Capítulo 81

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A semana se passou e eu não falei mais com Matheus, encontrava com ele nos hospital as vezes, mais não trocávamos uma palavra. Tinha perdido meu celular e comprei outro, tive que mudar o chip, só dei o número para Maísa e Vitor, que estavam na minha casa no dia que comprei, depois daria para os outros, estava trabalhando bastante.

Acordei e teria que ir para o consultório, Luci me ligou e disse que sua mãe estava doente então não poderia ir naquele dia, Maria também tinha compromisso, por não ter muita gente naquele dia, resolvi levar Arthur. O acordei com muito custo e o troquei, me troquei também e peguei minha bolsa colocando algumas coisas dele dentro.

Cheguei no consultório e a primeira paciente tinha desmarcado a consulta, chamei Guilherme para comer algo comigo, ele disse que depois descia, peguei Arthur pela mão e fui até a lanchonete de Cecília.

- Oi, Cecília. – Coloquei Arthur sentado em um banquinho alto e fiquei ao seu lado, o segurando.

- Tudo bem, minha filha?  Não te vejo muito por aqui mais.

- É a correria, não da pra passar aqui.

- Ah sei como é ... E esse rapaz ai? Lindo. – Sorri olhando Arthur.

- Meu filho !

- Nossa, já está grande assim ? Que lindo !

- Muito, não é ?!

- Muito, parece um pouco com você, mais esses olhos não são seus.

- (risos) Não mesmo. Quer comer o que, filho ? – Perguntei e Arthur apontou com o dedinho para um salgado, apesar de não gostar muito de dar essas coisas a ele, deixei só aquele dia.

- Eu vou querer o mesmo. – Cecília foi buscar enquanto Arthur olhava em volta curioso, com os dedinhos na boca, estava com vergonha.

- Aqui ... – Ela me entregou e eu agradeci.

- E ai, Cecília. – Escutei uma voz atrás de mim conhecida, me virei para olhar.

- Tudo bem, Luan ? Nunca mais apareceu.

- É a correria, muié. - Ele riu.

- Todo mundo na correria ...

Luan pediu seu lanche e encostou no balcão, vi que estava com aquela Sabrina, só então nos viu ali.

- Aow filho, tá fazendo o que aqui rapaz ? – Ele beijou o rosto de Arthur, que não respondeu. – Ia lá depois, Juliana.

- Pode ir ainda, se quiser. Trouxe Arthur, porque tem pouca gente hoje.

- Ta aqui, Luan. – Cecília voltou e entregou Luan um copo de suco.

- Já viu meu filho, Cecília ? – Ele falou depois de beber um pouco de seu suco, apontando para Arthur. –

- Muito lindo ele ... É seu filho ?

- Claro uai, é bonito igual eu ! – Cecília riu e eu junto com ela. Sabrina olhava a cena com uma cara não muito boa. - Então depois eu vou lá, Juliana. – Luan disse assim que acabei de comer.

- Ta, pode ir ...

- Luan, não vai dar. Lembra do projeto da nova música que tem que resolver ? – Sabrina disse com uma voz mais irritante impossível, a olhei franzindo a testa.

- Isso é rápido, Sabrina. Já está quase tudo resolvido, depois vejo.

- Não, tem que ser àquela hora marcada.

- Luan ... Desculpa me meter, mais acho que é seu filho. – Me intrometi e ela me fuzilou com os olhos.

- Mais ele tem uma carreira também, querida.

- Mais tem um filho, que na minha opinião é mais importante.

- Não pode ver ele depois, Luan ? – Ela se virou para ele.

Luan me olhou e depois para ela, respirei fundo e deixei o dinheiro em cima do balcão, peguei meu filho no colo.

- Você que sabe, Luan. Se quiser ir, vai. Se não, depois não reclama que o menino nem com você fala. – Fui saindo.

- Você não pode se meter assim na carreira dele, querida. – A voz insuportável ecôo no meu ouvido de novo. Coloquei Arthur no chão e me virei lentamente.

- Você tá falando comigo ? – Me aproximei.

- Com você mesma ...

- E quem te deu essa autoridade toda ?

- Eu trabalho com o Luan e você não pode ser meter assim.

- Eu estou falando a respeito do NOSSO filho e da vida pessoal dele, quem não tem que se meter é você. – A essa altura Luan, Arthur e Cecília nos olhavam assustados, sorte que não tinha ninguém lá dentro.

- Só porque tem um filho com ele acha que manda, eu sou quase sua namorada.

- (risos) Sério? E eu com isso? Como já disse estou falando do meu filho e você não tem nada com isso. – Me virei e peguei novamente Arthur no colo.

- Como se fosse muita coisa. – Ouvi ela sussurrar.

- Olha ... Eu só não volto e te dou o que merece, em respeito ao meu filho que está aqui.

Fui bufando de raiva até meu consultório, contei tudo para Guilherme que pegou um copo com água pra mim.

Atendi o ultimo paciente e peguei Arthur que estava brincando no cantinho da sala com alguns brinquedos que tinham ali, estava quieto até demais naquele dia.

Fomos para casa e almoçamos, ficamos na sala vendo televisão e depois dei um banho em Arthur.

A campainha tocou e eu me levantei para atender.

- Entra ... – Me sentei de novo no sofá e Luan se sentou ao meu lado.

- Desculpa pela Sabrina hoje.

- Não tem nada.

- Sei que tem, eu briguei com ela. Não pode se meter entre eu e meu filho assim.

- Eu também acho, mais não precisava brigar com a sua namorada por isso.

- Primeiro que ela não é minha namorada e segundo que não é por qualquer coisa.

- Se você diz ... – Dei de ombros.

- Não é mesmo. Estava pensando, vi que ela não é o que eu pensava.

- As pessoas às vezes, não são o que pensamos, Luan. – O olhei por um tempo e logo desviei.

- Juliana ... Será que podemos conversar? – Ele segurou meu queixo, me obrigando a olhá-lo de novo.

- Já estamos, uai. - Ri.

- Tô falando sério. – Ele se aproximou e eu estremeci. – Eu ainda te amo, será que não vê ? – Ele disse baixinho e eu fechei os olhos digerindo aquelas palavras. – Não sei nem porque terminamos.