Capítulo 77

Chegamos em londrina e descemos pela área reservada, já que tinha ido no avião de Luan. Vi seu Amarildo de longe junto com Bruna e fui até eles segurando a mãozinha de Arthur enquanto o piloto do avião levava nossas malas para o carro.

- Tudo bem, rapaz ? – Seu Amarildo o pegou no colo e Bruna me abraçou. – Tudo bem, minha filha?

- Tudo e com o senhor ?

- Estou bem ! Vamos embora antes que chegue gente naquela casa e devore o banquete que Marizete preparou para vocês. - Ele disse rindo.

- Banquete mesmo viu ... – Bruna disse e fomos para o carro. - Ta com fome, Arthur ? – Ela o perguntou dentro do carro.

Cutuquei Arthur que estava envergonhado para responder e ele confirmou com a cabeça.

- Ih pai vamos correr então que o Arthur está com fome. – Ela fez cócegas nele, que gargalhou alto se encolhendo em meu colo, rimos.

Chegamos e como Bruna e Amarildo tinham falado, Marizete estava nos esperando com um banquete, me sentei e conversava com eles enquanto comíamos, Arthur se lambuzava com sua blusa branquinha.

Subi com ele para o quarto para nos trocar e depois descemos, me sentei na sala com Marizete e Bruna, Amarildo disse que teria que sair. Conversamos a tarde toda e ela disse que Luan pediu para avisar que houve um imprevisto e ele chegaria só no outro dia.

À noite não agüentei comer nada, de tanto que comemos de dia. Fiz a mamadeira de Arthur e o dei na sala, dormiu em meus braços e eu subi com ele. Estava cansada então decidi me deitar também.

Acordei de madrugada com sede, desci as escadas do jeito que estava mesmo, com uma camisola curta e fui até a cozinha. Acendi somente a luz de lá e peguei uma jarra de água na geladeira, escutei um barulho atrás de mim e vi pelo chão uma sombra, me virei assustada.

- Quer me matar, Luan ? – Coloquei a mão no coração, que estava disparado.

- (risos) Desculpa ai, cheguei agora.

- Não ia vim só amanhã ?

- Resolvi vim direto.

Luan também pegou um copo e tomou água, emquanto os olhávamos, vi seu olhar descer e o acompanhei com o meu, para onde olhava, fiquei sem graça pelo meus trajes e Luan percebeu desviando seu olhar rapidamente.

- Então, já vou se não eu acordo muito tarde amanhã.

- Vai lá, eu também já estou indo.

Acenei para ele e subi de volta para "meu" quarto.

Acordei no outro dia e Arthur brincava com o controle da televisão na mão, deitado ao meu lado.

- Não pode, filho. – Tirei o controle de sua mão.

- Desenho, mãe. – Ele fez bico, apontando para tv.

- Vamos descer para comer e ai agente vê na sala, com a tia Bruna. – Me levantei e o peguei no colo.

O troquei e me troquei no quarto junto com ele, descemos as escadas e Bruna estava sentada à mesa, Marizete cozinhava.

- Bom dia ou boa tarde gente ! - Ri.

- Boa tarde, minha filh . – Marizete sorriu e beijou Arthur. - Vão comer com a Bruna, o almoço só vai ficar pronto mais tarde.

Comi junto com Bruna e Marizete fez questão de fazer a mamadeira de Arthur, me ofereci para ajudá-la depois que terminei de comer, mas ela disse que não precisava e que a moça que a ajudava já estava vindo. Levantei-me e Bruna pegou Arthur no colo, fomos para sala ver desenho.

Assistimos o desenho e ríamos da risada alta que Arthur soltava, lembrando a de Luan, só que um pouco mais escandalosa. Luan desceu as escadas com cara de sono e os cabelos bagunçados, falou conosco e foi até a cozinha, voltou com um pão e um copo de suco, se sentou no sofá que estava vazio.

- Chegou que horas, pi ?

- De madrugada  – Ele disse antes de morder seu pão.

- Nem te vi ...

Continuamos vendo o desenho e Arthur começou a tagarelar, algumas coisas não dava para entender, ainda falava um pouco embolado, Bruna ria o olhando, assim como Luan.

Ela foi para cozinha e Luan se sentou em seu lugar, ao lado de Arthur, que estava no meio de nós duas. Voltamos a olhar o desenho e percebi que Arthur olhava Luan, se levantou ficando de joelhos no sofá e se apoio em uma perna de Luan que estava para cima.

- Pai ... Eu Quelo. – Ele apontava para o pão e o suco, que Luan bebia.

Vi seus olhos brilharem e um sorriso sair de seu rosto quando escutou a palavra “pai”. Tinha bastante tempo que Arthur não falava e principalmente em sua frente. O deu o pão para morder e um gole do suco.

- Que guloso você, filho ! – Falei depois que ele pediu mais um pouco do suco.

- Vai lá pedir sua tia pra colocar um pouco na sua chuquinha. – Luan disse e ele desceu do sofá apressado, rimos.

Já estava imaginando a cena de Arthur tentando falar, tudo embolado para Bruna. Luan me olhou e eu desviei meu olhar para televisão. Vi Bruna vindo da cozinha de mãos dadas com o pequeno e sua chuquinha cheia na outra mão.