Capítulo 78

- Conseguiu entender ? - Ri e perguntei à ela.

- Claro, uai. Sou uma tia prendada ! - Ela se sentou em nosso meio, com Arthur em seu colo.

Continuamos a assistir ou tentar, porque Arthur não parava, desceu do colo de Bruna e quando não passeava pelo chão, passeava em cima de todos pelo sofá.

Amarildo chegou se juntando a nós no sofá e logo Marizete nos chamou para almoçar. Fui dar a mão Arthur, mais saiu correndo na frente. Cheguei na cozinha e ele já estava sentado em sua cadeira um pouco mais alta, me sentei ao seu lado e comemos.

Comemos a sobremesa também e todos foram para a sala cheios, Arthur ainda estava a mil por hora, peguei alguns brinquedos dele e o sentei no chão, só assim sossegava.

Passamos o dia daquele jeito, a família de Luan sempre foi muito simpática e acolhedora, mesmo não estando mais com ele. Bruna me chamou para uma balada à noite, mais eu neguei, mesmo Marizete dizendo que ficaria com Arthur sem problemas.

- Vamos Ju. – Bruna insistia.

Estava no quarto dando a mamadeira de Arthur, já escurecia.

- Ah Bruna, acho que não ! Também Arthur é muito agitado pra deixar só com sua mãe.

- Nada haver, ela fica sem problemas, adora. – Suspirei.

- Tá bom, Bruna. Só vou terminar de dar o mama dele e depois vejo se ele dorme, um trabalho a menos para sua mãe.

- (risos) Então tá.

Acabei de dar o mama de Arthur e o coloquei na cama, custou mais pegou no sono, já vi que acordaria mais tarde sentindo minha falta. Tomei um banho, me arrumei e desci :

                                     

- Bora então, Ju ? – Bruna já me esperava na sala.

- Vamos sim.

- Se divirtam e juízo. – Marizete falou.

- Ta bom, espero que Arthur não de trabalho caso acorde mais tarde.

- Não vai dar, eu o dobro. 

Saímos de casa e Bruna iria dirigindo, encontramos com Luan em seu carro, tinha saído um pouco mais cedo, buzinou e seguimos para a balada.

- Muito bom aqui. – Disse olhando em volta, com um copo de vodka na mão.

- Muito mesmo, daqui a pouco começa a lotar.

Sentamos em uma mesa que havia no camarote, começou a lotar como Bruna mesmo disse, vi de longe Luan entrando com um grupo de homens e só uma mulher no meio, logo reconheci quando se virou, Sabrina.

- Luan não disse que viria. – Bruna comentou.

- É ...

Eles nos viram e se aproximaram, cumprimentei a todos que eram muito simpáticos e na vez de Sabrina dei apenas um aceno para ela. Vi que disse algo no ouvido de Luan e os dois se afastaram pedindo licença. Ficamos conversando e depois nos levantamos para ir para grade, teria um show. Luan voltou sem Sabrina e com a cara não muito boa, se aproximou de um dos seus amigos que estava do meu lado e pude ouvir o que diziam.

- O que foi, cara ?

- ôh muié complicada ! Acredita que ela queria ir para outra balada ?

- Quem a Sabrina ? Por que ?

- Sei lá, nem perguntei. Falei que não ia e ela saiu estressada ! – Ele deu de ombros e riu com seu amigo.

Curtimos o resto da balada, não queria ir embora só de manhã, então chamei Bruna para ir embora e ela disse que já estava cansada mesmo. Nos despedimos dos meninos e Luan disse que também iria. Bruna foi até o banheiro e pediu que fossemos na frente. Saímos e fomos para o estacionamento esperá-la.

- Quer ir comigo ? Bruna deve ter encontrado alguma amiga e deve estar conversando.

- Pode ser. – Dei de ombros e ele tirou seu celular, mandando sms para Bruna.

Entramos em seu carro e eu lembrei do dia que tinha ido passar um final de semana em Londrina, ainda estávamos juntos e Luan me mostrou a cidade toda em seu carro. Virei o rosto para a janela tentando afastar os pensamentos. Olhei discretamente para o lado e vi que Luan me olhava, estava parado no farol. Continuei com meu rosto virado e quando olhei mais uma vez pra ele ainda me encarava.

- Para de me olhar. – Criei coragem e falei com as mãos no rosto.

- (risos) Desculpa, esqueci que tem vergonha.

- Tenho mesmo.

Luan deu partida com o carro e escutei seu suspiro, parece que queria dizer algo.

Chegamos em casa e estava tudo apagado, subimos devagar e Arthur não estava na cama, fui até o quarto de Luan e o perguntei a onde Arthur poderia estar, ele disse que podia ser no quarto dos pais e eu me aliviei. Troquei-me e deitei na cama, dormi rápido.

Acordei no outro dia com o meu celular tocando, me sentei sonolenta na cama. Era do hospital, queriam que eu substituísse urgente uma pediatra que estava doente. Suspirei e teria que voltar para São Paulo, não posso reclamar, sabia que a vida de médico seria assim.

Desci e Arthur já tomava café sentado à mesa com todos, falava algumas coisas.