Capítulo 109

- O que houve, filho ?

- Nada, queria entrar. – Ele fez biquinho e eu o mordi. – Ai, mamãe !

- Mamãe chata, né ? – Bati em Luan, que resmungo. – Vem dormir com o papai, filho.

Luan o abraçou e cobriu os dois até a cabeça.

- É assim, é ?

Eles continuaram quietos e eu fiz cócegas na barriga de Arthur, que mesmo por cima do edredom se esperneou e riu.

- Vou tomar banho, então. – Me levantei e quando ia passando do outro lado da cama, para ir ao banheiro, Luan se descobriu e me olhou rindo junto de Arthur. 

- (risos) Oh lá em casa ! – Ele  bateu com um travesseiro em minha bunda e eu o olhei indignada. 

- Ai, Luan ! Olha seu filho ai.

- Você que fica desfilando ai nesses trajes na frente dele.

- Mas ele é meu filho.

- Mesmo assim. – Mostrei minha língua para ele e fui para o banheiro. 

Tomei um banho rápido e depois fui até meu closet colocar uma camisola, desci até a cozinha e coloquei algumas coisas em uma bandeja.

Comemos no quarto e depois no deitamos ligando a tv novamente, dormimos já era um pouco tarde.

Acordei no outro dia e como de costume, Luan ainda dormia. Fui até o quarto de Arthur e ele também dormia pesado, voltei para o meu quarto e me arrumei, logo em seguida indo acordar Arthur.

- Acorda, filho.

- Não quero ir hoje ... – Ele se virou. 

- Mais tem que ir, vamos.

- Não, mamãe. – Ele disse manhoso. 

- Meu amor, vamos para a escolinh . A Luíza e os outros já devem estar indo, estamos atrasados.

- Mas eu quero ficar com o meu pai hoje.

- Você vai poder ficar com ele um tempão, vai ficar a semana inteira em casa ... Mas tem que ser depois que vier da escola.

- Por favor, mamãe. – Ele fez bico me olhando e eu respirei fundo, olhando para os lados.

- Psiu ... – Luan entrou no quarto, só de samba canção, bocejando e com os cabelos completamente desarrumados. 

- Já, amor? Volta a dormir.

- To sem sono, amor. Dormi cedo com vocês ontem.

- Cedo ? Já era mais de meia noite.

- (risos) Pra mim é muito cedo. – Ele selou nossos lábios e foi até Arthur, beijando sua bochecha. 

- Vamos lá, filho.

- Papai não quero ir hoje, deixa eu ficar com você ? – Ele me ignorou e olhou para Luan, que me olhou. 

- Não sei filho, tem que ver com a sua mãe.

- É só hoje, eu juro. – Ele fez beicinho. 

- Deixa, amor ... É só hoje mesmo. Promete, não é ? – Arthur confirmou com a cabeça e os dois me encararam.

- (risos) Tudo bem, vai, agora vamos tomar café que eu já estou atrasada. – Eles sorriram e bateram as mãos, me fazendo ri. 

Descemos até a cozinha e tomamos nosso café da manhã, deixei eles na sala deitados no sofá, ainda estavam com cara de sono e fui para meu trabalho.

Passei a manhã no hospital e na hora de ir embora me pediram para ajudar uma médica nova, recém formada, atender uma paciente na emergência que não estava em um estado bom. Acabou que eu ajudei mais ainda ela, fiquei mais algumas horas com ela a ajudando a fazer as coisas, que segundo ela estava perdida por ser nova. Me despedi dela, assim que vi que já estava mais acostumada e disse que depois a ajudaria mais, fui mais tarde que costumava ir para casa e ainda bem que Arthur não tinha ido a escola.

Cheguei lá e os dois almoçavam ainda, já estavam trocados.

- Se comportaram ?

- Até que enfim, amor ... Nossa, que demora ! – Dei um beijo nos dois e me sentei. 

- Imprevistos ... – Fiz careta. 

- Você e seus imprevistos, vida de médico é foda.

- (risos) Mas eu amo minha vida. – Disse antes que ele começasse a reclamar e dessa vez quem fez careta foi ele enquanto eu ria. 

Almoçamos e depois fui para o quarto, tomar um banho enquanto eles viam tv na sala.

Passamos a tarde como todas as outras, Arthur estava mais agarrado ao Luan, o que era um problema quando as começassem as viagens.

- Amor, esqueci de te contar. Vamos amanhã para Londrina ?

- Amanhã, Luan ?

- É, uai. Meus pais me ligaram hoje.

- Eu trabalho.

- Só amanhã, vai ? Você quase não falta, troca com alguém.

- Tenho que ver ...

- Poxa, Ju, por favor ! Estou com saudades dos meus pais.

- E eu também estou dos meus, mas não posso ficar faltando o trabalho assim.

- Nossa em ...

- Só disse a verdade. – Dei de ombros enquanto ele me fitava. 

- Ta bom, Juliana ... Não precisa também. Antes de ir viajar, passo um dia lá com o Arthur. – Ele se virou para frente emburrado.