Capítulo 48

Passei pela sala voando e Maria me perguntou para onde eu estava indo, disse que já voltava que não era pra se preocupar e ela me mandou ter cuidado.

Cheguei no hotel que Luan estava hospedado e estranhei, não havia fãs na entrada. Perguntei por ele na recepção e a recepcionista se negou a falar, tirei meus óculos estressada e ela me reconheceu, pediu desculpas e me deu até o cartão reserva do quarto, acho que via a irritação no meu rosto. Subi no elevador espumando de raiva.

Passei o cartão na porta do quarto e sem cerimônia abri a porta, o ar condicionada deveria estar no último, o quarto estava todo escuro. Acendi a luz sem me importar e vi Luan deitado na cama jogado, de bunda para cima, só de boxer branca. Dei graças a Deus por não estar com nenhuma mulher.

O bati com um travesseiro nas costas e ele levantou assustado.

- Porra Juliana, está doida ? – Ele me olhou com o rosto ainda inchado.

- Eu que estou doida, tem certeza ? – Já gritava. – você não disse que ia embora ? Ta fazendo o que aqui, me diz?

- Eu ia, mais não precisou e os meninos me chamaram para uma balada e eu ...

- Ah ... A tal balada que você foi ontem né?! Aquela que está em todos os sites de fofocas.

- O que ?

- É isso mesmo, Luan.

- Fala baixo.

- Eu falo do jeito que eu quiser! – Gritei mais um vez e Luan se levantou.

- Isso tudo porque eu não fui embora ?

- Isso tudo ? Eu vi suas fotos na balada, que por sinal tinha mulher no meio e você me disse que ia embora.

- Tá, eu já falei que não precisou.

- Custava me avisar ?  - Gritei de novo.

- Quer controlar minha vida ?

- Não quero controlar sua vida, mas não custava falar que você ia sair com seus amigo .

- E isso não é controlar ?

- Ta bom, desculpa se eu achei que você ia preferir ficar comigo, que estou grávida e precisando de você. – Já não conseguia falar baixo.

- Eu fiquei com você. – Ele falava calmo.

- Ah, claro! Nem uma hora.

- Já falei para falar baixo.

- E eu já disse que falo do jeito que quiser, não custava nada me avisar, eu nem me importaria e você sabe disso. Aí hoje eu acordo e dou de cara com essas fotos sua e com mulher e ainda tem uma sua com celular na mão, com certeza anotando o número da piranh . – Me aproximei dele e disparei tudo.

Luan segurou meus braços e se aproximou mais.

- Eu já disse que não gosto de ninguém me controlando, se não te liguei foi porque esqueci de verdade, você não é minha dona e mesmo se não deixasse eu iria. – Ele gritou na minha cara e eu me assustei, nunca tinha o visto falar comigo daquela maneira.

Meus olhos  foram criando lágrimas aos poucos e quando vi já não conseguia mais segurá-las, escorriam pelo meu rosto.

- Agora você chora, não é? Na hora de falar essas merdas não pensou. – Ele me soltou e se afastou.

- Quer saber ? – Falei baixo e sequei minhas lágrimas . – faz o que quiser da sua vida, como você mesmo disse, eu não sua dona. Se quiser ficar comigo fique, se não quiser também não faço questão, passar bem. – Sai batendo a porta e uma camareira que passava me olhou assustada, com certeza tinha ouvido os gritos.

Ignorei e passei reto indo até o elevador.

Cheguei em casa e Maria me disse algo, não ouvi e fui direto para o quarto, me joguei na cama e chorei como nunca, acabei adormecendo entre as lágrimas.

Acordei e vi que já estava bem de tarde, me levantei e minhas costas doíam, fiz careta e fui até o banheiro, tomei um banho na tentativa inútil de me livrar da dor.

Me sentei na cama penteando os cabelos e veio uma pontada, veio a segunda e fiz careta, na terceira gemi de dor. Maria entrou no meu quarto e perguntou se estava tudo bem, disse que não já chorando, ela ligou para Maísa e pediu que me levasse no hospital, em menos de dez minutos estava na minha casa. Maria ligou para minha mãe também e disse que eu estava passando mal, minha mãe se desesperou mas eu disse que não era nada demais para acalmá-la.

Cheguei no hospital e Maísa me ajudou a andar, disse que estava passando mal e chamaram Marina. Ela me examinou e me deixou em observação até o outro dia.


                       "Amores da minha vida, tenham calma que o trem vai andar. rs"