Capítulo 79

- Bom dia, gente !

- Bom dia, pensei que vocês iriam dormir até tarde.

- Eu também, Marizete. Mas ... Eu vou ter que voltar para São Paulo.

- Por que  ? – Luan perguntou.

- Emergência no hospital. – Fiz careta.

- Sério ? Que pena, Ju.

- Pois é Bru, mas eu volto na próxima folga maior que eu tiver. Prometo !

Comi e subi para arrumar as coisas, desci até a sala quando terminei e só estava Luan e Arthur na sala.

- Bora tomar banho, pequeno ?

- Precisa ir mesmo ? - Luan perguntou.

- Infelizmente.

- Deixa Arthur aqui ? – Me sentei ao seu lado.

- Quer ficar, filho? Pode ficar com seu pai, depois ele te leva.

- Não. – Arthur disse no colo de Luan.

- Fica aqui, filho. Papai te leva amanhã, se quiser. – Luan insistia.

- Não quero, mamãe. – Ele disse manhoso.

- Tudo bem. Outro dia você volta, então ? – Luan perguntou e ele concordou com a cabeça.

Dei um banho em Arthur e ele disse que estava com fome, Bruna passou em meu quarto e desceu com ele. Tomei meu banho e me arrumei, bateram na porta de leve.

- Entra ...

- Já tá pronta, Ju ?  - Luan entrou no quarto.

- Tô sim.

- O bicuço vai te levar, ta bom ?

- Ta sim, obrigada !

- Nada. – Ele ia saindo.

- Luan ... – O chamei e ele voltou.

- Oi.

- Quando ele se acostumar, ele fica.

- Hãn ?

- Sei que ficou triste por Arthur não querer ficar, mas na próxima vez já vai estar mais acostumado e fica. 

- Tudo bem ! - Ele sorriu de lado.

- Está vendo como é importante sua convivência com ele ?

- É ... Eu tô. – Ele passou as mãos pelos cabelos.

Descemos as escadas juntos e eu me sentei para almoçar, Marizete já dava a comida de Arthur. Terminamos e eu os agradeci demais, me pediram para voltar mais vezes e eu prometi. Luan nos levou no carro de seu pai até o aeroporto e se despediu com um abraço apertado em Arthur que retribuiu e ele sorriu. Despedi-me dele também e fomos até seu avião.

Mal cheguei em casa e já me mandaram uma sms pedindo para me apressar que tinha pacientes esperando. Liguei para Luci rápido que por sorte estava em casa a toa e ela veio correndo .

- Desculpa Luci, mas teve mudanças de planos. Sabe como é vida de médico, não é ?

- Tudo bem, dona Juliana. Eu estava sem nada para fazer mesmo.

- Deixar eu correr ...

Troquei-me rápido e peguei minha bolsa, dei um beijo em Arthur e fui para o hospital. Trabalhei a tarde inteira, estava esgotada e com fome, ainda faltavam dois pacientes que ainda não tinham chegado. Estava indo comer algo na cantina quando o diretor do hospital me fez voltar, para atender uma emergência, não ficava na emergência, só nas consultas que eram de graça, o hospital tinha convênio com um plano. Mais como estava em falta de médicos e os que tinha resolveram faltar ou ficarem doentes, tive que voltar.

Entrei na enfermaria e Matheus atendia uma outra criança, examinei a criança e pedi que a internassem. Falei que depois iria vê-la e sai do quarto, passei por Matheus e acenei sorrindo, ele me olhou e só balançou a cabeça. Estava estranho e sua cara não estava muito boa, fui até a cantina e me sentei, pedi um sanduíche e um copo de suco grande, vi Matheus se aproximar e eu o chamei com a mão.

- Oi amor. Tive que vim hoje. – Ele se sentou do meu lado e eu o dei um selinho que não foi correspondido. – O que foi, Matheus ?

- Não tem nada pra me falar, não ?

- Tipo o que ?

- Tipo isso. – Ele me deu o celular que tinha aberto um site de fofocas, com fotos minha e de Luan saindo da boate,  e entrando em seu carro, na hora que estávamos indo embora.

- Eu só fui em uma balada com a irmã dele e a gente estava indo embora, fui na frente com ele enquanto ela foi ao banheiro, ela demorou e eu fui com ele mesmo, em seu carro. - Expliquei, ou tentei.

- E você fala isso assim ?

- Assim como, Matheus ? Não tem nada demais nisso.

- Pra mim tem, você está comigo.

- Não sabia desse seu lado ciumento.

- Claro que eu tenho ciúmes de você, eu te amo.

- Pois então confie mais em mim.

- Eu confio em você ... Só não confio nele.

- Essa frase feita me mata ! – Levantei. – Tô indo antes que a gente discuta aqui mesmo, quando quiser conversar, vá até minha casa.
Saí de perto dele bufando, passei no quarto da menina que estava internada e depois fui atender os pacientes que já tinham chegado. Fui para casa ainda irritada.