Capítulo 56

Os outros chegaram e Arthur abriu os olhos de novo, deixando todos encantados, logo dormiu.

No outro dia acordei cedo, tomei um banho e coloquei um vestido que minha mãe havia levado para mim, coloquei uma roupinha quente em Arthur. Luan chegou e o pegou, minha mãe pegou as bolsas e saímos do hospital, encontramos seu segurança na porta, nos aguardando. Muitos repórteres, me assustei e coloquei um pano no rosto de Arthur para que não se assustasse e não fosse exposto.

Chegamos em casa e todos nos esperavam, almoçamos todos juntos e comemos a sobremesa,  a tarde meu pai teve que ir embora, minha mãe foi com ele resolver alguns imprevistos e disse que na próxima semana estaria de volta.

Os pais de Luan e a Bruna ficaram mais um dia, mais tiveram que ir também.

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Estava sentada com Arthur em meu colo, tinha acabado de o dar mama, só tinha três dias de vida. Luan estava comigo dês do dia que ele nasceu, só o dava atenção, às vezes conversávamos e um dia cheguei até tocar no assunto que ele poderia passar mais tempo na minha casa, pelo menos em algumas folgas, ou eu poderia mudar meu consultório para Londrina e morar lá perto dele, mas ele sempre desconversava, sempre tinha uma ligação pra fazer, ou sempre me dizia que depois conversaríamos sobre aquilo, então parei de falar daquilo, ele não queria e não era eu que iria o obrigar a nada. Era noite e ele se arrumava para sair.

- Vai a onde ? – Ainda olhava para Arthur.

- Sair. – Ele colocava seu tênis.

- Eu sei, mas a onde ?

- Vou resolver algumas coisas, Juliana. Depois vou pra casa do Sorocaba, não me espera. – O olhei.

- Vai ter festa lá ?

- Não é festa, só um churrasco pros amigos mais próximos.

- Hum ... – Voltei à olha Arthur e Luan se aproximou para me beijar, desviei.

- Vai começar a palhaçada ?

- Não falei nada.

- Mais ta agindo. Que infantilidade, Juliana!

- Eu que sou infantil ?

- Não vou perder meu tempo com você.

- Faz tempo que não perde mesmo. Vai lá pros seus amigos, vai.

- Você quer que eu fique com você vinte e quatro horas por dia, meu mundo não gira só em torno de você, Juliana. – Coloquei Arthur no berço enquanto segurava minhas lágrimas, não queria chorar e ainda mais na frente dele.

- Eu não quero mesmo que seu mundo gire em torno de mim.

- Não parece, a gente nem casado é e você já esta assim, imagina se fosse.

- Quer saber Luan ? – As lágrimas já desciam. – Para de me torturar, suas palavras me doem sabia ? Quer ir, vai, vê se me esquece também, não precisa ficar comigo só por causa do meu filho! – Por um momento esqueci que Arthur estava ali.

- Olha o que você está fazendo, fala baixo!

- Vai logo, vai, some da minha vida. – Me sentei com as mãos no rosto.

- Essa é sua última palavra ? – Assenti com a cabeça, ainda com as mãos no rosto - Ótimo então, amanhã eu venho pegar minhas coisas.

- Isso, faz isso. Eu sei que você estava doido pra ouvir isso, pra sumir de vez não é ?

- Você é doida.

- Me chama do que quiser, você sabe que é verdade, só não se arrependa depois, se é que me ama de verdade.

- Agora ta duvidando do meu amor, é isso ?

- É isso mesmo, olha pra trás e vê como você esta agindo esse tempo todo, desde o começo da minha gravidez, me dando patada e sendo grosso. Deveria ter falado que queria voltar pra gandaia antes e eu te liberava.

- Você me provoca, Juliana.

- Eu te provoco, Luan ? Não posso nem perguntar as coisas, que já vem com quatro pedras na mão.

- Ta bom, então! Agora vai ser assim, cada um pro seu lado. – Chorei mais.

- Ótimo! Agora some daqui, vai pra onde você gosta, pro meio da farra e das piranhas.

- Eu só num falo o que eu quero falar em respeito ao meu filho que está nesse quarto e apesar de tudo, Juliana, a você também que nem os pontos tirou ainda.

- Nossa... Eu tô comovida com a sua consideração por mim Luan. 

- Realmente você é doida.

- Você ainda não viu nada. Vou falar de novo, não se arrependa de nada que fez, se não te faço sofrer o triplo que eu estou sofrendo.

- Está a toa, não tem motivos.

- Não né, depois de tudo que você me falou.

- Só falei a verdade, você que é uma exagerada.

- Tá bom. Já foi ?

- Tô indo.

Ele pegou sua mochila e deu um beijo na cabeça do Arthur, saiu sem olhar pra mim.

Me deitei na cama chorando, estava certa do que fazia, o amava demais, mais era melhor viver sozinha com meu filho, do que sofrendo ao lado dele.
Acordei de madrugada com o chorinho do Arthur, o peguei e o dei de mama, logo voltou a dormir, o coloquei do meu lado na cama e voltei a dormi.