passou por mim e me deu um tapa estalado na bunda, gritei  tentando lhe dar uma toalhada, enquanto ela corria.

Fui até a cozinha do meu apartamento que era enorme e encontrei a mesa pronta com um bilhete de Maria, a moça que trabalhava aqui e meus pais pedem que ela cuide de mim, é sempre simpática e uma mãe mesmo, faz todas minhas vontades e da minha amiga, que também a adora .

                                       - Hum...Lanchinho ! – Maísa chegou se sentando a mesa.

- Folgada. Tem casa mais não ? – Não sei porque eu ainda insisto na mesma pergunta, mora no andar de baixo e vive na minha casa, não me importo, pelo contrário é muito bom .

Ela riu negando com a cabeça e se serviu .

- Semana que vem estou indo para BH. – Falei enquanto comia e Maísa se engasgou com o suco que tomava.

                                                   - Por que ? – Ela perguntou manhosa.

                                                           - (risos) Uai, ver meus pais.

             - Deixa eu ir também ? – Revirei os olhos segurando o riso. - Por favor, Jú ! – Ela implorou.

- Deixo né sua chata ! (risos) Já estou planejando tudo, vai ter exporural lá e nós vamos. – Ela me  abraçou empolgada.

                                                    - Sua vaca, já está tudo planejado.

                                                         - Vai ser muito top esse ano.

                                            - Tenho certeza e agente vai está lá, arrasando!

              - Claro né, meu pai já deixou nossas pulseiras do camarote separadas – Pisquei para ela e rimos.

                                           - Quando agente não fica de camarote me diz ?

                            - Vamos começar a arrumar as malas de uma vez, não pode faltar nada.

                                                    - Não mesmo, quero um homem.

                                   - Não faz nem um mês que se separou, e já quer homem ?

                                                 - Claro e você deveria fazer o mesmo.

                       - E eu quero, mais só para ficar mesmo. - Dei de ombros, enquanto me levantava.

- Então tá, eu gosto de um chameguinho de namorado de vez em quando – Fiz careta e ela riu me dando língua.

Passamos o dia arrumando minhas malas, a noite seria as dela, era sempre assim, ela praticamente arrumava as minhas coisas sozinha, escolhendo o que levar, postei uma foto em minha rede social, quanto terminamos. 

                                        

                                            “Malas prontas ... BH, semana que vem é nós !"